Idealização racionalista
TEORIA DO DESEJO SINGULAR – JOÃO PAULO DA SILVA PEREIRA
INTRODUÇÃO
A teoria do desejo singular nada mais é do que uma observação racional do comportamento humano. Vejamos, todos buscam um emprego, um bom salário, gosta de falar de você mesmo, quer que falem de você mesmo, resumidamente, estamos no centro de nossos pensamentos, sendo nós que estamos pensando, já não somos o mais importante, somos o importante. A teoria do desejo singular afirma que o homem busca somente saciar seus desejos, e que os padrões de certo e errado não existem de forma coerente com o biológico, pois no biológico só o nosso desejo importa e nada mais, então o nosso lado social diz que não, que o que importa é o coletivo, sendo essa uma das maiores mentiras, tudo para manter o controle, assim como o certo e o errado.
Todos os humanos buscam saciar seus desejos, todos sabem disso, a diferença é que essa teoria afirma que o homem busca somente saciar seus desejos e que a empatia não existe, seria um escudo para nossos reais desejos reprimidos, e a sociedade é um limitador coletivo para nosso biológico. O nosso córtex e neocórtex desenvolvidos com o tempo nos balançou do nosso "ser mais primitivo", sendo que ela foi desenvolvida para ele. Esses desejos estariam ligados a uma teia maior, onde estariam nossos reais desejos, onde estaria a aranha, nosso ID. Nosso desejo maior seria realizar nosso reais desejos, sermos nós mesmos. Mas quem seria nós mesmos? Essa também será umas das perguntas que essa teoria irá responder. Nós seríamos nada mais do que uma máquina biológica extremamente inteligente, buscando realizar seus desejos da forma mais rápida possível. Sendo o mais rápido, pautado na conduta moralmente correta, regida por leis pensadas, por uma mente criativa criando teias limitadoras de ações. Sendo contornada por mais teias, pelo criador de tal, ou explorando novos caminhos e brechas, por um controlador de teias.
QUEM SOMOS?
Parece um paradoxo o fato do nosso córtex nos limitar em escolhas, passando do individual para o coletivo. Não se a gente pensar como os humanos evoluíram como sociedade. Nós da espécie Homo éramos antes de sermos Homo Sapiens – o último estágio da nosso raça até então conhecida –, éramos Homo erectus e Homo habilis vivendo em aldeias diferentes, não tendo um consenso até então de como o erectus prevaleceu, mas sabemos que ambos eram caçadores coletores. Ao longo do tempo ambos melhoraram suas funções cognitivas, fazendo com que ambos criassem um sistema onde cada espécie convivesse em grupo. Trabalhando para que seu sistema crescesse, onde haveria uma figura líder em que ele seria uma autoridade religiosa / espiritual, esse foi o primeiro sistema social, onde se repercute sua ideologia até hoje. Por mais que evoluíssemos, veríamos que no seu cerne não haverá mudança, onde um limitador transcendente sempre será embutido em nosso inconsciente para o inconsciente coletivo (Ordem imaginada / Yuval Harari). O nosso desenvolvimento cognitivo nos permitiu chegar ao ponto de criarmos tal limitador inconsciente, nos permitiu chegar a tal nível de abstração, sendo que ao alcançarmos um nível de abstração mais elevada veremos que limitadores ideológicos não nos condiz como "humanos evoluídos". Não falo que o futuro da humanidade é a "psicopatia coletiva", mas um humano sem limitadores, um humano realmente livre, onde seus desejos não irão ultrapassar o campo da razão, onde suas escolhas a ele somente pertencem, onde o certo e o errado somente a ele pertence, sendo a única regra coletiva a "razão", a esse novo homem dou o nome de Lógo Homo. O Lógo Homo já existe, eles vivem entre nós, a eles comumente o chamamos de "superdotados" e "gênios", tendo eles nascido com essa predisposição a ser um gênio, eles – os superdotados – são Lógos Homos crianças, e os gênios são os Lógos Homos adultos". Sendo eles regidos unicamente pela razão, não haveria um erro filosófico e ético grave? Cadê o sentimento em jogo? Ele existe, mas sob o domínio da razão e não como o conhecemos hoje, ele é um sentimento de veneração e admiração pela natureza, assim como todas as formas de belezas e simetrias, uma emoção de euforia e entusiasmo presente em todas as coisas subjetivamente. Um sentimento de felicidade ao descobrir seus enigmas ou a contemplativa.
O FUTURO
Os relacionamentos se dariam regidos por um único sentimento, o de admiração. Admiração pelo seu modo de pensar, pelo seu modo de ver o mundo, um sentimento genuíno e autêntico, o único sentimento produto de uma mente racional / contemplativa. Todos os relacionamentos seriam regidos por esse sentimento, sendo ele propagativo e sem vieses ideológicos, já não haveria sexualidade, haveria relacionamentos, não importando com quem, ou se é entre duas pessoas ou três. Esse é o futuro que aponto para a humanidade, um futuro livre de dogmas e ideologias sociais, um futuro onde nossas ações estariam pautadas unicamente e exclusivamente na razão. Essa é a aranha, o nosso real desejo escondido em vários outros em forma de teia.
Buscamos a evolução mesmo que inconsciente. Em nossos relacionamentos, em nossos atos de caridade, sempre há algo em troca, é algo subjacente a esta ação, até mesmo a religião é uma tentativa de alcançá-lo, o Homo Lógos, sendo em seu cerne todas as atividades realizadas inconscientemente para a busca de evolução, sendo todas equivocadas, porque se baseiam na busca da verdade pela emoção e não pela razão. Sendo assim, a ciência é o modo mais coerente de evolução como indivíduo e para a humanidade.
