Acerca das vãs disputas

Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

No presente tempo em que estamos nos encontramos em meio uma tempestade de informações. A polarização de ideias que surgem em meio a tempestade, parece só poder ser resolvida por meio do debate. Esse por sua vez é apresentado como o único meio afim de alinhar os pensamentos. No entanto vemos que quando isso concerne a fé, isso não é só um erro para o cristão, como também não está de acordo com a Palavra de Deus.

Tendo em vista procurar um abrigo em meio a tempestade, buscarei nas seguintes linhas meditar, pelas Escrituras, qual deve ser a posição do cristão.

O cristão não pode andar no mundo por similaridade de ideias.

Isso significa que não devemos buscar igualar os pensamentos do mundo com pensamentos que possuem aparente semelhança com o que cremos. Tentar conciliar o pensamento do mundo intelectual com a fé em Cristo é um erro. Pois igualando as suas semelhanças, abrimos espaço para suas eventuais contradições.

Pois a verdadeira fé vem de cima e o pensamento intelectual que é a sabedoria humana, vem de baixo. O pensamento intelectual sempre tentará trazer a fé para o mesmo nível de diálogo da carne. E isso faz com que a fé seja privada de sua visão privilegiada.

“Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” (Tiago 3:15)

A fé por outro lado não é produzida pela carne, mas é um dom dado por Deus.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. “ (Efésios 2:8)

Em algumas versões “dom” é traduzido como “presente”. Um presente dado por Deus. O valor do presente não está apenas no objeto em si, mas na intenção daquele que o dá.

“..e isto não vem de vós, é um presente dado por Deus“

A fé dada por Deus, é algo que vem Dele, é produzida por Ele. Está fora do espectro do homem. O homem não tem parte nela. O Homem desfruta desse privilegio pelo vínculo do Espirito Santo, pela mesma fé em Jesus Cristo.

Pensemos por um instante em um menino que tendo ganhado de seu pai uma luneta se põe a observar do alto da sua casa toda a redondeza. Poderia esse menino jogar fora o presente recebido do seu pai, ou deixa-lo de lado para tentar enxergar com uma maior precisão o vilarejo?

Tal é o cristão que desce de sua posição de fé para tentar entender o mundo segundo o entendimento do mundo.

A palavra de Deus ensina que o justo deve viver pela fé. Isso não significa apenas viver em prol da fé, mas viver através da fé. A nossa fé necessita de uma base de apoio e essa base é a Forte Rocha, a Pedra rejeitada pelos edificadores, Jesus Cristo.

Quando um escrivão dá um testemunho em uma certidão de nascimento, abaixo da sua assinatura está escrito: “Por ser verdade e dou fé, assino a presente”. Ou seja, ele atesta pela sua autoridade que aquela criança é verdade. A partir de seu testemunho ele empreende sua própria fé na certidão.

Agora essa fé dada por Deus, não é uma fé humana, mas sim uma fé sobrenatural em uma pessoa. A Pessoa de Jesus Cristo. Que é um tipo de fé diferente. Tal fé não é produzida pela carne, na nossa consciência ou nos mais nobres sentimentos, mas sim através de um novo nascimento por Jesus Cristo. É uma fé que irrompe no coração do pecador ao ouvir a doce verdade das palavras do Evangelho de Cristo.

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.”(Romanos 10:17)

“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 16:16,17)

Não é algo que entendemos pela nossa consciência(carne e sangue). Mas algo que vem do Pai.

As palavras do evangelho são as Boas Novas de Jesus Cristo. “Evangelho” significa Boas Novas. Que boas novas são essas? Elas convidam o homem a reconhecer-se como pecador na condição de ruína que Deus vê o mundo, para então ser a este pecador revelado um Salvador e ter por ele uma nova vida. Essa nova vida só é possível por um novo nascimento.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.

O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.”(João 3:5-7)

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”(2 Coríntios 5:17)

O Pai dá nascimento a nova criatura. O Filho é o escrivão que dá o testemunho do nosso nascimento. Então recebemos dele a fé e é Dele a autoridade do testemunho, não nossa. Assim como a autoridade da certidão é do escrivão e não do bebê.

Quando Cristo morreu na cruz nele foi imputado todos os nossos pecados. Sua ressurreição ao terceiro dia é o testemunho de Sua autoridade para dar vida a quem quer se voltar para ele.

