O RESCALDO DO INCÊNDIO EMOCIONAL.
Aclibes Burgarelli.
Aula inaugural do Curso de Aprimoramento Espiritual, promovido pelo Lar Espírita "O Caminho da Família Unida", em São Paulo, Capital, Bairro do Ipiranga, em fevereiro de 2020.
Às vezes, mesmo sem o desejar, somos levados a um envolvimento comportamental terrível, que dilacera nosso estado emocional e põe em desarmonia todas as tentativas de equilíbrio para um bem viver.
Essa realidade sempre me tomou de surpresa quanto à razão de assim acontecer, uma vez que não conseguia entender o porquê de certos conflitos entre pessoas, sem distinção de amizade, inimizade ou mesmo no seio de nossa família.
Já passei, conforme todas as pessoas humanas passaram, por situações dessa natureza, desde os desentendimentos mais simples com familiares, amigos e companheiros até os mais graves e perturbadores da estabilidade emocional. De início, sem a luz da inspiração espiritual, adotava justificativas pessoais, por mim julgadas acertadas, de sorte que, em regra, minha conduta sempre fora a correta, diante de um choque desestabilizador do necessário equilíbrio da conjuntura orgânica do ser humano.
Não raro, quase sempre, com atribuição ao adversário a conduta culposa pelo surgimento do embate, com raríssimas exceções. A verdade é que as consequências sempre foram as piores para minha vida e também para os momentos futuros. Guardadas na memória as tristezas passadas, outros acontecimentos se colocavam diante de mim, para novos embates. O pior é que a sequência desses fatos leva as pessoas a uma aceitação errada de viver, como se pudesse criar um instrumento de defesa contra nossos desafetos, sejam eles quem forem.
De alguma forma, as pessoas são levadas ao entendimento de que a vida é assim mesmo e nada poderá ser feito para evitar dissabores. Pior que isso tudo nos leva a certo posicionamento de defesa preventivo, no curso da vida, defesa essa relacionada com a suposta necessidade de se evitarem certos dissabores, passivamente, sob pena de sofrimento mais intenso do que aquele advindo da prevenção.
Ouso afirmar que, a rigor, essa situação, muito comum, é covardia espiritual, ou melhor, ignorância da verdade apontada por Jesus, o Mestre maior.
Será que viver é isso mesmo? Será que viemos ao mundo para sofrer e aprender a utilizar o método mais injustificado que é o de se suportarem conflitos pelo caminho do menor sofrimento?
De tanto meditar, refletir e buscar um caminho seguro, cheguei à conclusão que a negativa, às questões acima, se impõe, ou seja, não vivemos no mundo para sofrer na ignorância e o caminho não é a aceitação passiva de menor sofrimento, para evitar maior jugo.
Inspirei-me, num certo momento, no célebre aforismo de Rui Barbosa, pronunciado num instante similar ao que me encontrava, mas que denotou preocupação político-social. Percebi que um sentimento de harmonia e equilíbrio de um estado político-social não pode estar dissociado de um sentimento moral de harmonia e de equilíbrio espiritual, porque, se não houvesse esse relacionamento, o ser humano seria uma máquina pensante o que é inadmissível.
Este é o aforismo, ou seja, sentença que, em poucas palavras, mostra um princípio de grande alcance: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. ”
Tomei a palavra “honesto” para reflexão, porquanto a honestidade à qual se referiu Rui, não poderia ser a ilusória honestidade da existência humana, no dia a dia, porque esse fato não é verdadeiro ao se considerar o egoísmo inato do ser humano.
A honestidade verdadeira encontra-se em um dos princípios da Boa Nova de Jesus, exarados nas revelações dos escritos antigos, quer dos apóstolos, quanto de seus seguidores. Destaca-se este: ” Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai exceto por mim. Se você me conhece, você também conhecerá meu Pai. De agora em diante você o conhece e o viu “( Jo 14,6 ).
