MEU SER, MEU RECURSO DE TRABALHO (Introdução)

Artigo elaborado pelo Técnico de Teatro Sandro Artes (Sandro Armando Sebastião).

Fonte: Experiências pessoais e artigo “CORPO E VOZ, UMA PREPARAÇÃO INTEGRADA” - Maria Enamar Ramos Neherer Bento e Marly Santoro de Brito - Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

INTRODUÇÃO AO TEMA

MEU SER, MEU RECURSO DE TRABALHO, o tema pensado. A arte em si requer a máxima participação e activa daquele que executa-o, é como fazer com a alma, partindo da grande paixão e vontade, quase às diversas formas. Partindo deste ponto, quero retratar do ser artista, isto é, aquilo que é necessário mais neste lado, tratando aqui da arte cénica, sendo que quase todas as formas dela, Teatro, Dança, Circo e Ópera, requer a máxima concentração por parte do executante, o recurso de trabalho é o seu próprio corpo. Sem deixar de lado o Cinema. O instrumento de trabalho é e sempre foi o corpo, caracterizado em todos os aspectos necessários. Por esta razão é necessário ter um amplo conhecimento sobre isto, usando-o e protegendo-o, afinal para além de usar para arte, o corpo necessita de outras actividades, todas essas razões exigem que o artista saiba usar e saiba proteger. Retratando aqui umas das formas de arte cénica, especificamente o Teatro, o estudo em causa neste artigo.

O instrumento de trabalho do actor, é o seu corpo em total disponibilidade. Necessariamente o ser preparado para qualquer momento, assim é a rotina do actor, a sua vida artística, mas do que simples preparo, exige os diversos estudos para desempenhar realmente o seu grande papel, dentro ou fora da actuação. O seu instrumento de trabalho é seu corpo, como já descrito, o corpo no geral, podendo considerar ou dividir em três partes essenciais, são elas: CABEÇA, CORPO e VOZ. As três partes essenciais do corpo que necessita-se de uma excelente preparação, mais adiante decifraremos cada parte descrita. O artigo foi elaborado segundo as minhas experiências pessoais, aquilo que aprendi e como penso sobre tal, e, por outro lado, segundo diversos diálogos com vários artistas e os diversos manuais que tenho lido sempre. Tudo para dar novas asas à matéria, propriamente do tema em destaque, MEU SER, MEU RECURSO DE TRABALHO.

No artigo “CORPO E VOZ, UMA PREPARAÇÃO INTEGRADA”, organizado pelas professoras Maria Enamar Ramos Neherer Bento e Marly Santoro de Brito, da Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), o artigo retrata diversos conceitos sobre o corpo e a voz, realizados simultaneamente, visando a preparação do actor para as encenações. Muitos atores separam os exercícios de corpo dos de voz, esquecendo-se que corpo e voz trabalham indissoluvelmente ligados. O corpo funciona como uma caixa de ressonância amplificadora do som fundamental produzido na laringe pelas pregas vocais, resultando na sonoridade a que chamamos voz. A cabeça não fica de lado, ela actua no sentido da preparação da memória do actor, o que causam todos os sentidos necessários para a concretização daquilo que é o trabalho. O trabalho se baseia na trilogia dos aspectos essenciais ao actor – interpretação, corpo e voz – todos voltados para uma actuação mais verdadeira, procurando através dos sentidos, um conhecimento maior do funcionamento do actor como um todo. Partiu-se do princípio que, se podemos improvisar com corpo, podemos mais facilmente improvisar com palavras, com a voz.   

Temos como objectivo a conscientização corporal por parte do actor através da percepção do movimento executado, visando dar condições para a voz se lançar na direção desejada, com a intensidade adequada ao tamanho do espaço sem prejuízo da sua movimentação. Adequar respiração com movimento corporal, postura e flexibilidade é a meta a ser alcançada.

Procuramos dirigir o trabalho para um olhar do movimento priorizando a percepção total. 

1 – olhar o movimento não só com os olhos, mas com a percepção total; 

2 – descobrir as fontes físicas do movimento em si mesmo e nos outros;

3 – ter controle intelectual e físico sobre seus movimentos;

4 – aplicar essas habilidades para o desenvolvimento do papel.

Sabemos que directores podem guiar o actor através de técnicas especializadas relacionadas a uma forma de arte, tais como exercícios de voz ou narrações, memorizações e técnicas corporais. Podem ser capazes de dar assistência no desenvolvimento da expressividade, na prática da intuição. Entretanto, a grande responsabilidade sobre o desempenho artístico reside no próprio actor, no individual. Ele é a única pessoa que pode, através de trabalho duro, do estudo, da observação, inteligência e talento, desenvolver sua técnica. E é também a única pessoa que pode, transcendendo a técnica, expressar seus próprios sentimentos e uma visão da condição humana.

Sandro Sebastião
Enviado por Sandro Sebastião em 17/08/2020
Código do texto: T7038174
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