Dado essa breve ilustração sobre quão diferente é fé sobrenatural do cristão vemos em nós que muitas vezes, por um bom desejo de entender as coisas, tentamos conciliar o pensamento do mundo com nossa a fé, porém vemos que moldar nossa fé com o pensamento do mundo é um erro, pois logo nos deparamos com inúmeras incompatibilidades. Essas incompatibilidades são entre a velha criatura e a nova criatura, que se opõem violentamente. A nova criatura está em uma posição de fé a qual a velha criatura não pode compreender. Se dentro de nós já existe uma oposição, quanto mais se observarmos nós mesmos em relação ao mundo.

Temos visto hoje como muitos cristãos, na maioria das vezes muito sinceros, acabam sendo engodados por ideologias políticas e acabam caindo no canto de sereia dos intelectuais que tocam algumas notas parecidas com que encontramos no evangelho. Essas ideologias tem como base moral alicerces que assimilam com pontos da doutrina cristã. No entanto a sua busca incessante é aplicar essa ideologia por vias políticas e não celestes. Eles pregam uma moral que é defensora da família e de Deus, porém acabam tornando-se militantes segundo a carne. Envolvem-se em questões que nunca terão edificação por esses meios.

A tentativa de trazer os ensinos de Cristo para o mesmo plano da politica terrena não é nova. Vemos que desde o primeiro século, instituições e governos usaram o sentimento cristão para promover guerras e campanhas que tinham interesse puramente político.

Como exemplo mais recente, temos no século passado, quando intelectuais retiravam do tesouro do evangelho valores que pudessem preencher os vazios de suas novas políticas insurgentes. Logo Cristo passou a ser para eles uma figura política, revolucionária a favor dos pobres e contra os ricos. Logo Cristo deixou de ser um Salvador e passou a ser um político imaginário, fruto da necessidade política da época.

“Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;”(2 Timóteo 4:3)

Acaso estamos em um cenário diferente nos dias de hoje? Se antes as Cruzadas empenhavam grandes guerras com milhares de soldados carregando uma cruz como símbolo, vemos hoje o cristão entrando em cruzadas ideológicas de interesse igualmente terreno, ainda que carregado de uma boa dose de moral e boa intenção.

Verdade é que maravilhosamente Cristo andou com os pobres e fez duras criticas aos ricos, mas sempre apresentou a si mesmo como o Um a ser seguido, como o pão da vida. Dando testemunho que aquilo que era aparente (bens e riquezas) era passageiro, mas que Ele era Eterno. Nunca propôs uma nova política. Pelo contrário, sujeitou-se a política vigente dando testemunho que o seu Reino era do céu.

“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo;” (João 18:36 a)

A política é algo intrinsicamente humano, e é regulada pelas relações humanas. Necessária é, portanto, quando não há ninguém acima do homem que o governe. E assim como aos olhos de Deus o homem é um pecador e caído, a política por sua vez, é caída junto com homem. E isso podemos afirmar colocando todas as políticas sem nenhuma exceção dentro do mesmo cesto que o homem carrega.

Tomemos cuidado com qualquer sentimento de aparência cristã, quando vier por vias de discursos políticos.

“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.“(2 Timóteo 3:5)

Tais pensamentos utilizam das bem aventuranças do Evangelho para fazer os símplices tornarem a servidão do homem, seja através da política, ou mesmo dentro de alguma religião (por vezes até mesmo da esfera professa cristã).

“E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; “(Gálatas 2:4)

Tentando, porém, por vezes assimilar a sabedoria humana com a fé, buscamos encontrar os pontos que concordem, para que torne mais compreensível nossa caminhada e visão do mundo. Mas isso na prática demonstra-se não só desgastante para a alma, como nunca trará uma verdadeira paz. As Escrituras nos ensina a não nos conformar com o mundo e que temos a verdadeira paz em Cristo ao negar o mundo e a sabedoria no mundo contida.

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2)

Se por um lado tentamos conciliar pensamentos terrenos com nossa fé, por outro queremos debater. As vezes nos sentimos tentados em entrar em discussões para defender o que acreditamos perante o mundo. Porém tais disputas nunca produzirão algo bom, por mais sucinta e clara que seja a explicação.