Complementa o ensinamento, outro princípio, qual seja o princípio do Amor que, acreditamos, no momento em que Rui se pronunciou com utilização da palavra honestidade, a bem da verdade, intuía o sentimento de Amor, embora, talvez, tenha sentido timidez em utilizá-la, para não quebrar sua autoridade política.
O amor, sem dúvida alguma, é a revelação da VERDADE, não a verdade das justificativas utilizadas no relacionamento entre pessoas e acerca de fatos desagradáveis à aceitação de um grupo social, mas a verdade de Jesus.
O Amor, está também revelado nas mensagens de Jesus, conforme segue: “É assim que conhecemos o amor: Ele deu a vida por nós. Devemos também estabelecer nossas vidas para nossos irmãos e irmãs “( 1 Jo 3,16).
No momento em que se invoca a autoridade Divina de Jesus, nos distanciamos da autoridade imposta pelas convenções sociais, políticas e até mesmo educacionais, porque, estas, são práticas experimentadas para um bom viver que de bom, no nosso dia a dia, está longe da bondade de Jesus.
Por exemplo, a quase unanimidade de povos da terra, atribuem à nossa vinda do jeito de obra de um Ser Supremo, onipotente, do qual, nas insuficientes línguas existentes, seríamos filhos. Contraditoriamente, afirmamos que todos somos filhos de Deus; no entanto, aquele que nos desagrada durante a vida, ou nos atormenta, ou nos ameaça, não o aceitamos do jeito de irmão.
Para essa verdade egoísta do ser humano, não há outra palavra adequada senão considera-la hipócrita a justificar esse comportamento que afeta a quase toda humanidade, com raras exceções.
Confiram-se, nos noticiários, as veiculações que informam desordens familiares, por exemplo, acerca do termo sociológico no sentido de que a família é célula mater social. Anote-se que, quanto da formação do relacionamento entre duas pessoas, para formação de família, tudo é justificado em nome do amor. Amor não apropriado, porque o pensamento dos interessados não está voltado ao Amor conceituado por Jesus e que se escreve com maíuscula, isto é, Amor. Trata-se de amor conveniente, ou seja, de conteúdo sexual, financeiro e seja lá o que for conveniente no momento.
Ora, não se encontra aqui o Amor a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si próprio e ao Amor que Jesus devotou a todos. O amor que justifica o ato de união ou relacionamento entre as pessoas, conforme foi dito atrás, ou é de natureza sexual, ou de natureza financeira ou voltada a um interesse específico extraído de algo que nada tem a ver com o verdadeiro Amor.
Afirma-se que no momento em que se resiste a um interesse individual contrário ao nosso, tem-se um litígio e este de maneira violenta apaga todo o passado justificativo do relacionamento.
As notícias mostram quão violentos são aqueles que “amaram”. Quão violento é o rompimento de um relacionamento que trouxe à luz prole, às vezes, intensas. Indaga-se. Diante desses acontecimentos comuns, sim lamentavelmente comuns, o que faltou?
Com toda a certeza e evidência, faltou o Amor verdadeiro, faltou compreensão e tolerância adequada. Faltou aproximação e fixação nos ensinamentos de Jesus, faltou a certeza de que somente nesses ensinamentos será encontrado o verdadeiro caminho da verdade.
A verdade não é aquela que cada desafeto cria, no seu íntimo, para justificar sua ação como a correta. Nem mesmo um criminoso, preso em flagrante e levado à presença de autoridade judiciária, diz ser culpado. Todos se declaram inocentes.
Se Jesus é o caminho, a verdade e a vida e ninguém se revelará a não ser por meio desses ensinamentos, a conclusão óbvia é no sentido de que devemos aprender, humildemente, de que maneira devemos caminhar nessa estrada da vida para alcançar a verdadeira Paz.
Não nos cabe ditar soluções práticas, mas orientar no sentido de que o caminho existe; quem deverá caminhar é cada um que vier a compreender a estrutura de sua imperfeição; que a ajuda não vem da vida, mas do espírito e, finalmente, no momento em que se construir uma estrutura onde não houver lugar para dúvida.
