Crer no Obsoleto?
Outro dia em uma conversa amiga e informal, numa troca de idéias entre pessoas que falavam sobre o mesmo assunto, mas com ótica diferente, procurei explicitar as razões da perplexidade que nutro ao saber que há quem trate a Bíblia como literatura obsoleta e ultrapassada.
Fico a pensar que há quem a julgue sem ao menos ter lido todos os seus livros ou pelo menos esboçado um interesse de pesquisa cultural aprofundada. Pensando nisto, pensei em como expor de forma simples e objetiva as razões de minha perplexidade.
Em primeiro lugar apresento razões históricas, porque, se a Bíblia for mítica, suas alegações também o serão e os fatos históricos, principalmente relacionados aos povos citados, povos estes estranhos aos escritores originais, seriam facilmente contestados. A Bíblia tem o seu valor literário e sagrado especialmente entre os judeus, de onde emerge a historia e o ato do cristianismo, no entanto, tange e toca a historia de povos variados e potencialmente estranhos ao contexto cultural e religioso judaico. Os feitos e os elementos históricos, estranhos ao contexto original do povo que os registrou, não encontram contestações de inexatidão de fatos e da possível cronologia dos mesmos, advindos dos povos mencionados. Povos extintos como o babilônico, persa, ou povos que ainda visualizamos na modernidade, como o Egípcio, estão ali mencionados, como tendo sofrido a influencia dos feitos bíblicos. Caso estes feitos fossem míticos, como na situação de Moisés, por exemplo, seria facilmente possível o questionamento do Êxodo e o estabelecimento da comprovação de sua realidade mítica.
Outra razão é Geográfica. História e Geografia andam de mãos dadas. Os eventos bíblicos tem traços geográficos exatos. A pesquisa dos eventos e fatos pode se situar na latitude ou longitude, nas coordenadas aproximadas ou exatas, comprovadas pelas incursões arqueológicas. Está certo que ficções possam valer-se de lugares reais para a base de sua estória, no entanto, elas se demonstram o tempo todo irreais no conteúdo proposto. Em contrapartida, qualquer ficção que se pretenda verdadeira, desarma-se facilmente pelo argumento de sua não historicidade.
Minha terceira razão é matemática. Historia, geografia e arqueologia, também se relacionam com a matemática na proporção dos dados e cálculos que possam levar-nos a constatação da veracidade de algumas afirmações. Distancias geográficas são argumentos matemáticos, bem como o cálculo de datas aproximadas. Dados populacionais e censos, encontrados nas citações bíblicas, coincidem com os dados históricos e geográficos do senso comum dos pesquisadores modernos. Toda a arquitetura do tabernáculo que Moisés recebeu no deserto das mãos de Deus é uma destas provas deste argumento matemático.
Neste texto concluo esta abertura de coração e este desabafo de convicção, referindo-me ao aspecto transcendente à história, geografia e matemática que a Bíblia tem, ou seja, o profético. Os dados mais impressionantes das Sagradas Escrituras relacionam-se ao fato profético, uma vez que podemos não só avaliar as profecias cumpridas no passado histórico bíblico, mas sobretudo, naquelas que ousam desafiar-nos por sua atualidade.
No próximo texto procurarei explicitar um pouco sobre isto.
Obrigado, leitor interessado, por me entender e pensar junto comigo. Não espero que ninguém seja obrigado a pensar como eu mesmo, mas que pense e decida sobre isto com inteiras possibilidades de possuir convicções pessoais e concludentes.