TANGRAMA CHINÊS. QUEM SOMOS COMO SERES POLÍTICOS?
CREIO SER UM TEXTO SEMPRE ATUAL PARA QUEM ESTÁ DISPOSTO A LER, ENQUADRANDO O QUE VIVEMOS COM POUCAS MUDANÇAS, ESCREVI FAZ DEZ ANOS EM SITE POLÍTICO.
"Avança, de setores esclarecidos, a inconformação com os agentes públicos. A posição política de cada um forma a origem da representação.
Não sou um eleitor contumaz, nem mesmo um eleitor, me faltam sempre representantes lineares ao meu padrão desejável, sou um observador, não sou de esquerda, de direita ou de centro e recusei, sempre, participar de política partidária, apesar de assediado desde os bancos universitários em época de turbilhão político.
O apartidarismo configura meu posicionamento por não ver em programática partidária ou nas condutas dessas instituições o meu perfil político, rejeitando, principalmente, o voto obrigatório, já que votar é ato de liberdade, e assim se expressa a democracia. Se não tenho em quem votar por não representar meu pensamento político, não posso ser coagido a votar.
Sob o manto de variadas penas, desde multa pecuniária à vedação do exercício de direitos, se obriga o cidadão a votar, fato existente em poucas nações ditas civilizadas.
É como minha participação em sites, embora eventual; faço-a quando me dita a vontade, com plena liberdade. Neste espaço meu salário é o salário ideal, não necessita de indenização, somente de minha consciência voltada a contribuir, penso que assim seja com todos.
Salário ideal dispensa monitoramentos e sinopse pautada, é a moeda que não pode mover interesses. Só há uma baliza; a lei, e por ela todos devem responder, não fugindo das responsabilidades de sua coerção, até porque, sua ignorância, não isenta incidência.
Como apartidário abomino radicalismos. Desde a esquerda que congrega trotkistas e chiitas, radicais que pregaram a ausência de liberdade, até quaisquer outras e todas colorações e bandeiras, muitas pejorativamente nominadas democráticas, insuficiência de saber que credito à insciência filosófica existencial do ser humano, fruto ignaro da desinformação humanista.
O comunismo só existiu porque Marx, com seu "O Capital", foi tirado da estante por lunáticos que se esqueceram ser a liberdade do homem o maior bem, sem o que seria pó como muitas doutrinas, algumas excelentes que restaram esquecidas.
Mas, o comunismo encontrou adeptos, verdadeiros, que se submeteram a essas violências (ausência de liberdades individuais), e falsos, a maioria, que pregavam idéias dessa ordem tomando champagne em Paris no exílio; muitos.
Os “ismos” sempre acabaram mal, todos, totalitarismos, e o capitalismo hoje baqueado, não está trôpego por sua doutrina, mercado e seu exercício, mas pela ganância do homem.
Como dizia John Kenneth Galbraith, notável historiador, falando em 1960 sobre a depressão de 1930, o capitalismo sobreviverá “POR CAUSA DA AUSÊNCIA DE UMA ALTERNATIVA ORGANIZADA E PLAUSÍVEL” .
Não pretendo singularidades ou ser "sui generis" politicamente como ser social e cidadão, apenas, sendo impossível visibilizar meu pensamento em alguma agremiação partidária, "contemplo" o que desfila em minha frente. Me aproximarei e estou pronto a aplaudir o que seja afim do que elejo como bom, e o bom, o certo e o errado, qualquer do povo distingue.
Sem pretensões utópicas, é preciso existir o encontro do trabalho com o capital, o sentido de justiça, “dar a cada um o que lhe é devido” como conceituou Santo Agostinho, considerando o que é justo.
“A Cezar o que é de Cezar, a Deus o que é de Deus”, como ensinou Cristo, a cada um o que é justo. Sem sectarismos fundamentalistas, de direita ou esquerda, termos ultrapassados, que retiram a liberdade ou expropriam direitos fundamentais, como acesso à proteína, comer, acesso à saúde, à habitação, ao lazer e, principalmente, à educação, mola única que qualifica a representação. Promessas não cumpridas das constituintes desde o Império e Brasil Colônia.
Exemplificando, tenha tido outras dirigências e finalidades, a propalada bolsa família, tão discutida, assistencialista e sob esse aspecto legítima quando neutraliza a fome, vergonha mundial, de alguma forma minimizou a miséria, embora objeto de censuras, de ser voto de cabresto institucionalizado; E O É DE CERTA FORMA, DAÍ O VOTO OBRIGATÓRIO.