Ausência de dúvida é estado de fé; por conseguinte, aprenda-se a ter fé, a pedir, a procurar e a bater na porta adequada e tudo será revelado.
Se o ser humano, espiritualmente, é o que pensa, busque atrair os pensamentos em forma de ondas positivas e não negativas, porque estas não transformam o bom em mau, mas em mau aquele que pensou o mal.
Aclibes Burgarelli.
Aula inaugural do Curso de Aprimoramento Espiritual, promovido pelo Lar Espírita "O Caminho da Família Unida", em São Paulo, Capital, Bairro do Ipiranga, em fevereiro de 2020.
Às vezes, mesmo sem o desejar, somos levados a um envolvimento comportamental terrível, que dilacera nosso estado emocional e põe em desarmonia todas as tentativas de equilíbrio para um bem viver.
Essa realidade sempre me tomou de surpresa quanto à razão de assim acontecer, uma vez que não conseguia entender o porquê de certos conflitos entre pessoas, sem distinção de amizade, inimizade ou mesmo no seio de nossa família.
Já passei, conforme todas as pessoas humanas passaram, por situações dessa natureza, desde os desentendimentos mais simples com familiares, amigos e companheiros até os mais graves e perturbadores da estabilidade emocional. De início, sem a luz da inspiração espiritual, adotava justificativas pessoais, por mim julgadas acertadas, de sorte que, em regra, minha conduta sempre fora a correta, diante de um choque desestabilizador do necessário equilíbrio da conjuntura orgânica do ser humano.
Não raro, quase sempre, com atribuição ao adversário a conduta culposa pelo surgimento do embate, com raríssimas exceções. A verdade é que as consequências sempre foram as piores para minha vida e também para os momentos futuros. Guardadas na memória as tristezas passadas, outros acontecimentos se colocavam diante de mim, para novos embates. O pior é que a sequência desses fatos leva as pessoas a uma aceitação errada de viver, como se pudesse criar um instrumento de defesa contra nossos desafetos, sejam eles quem forem.
De alguma forma, as pessoas são levadas ao entendimento de que a vida é assim mesmo e nada poderá ser feito para evitar dissabores. Pior que isso tudo nos leva a certo posicionamento de defesa preventivo, no curso da vida, defesa essa relacionada com a suposta necessidade de se evitarem certos dissabores, passivamente, sob pena de sofrimento mais intenso do que aquele advindo da prevenção.
Ouso afirmar que, a rigor, essa situação, muito comum, é covardia espiritual, ou melhor, ignorância da verdade apontada por Jesus, o Mestre maior.
Será que viver é isso mesmo? Será que viemos ao mundo para sofrer e aprender a utilizar o método mais injustificado que é o de se suportarem conflitos pelo caminho do menor sofrimento?
De tanto meditar, refletir e buscar um caminho seguro, cheguei à conclusão que a negativa, às questões acima, se impõe, ou seja, não vivemos no mundo para sofrer na ignorância e o caminho não é a aceitação passiva de menor sofrimento, para evitar maior jugo.
Inspirei-me, num certo momento, no célebre aforismo de Rui Barbosa, pronunciado num instante similar ao que me encontrava, mas que denotou preocupação político-social. Percebi que um sentimento de harmonia e equilíbrio de um estado político-social não pode estar dissociado de um sentimento moral de harmonia e de equilíbrio espiritual, porque, se não houvesse esse relacionamento, o ser humano seria uma máquina pensante o que é inadmissível.
Este é o aforismo, ou seja, sentença que, em poucas palavras, mostra um princípio de grande alcance: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. ”
Tomei a palavra “honesto” para reflexão, porquanto a honestidade à qual se referiu Rui, não poderia ser a ilusória honestidade da existência humana, no dia a dia, porque esse fato não é verdadeiro ao se considerar o egoísmo inato do ser humano.
A honestidade verdadeira encontra-se em um dos princípios da Boa Nova de Jesus, exarados nas revelações dos escritos antigos, quer dos apóstolos, quanto de seus seguidores. Destaca-se este: ” Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai exceto por mim. Se você me conhece, você também conhecerá meu Pai. De agora em diante você o conhece e o viu “( Jo 14,6 ).