“Não são do mundo, como eu do mundo não sou.”(João 17:16)

Lembremos que não é possível convencer alguém de Cristo por mais clara que sejam as palavras, por que isso é Deus quem faz, pela sua palavra e Seu Espirito. (não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.). Somos apenas instrumentos pelo qual o Evangelho deve ser pregado.

Toda vez que nos dispomos a entrar em um debate, entramos em um ambiente extremamente hostil. Vemos pelas escrituras que sempre os fariseus e saduceus o procuravam Jesus para debater seu intuito era fazer Jesus tropeçar em alguma palavra. Jesus portanto, nunca cedia aos enquadros e armadilhas, mas sempre respondia segundo a sabedoria que vinha do alto.

“E falaram-lhe, dizendo: Dize-nos, com que autoridade fazes estas coisas? Ou, quem é que te deu esta autoridade?

E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: Dizei-me pois:

O batismo de João era do céu ou dos homens?

E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que o não crestes?

E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que João era profeta.

E responderam que não sabiam de onde era.

E Jesus lhes disse: Tampouco vos direi com que autoridade faço isto.”

(Lucas 20:2-8)

Em outro ponto vemos essa bela escritura:

“Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?

Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? ”(Mateus 22:17,18)

Agora imaginemos por um breve momento se Jesus tivesse entrado nos méritos da legalidade do reinado de César ou das questões se o tributo era digno ou não. Certamente era tal disputa que procuravam os fariseus.

Porém disse Jesus:

“Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.

E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?

Dizem-lhe eles: De César.

Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.”

(Mateus 22:19-22)

No primeiro momento pode parecer covardia fugir da tentação da disputa, e nos apoiarmos somente na fé e também pode parecer ignorância para o mundo. Porém precisamos lembrar que não estamos aqui para disputar coisa alguma e que a fé é sim um firme fundamento.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."(Hebreus 11:1)

Na disputa surge inúmeras ramificações e galhos que quase nunca se encontram. Quando nos submetemos ao debate nos submetemos a validar o celeste pela visão terrena. E essa nunca foi a forma de Deus tratar as coisas, mas é a forma como nós homens mais gostamos de fazer.

Como já disse um antigo escritor: Quem deseja ter razão decerto a terá com o mero fato de possuir língua.

O debate é o terreno propicio para que todos saiam com razão. Principalmente se não houver humildade entre as partes.

A palavra de Deus é comunicada de cima para baixo. E o homem deve a compreender no nível espiritual e não carnal. Deus não submete a sua palavra a nenhuma validação. Pelo contrário, ele colocou a palavra acima de seu próprio nome, para que a aceitemos, não que a validemos.

“E disse Deus: Haja luz; e houve luz.”(Gênesis 1:3)

Cristo sempre estabeleceu uma validação daquilo que era terreno, por uma posição celeste:

O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más.(João 7:7)

Paulo nos ensina qual a verdadeira forma de defender a nossa posição em meio tais situações:

“E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; ”(1 Coríntios 2:4)

A seguir ele nos explica o porquê:

Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.(1 Coríntios 2:5)

A persuasão está ligada ao conjunto de argumentos utilizados em uma disputa. Paulo ressalta que nunca utilizou desse meio, por ser ineficaz em alicerçar a alma dos homens. E que a sabedoria do alto nunca poderá ser conciliada com a terrena(Comparando as coisas espirituais com as espirituais).

Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.

As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.(1 Coríntios 2:12,13)

A fé dada por Deus deve ser a lamparina do cristão em sua jornada. Essa lamparina, sob o ardente fogo da palavra deve lançar luz sobre os eventos do mundo e compreendendo esses eventos de cima. Pois a luz torna as coisas conhecidas. Discernindo tudo e por ninguém sendo discernida. E isso só é possível pelo precioso auxílio de seu Bom Espirito.

"Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido."(1 Coríntios 2:15)

"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho."(Salmos 119:105)

Paulo também nos ensina a fugir de questões que não trazem nenhuma edificação:

"Nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora." (1 Timóteo 1:4)

Na esfera intelectual do pensamento humano há uma escuridão incerta e ambígua que hora ou outra goza de um agradável feixe de luz. E esse feixe de luz é quem sustenta sua vã esperança em continuar no seu ilusório progresso. Imagine isso como uma floresta fria e escura, onde o brilho do sol tenta penetrar pela copa das árvores. Suas raízes permanecerão frias, ainda que o sol toque suas folhas.

