Acessibilidade e inclusão, qual é meu papel como cidadã?

Esse texto fala sobre a inclusão que sempre ouvimos e que na maioria das vezes é da boca para fora, ainda muito superficial. Quando eu era totalmente leiga sobre pessoas surdas, eu também pensava sobre o conceito de inclusão, pensava no porque precisava incluir, porque as pessoas afastavam elas, para depois ter que incluir, afinal, cresci vendo filmes e vídeos motivacionais, e tinham pessoas deficientes e elas conseguiam fazer a mesma coisa que a gente, só que de forma adaptada, diferente, então porque a gente não estava todo mundo junto? Apenas quando eu tive o contato com a libras e sobre a cultura surda que eu consegui captar que não estávamos fazendo um favor para os surdos tentando entender e conhecer sobre eles, era o que a gente, deveria fazer como seres humanos, como sociedade. A sociedade vê o surdo, de duas formas, ou é alguém que precisa de ajuda, o coitadinho, e ai como bons samaritanos, ajudamos, e existe quem nem tente ajudar, tem medo de contato, até chegar perto, e acabam deixando a pessoa de lado, vão ignorando, e isso acaba invisibilisando e criando barreiras entre ouvintes e surdos.

Me lembro depois de erroneamente achar que inclusão seria interpretes, como por exemplo escolas com interpretes poderiam ser o final das barreiras, mas seria só para o aluno entender a matéria, no final, ele não teria com quem conversar, os alunos não teriam aprendido a falar com ele, nem o mais básico. Então, partindo dai, as pessoas começam a pensar que o melhor seria eles estarem em um colégio só de surdos, ele estaria com pessoas da língua dele e que se identificam, mas eles estariam mais uma vez distantes do resto das pessoas, os ouvintes. A inclusão mesmo, real, seria numa escola que ensinasse assim como o português, a Libras, e as duas culturas seriam ensinadas igualmente, sem uma se sobressair a outra, então os alunos ouvintes também aprenderiam a conversar com seus colegas surdos, e os entenderiam, e com o passar dos tempos, as crianças cresceriam e passariam os conhecimentos pros filhos, haveria mais respeito, conversas sem precisarem de tradução, pois já saberiam, seria como conversar em português, como nós, ouvintes, fazemos e como eles fazem com a Libras.

A inclusão é para todos, quem quiser vai ser recebido muito bem, por experiência própria, eu sempre tive muito medo de não terem paciência com minha dactilologia lenta, com a questão de eu não saber se teriam o interesse de me ensinarem os sinais que eu não conhecia, mas sempre tiveram, nos relatos que ouço dos meus amigos é a mesma coisa, eles recebem de braços totalmente abertos quem está aberto a conhecer mais sobre eles, sobre sua cultura, que é riquíssima e que pouquíssima gente toma conhecimento. É uma questão de satisfação, de conhecimento e de empatia.