ALAGOAS: de Color a Lessa

De repente, Alagoas elege Collor para o Senado com expressiva votação.

Repassam em minha cabeça fatos importantes ocorridos nesses 20 anos de promessas feitas por políticos aos pobres companheiros funcionários públicos.

Estávamos nos idos de 80 e os alagoanos se diziam cansados da dobradinha Divaldo/Guilherme, pois, segundo alguns, eram as ¨forças do atraso¨.

Trazido pelos braços de Frei Damião, um frade já velho, cansado e pouco lúcido, Collor se dizia o ¨Salvador da Pátria¨.

Nos primeiros meses criou a estória dos ¨Marajás¨, expôs à mídia amigos, inimigos e vários servidores do Estado, mostrando ao Brasil inteiro pessoas que segundo ele, recebiam altos salários. Demitiu, irresponsavelmente, mortos, aposentados, concursados. Pouco depois, readmitiu quase todos.

Governou pouco tempo, reproduziu para o país inteiro a imagem do político honesto e renovador. Novo, ainda, lançou-se candidato à presidência da república, fomentando a Idéia de que salvaria o Brasil da inflação de 80% gerada pelo Sarney.

Antes de sair, concretizou o famoso ¨Acordo dos Usineiros¨, deixando o Estado mergulhado em dívidas e com uma arrecadação subtraída de 56% da receita mensal.

Moacyr Andrade administrou Alagoas falida por dois anos, tentou pagar dívidas aos servidores, sem correção e sobreviveu com dificuldades, recebendo ajuda substancial de Collor, então Presidente do Brasil.

Vimos nas eleições seguintes, a maior rasteira política que Collor conseguiu aplicar: Renan Calheiros saiu candidato a Governador apoiado pelo Presidente Fernando Collor. Só que a 1ª Dama, Rosane Collor, lançou Geraldo Bulhões. O povo não entendia. Acho que nem o próprio Renan. E, para surpresa de todos, Bulhões se elegeu. Calheiros sofreu grande decepção, mas hoje é o Presidente do Senado.

Sufocado pelas irreverências dos filhos, GB fez um governo atropelado, com uma receita pequena e chegou ao fim bastante desgastado.

Divaldo se elegeu com 89% dos votos válidos, mas não teve coragem suficiente de mostrar ao povo, a miséria quase total em que se encontravam os cofres públicos.

Tentou administrar recorrendo a empréstimos, com um Secretário da Fazenda megalomaníaco, pagando a folha mensal com imensas dificuldades. Não conseguiu realizar seu projeto e atrasou 7 folhas de pagamento. Resultado: o povo lançou sobre ele a culpa de tudo e só não foi deposto porque renunciou.

Mano, então Vice-Governador, mais arisco do que Suruagy, recebeu Alagoas em verdadeiro estado de calamidade pública. Graças à ajuda do Governo Federal, minimizou o sufoco dos servidores públicos, legalizou o famoso Plano de Demissão Voluntária – PDV, reduziu o quadro de funcionários em 30% e mesmo derrotado nas eleições, deixou a folha de pagamento em dia.

Em 1998, Lessa surgiu com a intenção de livrar o Estado da ¨forças do atraso¨ e veio, loiro, lépido e solto, prometendo novos tempos às Alagoas.

No primeiro governo restaurou o calendário de pagamento, trouxe a esquerda para o Governo, desentendeu-se com Heloísa Helena e no Legislativo se aliou às ¨forças do atraso¨.

No segundo Governo, após derrotar Collor nas eleições, se deixou levar pela vaidade, esqueceu os amigos, mudou Secretários aleatoriamente, rompeu com aliados importantes, foi atingido por denúncias de todos os lados, punido pela Justiça Eleitoral e perdeu a eleição para Collor, ressuscitando o morto.

Théo, apoiado por Renan, supostamente ajudado por Lessa, receberá Alagoas, segundo a imprensa, em estado de coma.

Vai precisar da coragem que faltou a Suruagy e mostrar ao povo, em 2007, qual a real situação de nosso pobre Estado.

Para os funcionários públicos resta, apenas, a dúvida: Théo será diferente dos outros ou eles continuarão a sofrer, observando tão somente o novo dirigente governar para os amigos?

Finalmente: Quem foram as ¨forças do atraso¨?

Alari Romariz
Enviado por Alari Romariz em 17/10/2007
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