No décimo andar.
   Era uma rotina : levantar  bem cedo, tomar banho, um cafezinho, e, rumo ao trabalho.
   À janela uma mãe, olhando até onde a vista pudesse alcançar.
   E a filha?
   Sempre olhando para trás antes de virar a esquina pois a mamãe ficava na janela para assentir,  acenar, mandar um beijinho, e orar para o Senhor livrá - la do mal.
  Ambas tinham o mesmo sentimento - amor.
  Parecia que não podia seguir o dia sem aquele ritual, pois aquele momento trazia uma sensação de bem estar, de um raio de sol sobre elas. A esperança de que mais tarde voltaria para alegria de ambas.
   Volta é prazer. É Festa! Contudo, um dia ela se foi e não voltou.
    Como é difícil carregar nosso fardo ( suspiros).
    Ah, se pudesse esquecer! Apagar tudo.
    Como?...
     Palavras do poeta Mário Quintana:
     "Eu agora... que desfecho!
     Já nem penso mais em ti...
     Mas será que nunca deixo
     De lembrar que te esqueci?"

     Não vou contar o fim  dessa  história e quantos sonhos deixamos pelo caminho.
     Mas, afirmo que não esqueci.



   
   



 
Ilma Albuquerque
Enviado por Ilma Albuquerque em 09/04/2020
Reeditado em 09/04/2020
Código do texto: T6911483
Classificação de conteúdo: seguro