O intelectual não pode entender o que vem de cima, pois isso deve ser revelado por Deus e não por sabedoria humana.

"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente."(1 Coríntios 2:14)

Pela fé dada por Deus, o verdadeiro cristão está em posição diferente do homem natural. Tendo ele as duas naturezas em seu próprio ser. O cristão percebe as coisas e os eventos a partir de uma posição superior(e certamente imerecida), iluminado por uma luz diferente. Quem nos ensinou isso foi o próprio Senhor Jesus:

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; ”(Mateus 5:14)

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida."(João 8:12)

Não espere, porém, que o mundo reconheça essa luz, pois eis o que o mundo testificou de Cristo:

“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.”(João 1:4,5)

“Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus? ”(João 7:48)

O Cristão não deve tentar convencer o mundo de sua fé, mas sim anunciar(pregar) o Evangelho. São duas coisas muito opostas em sua essência. A primeira está atrelada ao Eu, a carne. A segunda, a Cristo e a sua obra. A primeira fazemos pela carne, a segunda pelo Espirito.

Por outro lado, esse sentimento não deve de modo algum produzir uma superioridade no cristão. Tal sentimento tem origem na carne e corrompe nosso caminhar. O Cristão deve se humilhar diante de Deus e dos homens. Sabendo que se não fosse a fé concedida por um favor imerecido, esse também estaria vagueando entre os troncos secos dessa floresta escura.

O cristão não deve se sentir superior por ter recebido essa fé. Justamente porque ela é recebida por graça, e não por mérito algum.

E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?(1 Coríntios 4:7)

A sabedoria humana sempre se mostrou irreverente a Deus. Acaso não foi o princípio da sabedoria humana a emancipação do próprio Criador.

Lembremos caros irmãos que quando Eva foi tentada por Satanás. Era para derrubar de sua posição privilegiada que esta tinha pela fé em Deus e na Sua palavra vigente: “Não comerás do fruto da árvore do entendimento, porquê certamente morrerás”. Ao se sujeitar a tentação, abandonou sua posição.

Hoje existe uma guerra intelectual no mundo da qual o cristão não poderá participar sem sair ferido e sem levar coisa alguma dela. Portanto é bom evitá-la.

“É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, ”(1 Timóteo 6:4)

A guerra intelectual é uma guerra perdida para qualquer que seja o lado. Pois ela ignora a condição caída humana, e busca regular através do discurso democrático a mais pura e de alto nível projeção das coisas esperadas para o futuro.

O fruto pode até parecer bom em sua aparência, mas está apodrecido por dentro.

Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.(Mateus 7:18)

Agora muitos, em sua sabedoria, podem dizer que a fé é uma saída fácil e zombar da sua simplicidade recorrendo as razões do conhecimento humano.

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. ”(Romanos 1:22)

Mas não era Jesus um homem simples? Não é simples o fundamento do evangelho? Cristo foi claro em suas afirmações de que o homem é pecador e precisa de um Salvador.

“Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. ”(João 6:40)

A simplicidade é o pano de fundo de todo o Evangelho. Portanto, não nos desviemos dessa simplicidade. Nessa aparente fraqueza repousa o poder da graça de Deus.

Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.

Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes.

Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século?

"Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.

Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;

Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos." (1 Coríntios 1:18-23)

Não esqueçamos os rudimentos da revelação divina. O Evangelho é a revelação da Palavra que é Cristo. Cristo é a Palavra feita carne. Logo o Evangelho não é um conjunto de regras e instruções, mas sim a revelação de uma Pessoa. Ou seja, o Evangelho (ou as Boas novas) é o próprio Jesus.

O debate é uma arte humana antiga conhecida como retórica, ao qual pode ser utilizado em muitas áreas do conhecimento e com bons fins. E como toda a arte, essa também tem um inestimável valor. Não é a intenção de quem escreve desvalorizar o seu poder e aplicação, mas sim elucidar que quando os assuntos são de cima, tentar usar ferramentas terrenas nunca terá o efeito esperado. Pois assim como a fé vem de cima, as ferramentas que o cristão deve utilizar também devem ser de cima.

“Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;

Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; (2 Coríntios 10:3-5)