Ao Pé da Letra - Coluna I
PERSISTÊNCIA
Daqui a dois meses terei uma prova de persistência, daquelas
que valem a pena pelo ano inteiro, e até por mais anos...mas
são estas poucas horas que fazem toda a diferença,
aquelas que serão lembradas muito depois. E por falar em persistência
vale citar o salmão, que é um peixe que tem uma história de reprodução muito interessante: todo ano salmões machos e fêmeas saem do mar e vão para a água doce para se reproduzirem. Usando seu olfato super desenvolvido e o sentido guiado pelo sol, pelas margens, estrelas e o cheiro das plantas, conseguem sair do mar, nadar quilômetros de distância e alcançar exatamente o rio onde nasceram. Ao alcançar o rio, as fêmeas depositam os ovos e os machos os fecundam e ela os cobre com areia, depois os ovos eclodem e muito depois os pequenos peixes farão a viagem para o mar como seus ancestrais. Pois bem, li esta estória que gostaria de compartilhar:
Um salmão prateado de um ano foi libertado do viveiro de Prairie
Creek, no condado de Humboldt, Califórnia, EUA. Passado um
ano, regressou do mar, subiu pelos rios Redwood e Prairie,
arrastou-se pelo leito quase seco de um ribeiro, prosseguiu ao
longo de uma galeria de escoamento sob uma estrada,
atravessou um esgoto para drenagem de água da chuva, segunda galeria de escoamento, subiu uma conduta de água de 24m, conseguiu esgueirar-se por um cano vertical de 10cm com um cotovelo em
ângulo reto, arrancou o tampão que cobria a boca do cano, saltou uma rede de arame quase instransponível e caiu, exausto, no velho tanque onde se criara.
É ou não uma prova de persistência?