CARNAVAIS MUITO DIFERENTES OS DE OUTRORA
CARNAVAIS MUITO DIFERENTES OS DE OUTRORA
Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020
Esse próximo final de semana que chega já é o do carnaval.
Mas na idade em que cheguei, com quase sete décadas de existência, não tenho nenhuma expectativa pra ele. E mesmo desde meus vinte poucos anos já não tinha nenhum apreço.
Era o ano de 1974, quando um colega me convidou para ir acampar com ele. Também iriam mais outros dois. E eu, a princípio, relutei porque não tinha nenhuma simpatia por esse tipo de evento. Até possuía uma certa rejeição por ele e por quem o praticava.
Via naqueles que acampavam um perfil um tanto quanto desajustado. Com mochilas, panelas e outros apetrechos pendurados pelo corpo, achava aquilo o fim da picada. Mas ainda bem que nunca fui daqueles que afirmam que "dessa água não beberei". Daí que considerei o convite.
Então, no sábado de carnaval, nós quatro partimos em direção à estação de trem de Deodoro, ainda de madrugada, para pegar o famoso trem denominado de "macaquinho", embarcando nele em direção e destino de Mangaratiba, na chamada Costa Verde.
A princípio, ainda sendo a minha primeira viagem nessa atividade, não possuía todos os apetrechos necessários para se fazer um bom acampamento. Só o mínimo necessário e básico. Esses são os que se chamavam de "selvagem", porque é em área livre, quase sempre beira de praia e em locais pouco habitados.
Mas não tivemos muita sorte nesse primeiro acampamento. Choveu uns dois dias, aquelas chuvas torrenciais, que nos trouxeram muitas dificuldades. E a primeira delas foi nos fazer passar um sufoco danado com a própria barraca e em manter acesa a fogueira de galhos secos.
Isso não chegou a nos desanimar. Resistimos muito bem. E ficamos por lá até à quarta-feira de cinzas, quando retornamos para nossos lares, e até alegres e satisfeitos com a nossa empreitada.
Daí para a frente, nos anos seguintes, sempre em feriados longos íamos acampar. Mas aí já mais aparelhados, com basicamente todos os apetrechos necessários para se ficar bem num acampamento selvagem como aqueles.
E por muitos anos repetimos essa prática, abandonando de vez o tão badalado carnaval do Rio de Janeiro. Mas infelizmente a idade pesou para todos nós e abandonamos tais práticas. Mas hoje em dia é um tremendo risco de vida arriscar-se numa brincadeira e num passeio como esses.
A violência já não permite, trazendo um risco muito grande à segurança e à vida de todos. Mas quem fez tal tipo de diversão não a esquecerá jamais. Uma pena que os jovens de hoje não tenham a oportunidade de praticá-las.
*Em tempo: é sabido que ainda existem acampamentos país afora. Mas são estruturados, com quase todos os confortos que se tem em casa, o que não acontecia naqueles nossos acampamentos. E o prazer estava na liberdade de se tomar banho em rios e cachoeiras e também nas praias onde estabelecíamos as barracas.