OS DESEJOS
Todo desejo deve ser levado em conta e realizado logo após responder essa pergunta: O que esse desejo quer me dizer? A introspecção é a chave para a evolução humana, devemos pensar no pensamento e não somente pensarmos, quando todos forem filósofos a humanidade evoluirá.
OS SENTIMENTOS
A empatia não existe, no sentido de que, a que conhecemos não é a verdadeira, a verdadeira empatia não está em se sentir triste por não ajudar, por não ser diferente, mas em sentir a dor do outro independente se é sua culpa ou não, essa é a verdadeira empatia. Quando sentimos que não somos o suficiente para o outro isso não é empatia, porque estamos pensando em nós mesmos, em nossa própria limitação, independente de quem tenha feito você sentir isso, essa pessoa, ou esse acontecimento, só te mostrou o quanto é limitado naquela determinada situação, o quanto é incapaz de fazer bem o que se dispôs e aí acontece uma *egoísta angústia momentânea.*
Todo sentimento é resultado de uma decodificação da emoção, resultado de neurotransmissores.
''Como indivíduos dotados de intelecto, temos que usar ambas as inteligências principais: emocional e racional. A racional para criar e a emocional para por limites.''
Os sentimentos em relação a alguém que não seja laço sanguíneo é uma reprodução inconsciente do desejo em realização. O único sentimento não produto de uma racionalização inconsciente é os de laços sanguíneos, descobrir os reais desejos em uma atitude é o que diferencia o Homo Sapiens do Homo Lógos. O futuro da humanidade não está definida pela disputa entre religião e ciência, mas entre duas ideologias que serão determinadas pelo viés das disputas internas, ou seja, o que te fará melhor.
As duas ordens descobertas, já não mais imaginadas, são: *A particularidade manifesto, e a existência solitária.*
1 – Todas as nossas ações devem ser limitadas pelo viés da particularidade manifesto. O que é isso? "É toda manifestação de vida, ou não, fruto de uma 'caótica e desordenada' – até onde sabemos – força do universo". Onde haverá a força forte, fraca, eletromagnetismo e gravidade, toda força motriz do universo, todas originadas a partir do big bang, respeitando toda forma de vida como única e particular saberemos os limites que a nós nos convém como admiradores do cosmos.
2 – Sendo que nossa consciência a nós somente pertence e sendo que a consciência é inato a todos, então devemos nos limitar enquanto desejamos. O futuro é ter relacionamentos mais próximos do narcisismo, e o egoísmo é uma consciência coletiva. Tudo o que existe é consciência, tudo o que existe é um pensamento.
Qualquer um dos dois futuros é agraciado pela dádiva da dúvida.
DEBATENDO
1: A primeira tese interpretativa sobre a teoria em relação ao futuro tem um erro inerente a sua ideia. O fato de sermos racionais nos faz interpretar tudo como tal, ou pelo menos deveria ser, mas a interpretação racional do universo é o puro e simples niilismo, e não uma filosofia próxima do taoísmo.
2: A teoria dois se mostra um pouco insegura e afirma que as relações seriam próximas do narcisismo e o egoísmo como consciência coletiva. Na verdade, o egoísmo é natural a nós humanos, os padrões sociais, como Nietzsche falava, é que nos limita em sermos nós mesmos. Levando em conta uma interpretação mais coerente não haveria nenhuma forma de relacionamento, e a procriação seria por inseminação artificial, ou algo mais avançado no futuro.
Como sair desse impasse? Como sair do niilismo? Como ser um super-homem? Como os psicopatas que não sentem, nós podemos ignorar os sentimentos, mas nunca seremos um psicopata, por quê? Porque psicopatia é uma deficiência congênita, há um desenvolvimento anormal para mais ou para menos no complexo R, e no sistema límbico, as ditas pessoas sentimentais, e um desenvolvimento um pouco a mais no complexo R gera as ditas pessoas "frias" –que não são psicopatas –, mas há uma diferença em ser um erro biológico ou um fator psicológico. O que vivemos, o que sentimos, pode nos fazer mudar de personalidade, ou usar as ditas máscaras.
O primeiro passo é: Analisarmos a nós mesmos. Somente pense em você, porque age assim? Porque se comporta assim? Se descobrir que pode mudar – leve o tempo que necessitar, não tenha pressa, isso leva anos geralmente, e é sozinho que nos conhecemos –, mude para o equilíbrio. O equilíbrio entre o complexo R, o sistema límbico e o córtex. É o equilíbrio que nos faz evoluir, necessitamos de ambos para evoluir no passado, não será diferente hoje. A chave é o equilíbrio, a chave não é buscar a diferença, pois todos somos – ser diferente nunca é o melhor –,busque ser o melhor naquilo que ama fazer e tenha a certeza que ser “normal” – e não ser um imbecil – é a melhor coisa a se fazer.
O segundo passo é: Depois da análise certifique-se de que tenha um engajamento emocional para prosseguir em sua caminhada.
O terceiro passo: Certifique-se de não está preso a nada emocionalmente.
CONCLUSÃO
Nós homo sapiens temos um desejo inato a nós, não há uma forma de fugir desse desejo, pois ele age de forma autônoma, o que dar para fazer é tentar ignorá-lo, o que irá gerar inúmeros problemas consecutivos após atestado a sua persistência, não é como se uma força autônoma agisse em você (Destino), pois o poder da ação pertence somente a você, mas sim os efeitos de sua escolha pela não evolução _ de sua briga por querer impor caminhos.
Criado: 19/07/2019