Lições que aprendemos com o filme Efeito Borboleta
Com certeza, todo mundo que assiste a Efeito Borboleta, protagonizado por Asthon Kutcher e Amy Smart, não consegue ficar indiferente à história de Evan e Kayleigh, ficando tocado pelo esforço do protagonista, que tem o poder de voltar no tempo, em tentar consertar todos os estragos feitos pelos erros cometidos, provocando novos desastres a cada tentativa de consertar o passado. Efeito Borboleta provoca reflexões, traz-nos questionamentos e nos faz repensar nossas atitudes, levando-nos a perguntar o que seria de nossa vida se tivéssemos feito outras escolhas e agido de forma diferente, mostrando-nos como uma pequena atitude que talvez tenha parecido insignificante no momento, pode causar grandes repercussões.
Com certeza, Efeito Borboleta pode nos ensinar várias lições que não podemos esquecer e por isso vamos analisar uma a uma:
1- Será que o fato de termos as melhores intenções nos dá direito de interferir nas vidas das pessoas? Podemos nos fazer essas perguntas porque Evan, voltando ao passado, por saber o que vai acontecer, quer impedir que as pessoas que ama sofram. Entretanto, ele causa mais sofrimento, mesmo sem querer. Em várias realidades alternativas que experimenta, vê a mulher que ama cometer suicídio, morrer de forma trágica ou prostituir-se. E ele acaba por ver que ter as melhores intenções não impede que ocorram tragédias. E que voltar ao passado para mudar tudo é interferir na liberdade das pessoas. Por saber como as coisas podem ficar, ele é onisciente, porém, ele erra muito mais ao tentar impedir as tragédias que voltou para impedir que ocorram.
2- Somos totalmente fruto do ambiente em que vivemos? Kayleigh tem um irmão, Tommy, que é violento e antissocial. Em uma realidade, porém, Tommy é evangélico e ativista. Em outras, ele é um delinquente e, na última alternativa, ele, tendo tido uma vida normal longe do pai pedófilo e abusivo, é um rapaz feliz e saudável. Isso mostra que não podemos culpa-lo completamente pelo que ele era no começo do filme: um marginal. Ser criado por um pai pedófilo e vendo-o abusar da irmã mexe mesmo com a psique de alguém. Claro que o filme não dá respostas. Apenas nos faz questionar.
3- Não podemos culpar o destino pelas consequências de nossas escolhas. Evan, vendo as consequências de seus atos e percebendo que não pode culpar a mais ninguém senão a si mesmo, passa a ter mais cuidado com suas atitudes e também decide que não irá mais mexer no passado pois, toda vez que o tenta, a emenda sai muito pior que o soneto.
4- Nem sempre a melhor escolha é a que mais nos agrada. Evan sempre tenta encontrar uma maneira de ficar com a mulher que ama. Todavia, todas as suas tentativas terminam de maneira desastrosa e ele resolve abrir mão dela, sacrificando tudo o que viveu com ela para que possa se afastar do pai, ter uma infância e adolescência felizes e se realizar. Ninguém além dele sabe do seu sacrifício e todos terminam bem. Só que Evan, que sabe do que abriu mão pela felicidade não apenas de Kayleigh, mas também de seu amigo e do irmão dela, terá de viver aguentando as consequências de sua escolha.
5- Não existe felicidade completa. Sejam quais forem as escolhas que Evan faça, ele nunca pode ter tudo que quer. Assim é com todos nós. No final, ele decide deixar de tentar interferir no passado e nas vidas das pessoas, aprendendo a viver com o peso de suas escolhas e seguir adiante. Todas as suas voltas ao passado são como o voo da borboleta, causando turbilhões no ambiente em que vive e nas vidas de quem está ao seu redor. Seria ótimo se lembrássemos sempre disso.
6- Não sabemos o que é o melhor para nós, então, não podemos saber o que é o melhor para os outros. Evan pensa que sabe o que é melhor para os outros, já que sabe as tragédias que aconteceram no passado. Porém, ele comete erros por “brincar de Deus”, como seu pai havia advertido. E, por querer mexer no que existe, ele age de forma arrogante. E vê que não pode desrespeitar a liberdade das pessoas. Na vida real, vemos muito bem que não cabe a nós decidir a vida de ninguém. O resultado nunca sairá bom, embora muitas pessoas tenham a mania de achar que sabem o melhor para os outros. Seria bom que assistissem a Efeito Borboleta.
7- As lições do filme também podem se aplicar no sentido religioso, pois valem para os religiosos que, desejando “salvar” as outras pessoas, desrespeitam a liberdade de pensamento, chegando ao ponto de interferir no direito ao divórcio e ao direito ao suicídio assistido.
Uma última lição, não menos importante, é que somos nós que determinamos nossa vida e que por isso mesmo temos que aprender a nos responsabilizar por nossos atos, sem tentar culpar o destino. Esta foi uma lição que Evan aprendeu a duras penas.