UM POPULAR CLÁSSICO

O documentário “Um popular clássico” pretende enfocar, as características deste ritmo com a cultura amazônica, formação deste ritmo, a interação entre as culturas e a aceitação do povo na atualidade.

Carimbo ou Curimbó é a expressão que tradicionalmente é conhecida este ritmo, o nome se dá em uma junção de duas palavras do Tupi-Guarani que significa Curi=pau , mbó=oco, este pau oco é o instrumento principal deste ritmo, que são feito de troncos de arvores e couro de animal, além do curimbó, este ritmo dispõe de outros instrumentos que lhe são característicos, tais como: Maracá, flauta, xeque-xeque (ganzá) e o banjo.

A história da Carimbó na Amazônia se deu por meio da contribuição da cultura afro, da cultura indígena e da cultura portuguesa. Da cultura afro é bastante visível na dança, giros e a postura de dançar que assemelha ao lundu, da cultura indígena, os instrumentos que são retirado da própria natureza e da cultura portuguesa tem influencia do fado (ritmo musical de Portugal), não deixa dúvidas quanto à sua importância e presença na vida local, pelo motivo de mostrar parte da cultura popular amazônica, descrevendo parte da vida dos povos antepassados da Amazônia, que atualmente aos poucos vai se ampliando sobre a população atual, hoje o Carimbó já faz parte do acervo artístico e cultural da região.

O Carimbó tem caráter popular, pois em suas composições mostra o cotidiano dos povos antepassados, envolvendo desde as dificuldades destes povos, passando para o lúdico e até chegar no surreal que são peças do folclore amazônico retratado em algumas canções. Este ritmo, também constituem-se por pessoas que através de várias gerações vem propagando o Carimbo, que se tornam importantes componentes da história do carimbó, cujo não haviam intenção alguma de tirar proveitos lucrativos, apenas vem a sua vida toda querendo contribuir com a cultura, registro se faz primordial, seja pelo reconhecimento ao conjunto da obra dessas pessoas, seja pelo resgate da memória musical recente do povo amazônico.

Os percussores deste ritmo são conhecidos como mestres, pois sem qualquer instrução acadêmica foram capazes de criar um linguagem característica deste ritmo.

Desta forma, transformar o assunto em vitrine audio-visual é reconhecer sua verdadeira essência, explícita no cotidiano amazônico, mas ainda pouco explorada sob o ponto-de-vista do registro documental e pessoal, alicerçado sobre bases fonográficas, bibliográficas e, sobretudo, advindas da história oral relatada pelos Mestres, para que se possa fazer jus à sua efetiva contribuição para a música popular local.

Flávio Miranda
Enviado por Flávio Miranda em 14/10/2007
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