Conexões...?

Nos anos áureos da Nokia, o mundo todo parecia pequeno para a sua avançada tecnologia em telefonia. Eu mesmo tive um aparelho de sua produção. E por dois anos, experimentei o raro privilégio de viver em Helsinque, capital da Finlândia, entre 2004 e 2006. Poderia ter ficado mais tempo por lá, não fosse um convite irresistível para retornar ao Brasil.

Não cheguei a visitar alguma unidade da referida empresa, genuinamente finlandesa. Mas também nem fui mais ao norte de Seinajoki pra visitar o Papai Noel...

Uma medida da presença mundial da Nokia estava na abrangência do intercâmbio tecnológico e comercial que a empresa promovia, em rápida expansão, com o envio e a recepção de técnicos pelo mundo afora. E nesse contexto, as relações com o Japão destacavam-se sobremaneira.

E corolário natural dessa movimentação foi a espetacular proliferação de casamentos entre povos de tão distintas etnias e com históricas vivências de enclausuramento. Afinal, o Japão, de rigueur, tão insular, e a Finlândia, espremida entre a influente e avançada Suécia, e a ameaçadora Rússia, com sua língua única e incompreensível...não pareciam, à primeira vista, ter tamanho potencial de interação, como tão subitamente vinha acontecido nos domínios de Cupido...

Curiosa foi a reação de um Embaixador finlandês, instado a explicar o fenômeno:

- Até que me parece muito simples, afinal a Finlândia e o Japão só tem um único país a separá-los territorialmente...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 28/08/2020
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