Se encetada para cooptar consciências de sufrágio em sinonímia com a supressão da miséria, vale mais o bem feito do que o favor buscado. O saldo é positivo e merece meu reconhecimento, ainda se comprada a consciência (que só existe com educação) através da fome e da necessidade, o que em princípio torna ilegítima a escolha, como realço sempre, sendo bom lembrar Khalil Gibran em “O Profeta”: “O que é a necessidade senão a própria necessidade?”. .
Não preciso dizer em quem voto e se voto, e pouco voto por falta de opção. Meu ideal repousa em um não cristão que mais reverenciou Cristo, Ghandi: "Não posso antever, o dia em que nenhum homem será mais rico que o outro. Mas posso imaginar o dia em que os ricos rejeitarão enriquecer à custa dos pobres, e os pobres deixarão de invejar os ricos. Mesmo no mais perfeito mundo imaginável será difícil evitar desigualdades, mas podemos e devemos evitar conflitos e amarguras.” Ghandi.
A qualidade da escolha se dá havendo representação do ideal social.
Não sou de nenhum partido ou corrente, nem serei, voto na pessoa; execro a corrupção registrada no index da Procuradoria Geral da República historicamente, com ineditismo histórico, e repetência, perpetrada na investidura política, e execro com todas as minhas forças, porque faltam muitos nos registros até agora oficializados e sei como tranqüilamente poderiam ser responsabilizados; execro governos que se deixaram alicerces de estabilidade da moeda, também projetaram desmandos, o maior deles a criação por institucionalização do regime da reeleição (com acenos atuais absurdos de perpetuação), de conseqüências desastrosas, cópia amarga da dita democracia dos americanos do norte que não existe, pois não respeitam a soberania das nações, e mesmo de seus cidadãos sob anátemas de preconceitos vários, ainda continuados com todo o avanço da eleição de Obama.
Não me servem e nunca me serviriam os partidos que aí estão em polarização, agrupados em seu redor a mesma ordem de inclinações, com comprometimentos públicos de todos conhecidos, para os que conhecem ou não as leis.
Meu sonho não será realizado pelo óbvio interior humano ainda muito egoísta que sempre friso, que está até mesmo do nosso lado, forte em pessoas que conhecemos e convivem proximamente, imagine-se ao lado do poder. É crível e visível. Estou ainda nessa quadra da vida com o sabor amargo do pessimismo do grande historiador Galbraith, para quem em trezentos anos talvez o ser humano veja no próximo "um seu irmão", a doutrina do amor ao próximo do Cristo e de poucos outros de sua grandeza. Mas vejo como muitos o processo social vagaroso de saída das trevas para a luz em curso.
É de grande espaço a temporalidade para sua realização.
Hoje se sairmos dessa politização dúplice e insossa de PT e coligados, PSDB também, procurando verdadeiras melhorias, e retornarmos à história, encontraremos o quê?
Um Juscelino enaltecido que na verdade de bom só deixou a semente do grande parque automobilístico que temos hoje, ao lado da corrupção instalada das mordomias persistentes, Brasília.
Uma "revolução" sem grandes ganhos, execrável com a cassação das liberdades públicas e com o "milagre econômico" de pernas curtas, alavancado pelo hoje "grande consultor" Delfim Neto, "Bruxo do Nada".
Indo mais ao passado, paradoxalmente, e aí a inversão da lógica, surge a figura ditatorial de Getúlio, com proveito onde se colocar a lupa da industrialização do Brasil de hoje. Lá estará ele, o ditador que implantou a indústria do aço e petróleo, gigantes brasileiros que tiveram por ele deflagradas suas iniciações. E mesmo no campo das liberdades, inscritas na Constituição de 1934, inspirada na Constituição de Weimar, conhecida como uma das mais sociais dadas à publicidade no mundo constitucional, encontraremos a mão de Getúlio, dando à mulher o direito de votar e a lei trabalhista.
Essa é minha posição política. Não sou um eleitor de oportunidade e nunca serei de partido, sou um observador, um "contemplativo" sim, pronto a aderir ao que é bom, de centro, direita ou esquerda, termos ridiculamente ultrapassados, ou qualquer posição geométrica que os humanos muito politizados queiram dar, quem sabe obliqua, tangencial, em ponto zênite ou nadir.
Parece que todos se inserem em nomenclaturas que mais levam a um TANGRAMA CHINÊS do que em reais vontades políticas."