Gasto de custeio do governo federal - Mais uma manipulação da mídia

Gasto de custeio do governo federal - Mais uma manipulação da mídia

Da série – educação pública

A grande mídia está em guerra contra o governo Lula. Não por causa de seus defeitos. Mas, justamente, por causa de suas qualidades. O governo FHC ficou 8 anos no governo e não fez um único concurso para contratação de professores para as escolas técnica federais. A imprensa festejava a diminuição na quantidade de funcionários públicos federais como um aumento de “racionalidade” da máquina pública. Pois é, o Governo Lula fez concursos e contratou milhares de professores. Somando com os professores universitários, foram contratados mais de 10 mil professores. Contando com os funcionários contratados (através de concursos) em funções técnicas as contratações chegam à casa de 30 mil funcionários. Gente “inútil” como professores, técnicos de laboratórios, peritos, médicos, enfermeiras, técnicos agrícolas, etc. Devo perguntar: o imposto que pagamos não é para que o governo ofereça tais serviços?

Outro dia eu ouvi uma comentarista econômica esgoelando no rádio que o governo lula era um horror, pois havia aumentado o custeio da máquina pública. Como a maior parte das pessoas não sabe o que é custeio e tem preguiça de se informar, ela pode manipular a realidade tranqüilamente. “Que horror, o Lula aumentou os gastos com custeio” – vão repetir os papagaios da rede Globo. São meros robozinhos quem repetem e acreditam nestes jornalistas.

Para quem não sabe: gasto de custeio envolve todos os gastos para a manutenção da máquina pública. Vai desde o professor que ensina até o funcionário que finge estar doente para não ir trabalhar. Passa pela conta de água de um hospital até a compra de remédios para postos de saúde. Continua no pagamento da gasolina para a fiscalização do trabalho até as verbas para a fiscalização do meio ambiente. E por aí vai.

Quando se constrói uma escola é investimento. Depois, fazê-la funcionar é verba de custeio. Dá para entender a diferença?

Quando o Lula constrói e amplia universidades, escolas técnicas e outras, ele está aumentando os gastos de custeio. Quando ele dá verba para a polícia federal trabalhar ele está aumentando os gastos de custeio. Quando ele constrói penitenciárias federais de alta segurança ele está aumentando os gastos de custeio.

Não é pouco este aumento, porque não é pouco o que ele está fazendo. O Brasil não tinha nenhuma penitenciária federal, logo serão 6. O número de áreas protegidas (ecologia) aumentou em mais de 50%, logo há mais trabalho para preservá-las. O total de escolas técnicas federais vai dobrar até 2010, outras que estavam “quase parando” agora possuem professores em número adequado e melhores condições de ensino. Certamente há muito o que fazer e há muito o que melhorar em termos de qualidade de gestão.

Porque então a mídia golpista tenta desqualificar qualquer aumento de gasto de custeio? Primeiro porque alguns são ruins mesmo. Há funcionários demais em algumas áreas e funcionários de menos em outras. Há baixa produtividade e pouco treinamento. Há muita burocracia burra e pouco controle (a boa burocracia). Isto todo mundo sabe. Mas, a birra deles não é por isto.

Basicamente a birra deles se deve ao fato de haver o interesse em destruir o estado (escolas sem professores, etc) para dar legitimidade ao discurso de que o estado gasta mal os “impostos exorbitantes” que ele arrecada. Se ele gasta mal os impostos exorbitantes nada mais justo que reduzir os impostos e aí... no bolso de quem ficam estes impostos? No bolso dos muito ricos. Lógico. Os ricos sabem se defender e fazer crer que o que é melhor para eles é melhor para todos.

Existe um outro ganho secundário nesta campanha de que o governo gasta mal (o que é verdade, em parte): desculpa para sonegar. Com esta desculpa muita gente sonega sem culpa. Se o governo rouba, gasta mal e desperdiça é melhor que o dinheiro fique comigo – este é o raciocínio. Portanto, muita gente gosta de ouvir os grunhidos dos economistas de rádio contra o governo pois estes grunhidos aliviam a culpa e reforçam o egoísmo deles.

Com a quantidade investimentos sociais que o atual governo do Brasil está fazendo fica um pouco mais difícil manter este discurso. Portanto, nada melhor do que manipular a informação. Algo que pode ser positivo vira negativo.

Há um outro fator importante que devemos levar em conta. Com a destruição do estado abre-se espaço a novos negócios privados. Não é atoa que tenta-se criar a imagem de que o que é estatal é um horror. Aí aparece o governo Lula e torna as estatais mais rentáveis, mais eficientes, capitalizadas e investindo como nunca. Os fundos de pensão nunca deram tanto retorno, estatais que eram jurássicas estão se modernizando e voltando a investir pesado e com recursos próprios. Depois de um governo deste, como se justificar a destruição de tudo que é público? Se não há base na realidade para manter o discurso a mídia parte para a manipulação, mentiras e lavagem cerebral (com a repetição incessante de temas).

E a classe média? Fica com as migalhas e ainda acha que está ganhando. Ela sonega mil e a classe alta sonega 100 mil, 1 milhão, 100 milhões. A classe alta pode se proteger e a classe média fica morrendo de medo de ser assaltada. O que uma coisa tem a ver com a outra? Muito, a impunidade acontece porque o sistema jurídico foi feito por pessoas que não queriam jamais correr o risco de ver eles ou parentes presos. É a tal classe alta se protegendo. Como esta classe alta sonega muito, e sempre foi assim, ela promoveu leis que as protegem. Assim, acabam protegendo também todos os outros tipos de bandidos. No fim a classe média sonega mil reais e gasta isto com segurança – lucro zero. A classe alta sonega 1 milhão e gasta 30 mil com segurança- lucro de 970 mil. Dou aqui um exemplo bem simples somente para vocês entenderem porque a impunidade serve para a classe alta. E, para o bolso de quem o dinheiro transita nesta nossa sociedade.

Jamais se esqueçam de que o Brasil é um dos países de maior concentração de renda no mundo. Esta concentração de renda acontece o tempo todo e de várias maneiras. Isto se chama trânsito de dinheiro. Ou seja, o dinheiro gira, gira, gira e para no bolso de alguém. Este parar no bolso de alguém depende das regras do jogo. Pensem nisto!

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