Educando pelas diferenças
Educando pelas diferenças – Parte I 18/03/2005
“Antes de ensinar a criança a ler as palavras, é preciso ensina-la a ler o mundo”. (Paulo Freire)
A educação é o processo construtivo de um ser e por isto está presente em qualquer sociedade.
A prática de viver é o encadeamento de constantes transformações e Hoje, a pobreza afeta de maneira trágica a vida de grande parcela da população.
As pessoas negras e pobres enfrentam os maiores preconceitos e dificuldades em nosso país e tendo a sociedade brasileira sofrido um processo histórico que contribuiu para uma pluralidade étnica inserindo num mesmo cenário portugueses, índios e negros africanos, levou desta forma à construção de um país miscigenado marcado pelas diferenças. Tanto que na educação escolar construímos diferentes representações e valores.
As potencialidades humanas (diferenças), convivem de maneira conflituosa, nos revelando que o racismo, a intolerância e a discriminação social nos levam a intensos processos de discriminação. O poder e as diferenças sociais que dizem respeito aos grupos étnicos – raciais menos favorecidos foram transformados em desigualdade. Isso nos obriga a construir práticas democráticas que transformem a trajetória de nossos alunos em uma oportunidade de aprendizado, reconhecimento, respeito e construção à sua cidadania. Nossas crianças precisam vivenciar práticas pedagógicas que lhe possibilitem ampliar seu universo, superar os preconceitos e eliminar todo e qualquer comportamento discriminatório em relação aos outros.
Essa é uma tarefa bastante difícil, porém é a tarefa de todo educador, seja de escola publica ou particular. Não há como ser educador sem assumir uma postura ética e pedagógica.
A criança é produto de uma relação com o meio ou seja da diversidade de costumes, raças, comportamentos, crenças religiosas, e essa diversidade se manifesta na escola.
Entender a relação entre escola e diversidade cultural é inserir-se no contexto das lutas sociais, é assumir um posicionamento político e ético que transforme o nosso discurso em favor da escola democrática e das praticas afetivas e concretas.
Por trás da mão que segura o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa e essa criança que pensa quando respeitada e valorizada adquire autonomia e confiança aprendendo a desenvolver o sentimento de autovalorização estando assim pronta para enfrentar as diferenças.
Profª Augusta Schimidt