Complementa o ensinamento, outro princípio, qual seja o princípio do Amor que, acreditamos, no momento em que Rui se pronunciou com utilização da palavra honestidade, a bem da verdade, intuía o sentimento de Amor, embora, talvez, tenha sentido timidez em utilizá-la, para não quebrar sua autoridade política.
O amor, sem dúvida alguma, é a revelação da VERDADE, não a verdade das justificativas utilizadas no relacionamento entre pessoas e acerca de fatos desagradáveis à aceitação de um grupo social, mas a verdade de Jesus.
O Amor, está também revelado nas mensagens de Jesus, conforme segue: “É assim que conhecemos o amor: Ele deu a vida por nós. Devemos também estabelecer nossas vidas para nossos irmãos e irmãs “( 1 Jo 3,16).
No momento em que se invoca a autoridade Divina de Jesus, nos distanciamos da autoridade imposta pelas convenções sociais, políticas e até mesmo educacionais, porque, estas, são práticas experimentadas para um bom viver que de bom, no nosso dia a dia, está longe da bondade de Jesus.
Por exemplo, a quase unanimidade de povos da terra, atribuem à nossa vinda do jeito de obra de um Ser Supremo, onipotente, do qual, nas insuficientes línguas existentes, seríamos filhos. Contraditoriamente, afirmamos que todos somos filhos de Deus; no entanto, aquele que nos desagrada durante a vida, ou nos atormenta, ou nos ameaça, não o aceitamos do jeito de irmão.
Para essa verdade egoísta do ser humano, não há outra palavra adequada senão considera-la hipócrita a justificar esse comportamento que afeta a quase toda humanidade, com raras exceções.
Confiram-se, nos noticiários, as veiculações que informam desordens familiares, por exemplo, acerca do termo sociológico no sentido de que a família é célula mater social. Anote-se que, quanto da formação do relacionamento entre duas pessoas, para formação de família, tudo é justificado em nome do amor. Amor não apropriado, porque o pensamento dos interessados não está voltado ao Amor conceituado por Jesus e que se escreve com maíuscula, isto é, Amor. Trata-se de amor conveniente, ou seja, de conteúdo sexual, financeiro e seja lá o que for conveniente no momento.
Ora, não se encontra aqui o Amor a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si próprio e ao Amor que Jesus devotou a todos. O amor que justifica o ato de união ou relacionamento entre as pessoas, conforme foi dito atrás, ou é de natureza sexual, ou de natureza financeira ou voltada a um interesse específico extraído de algo que nada tem a ver com o verdadeiro Amor.
Afirma-se que no momento em que se resiste a um interesse individual contrário ao nosso, tem-se um litígio e este de maneira violenta apaga todo o passado justificativo do relacionamento.
As notícias mostram quão violentos são aqueles que “amaram”. Quão violento é o rompimento de um relacionamento que trouxe à luz prole, às vezes, intensas. Indaga-se. Diante desses acontecimentos comuns, sim lamentavelmente comuns, o que faltou?
Com toda a certeza e evidência, faltou o Amor verdadeiro, faltou compreensão e tolerância adequada. Faltou aproximação e fixação nos ensinamentos de Jesus, faltou a certeza de que somente nesses ensinamentos será encontrado o verdadeiro caminho da verdade.
A verdade não é aquela que cada desafeto cria, no seu íntimo, para justificar sua ação como a correta. Nem mesmo um criminoso, preso em flagrante e levado à presença de autoridade judiciária, diz ser culpado. Todos se declaram inocentes.
Se Jesus é o caminho, a verdade e a vida e ninguém se revelará a não ser por meio desses ensinamentos, a conclusão óbvia é no sentido de que devemos aprender, humildemente, de que maneira devemos caminhar nessa estrada da vida para alcançar a verdadeira Paz.
Não nos cabe ditar soluções práticas, mas orientar no sentido de que o caminho existe; quem deverá caminhar é cada um que vier a compreender a estrutura de sua imperfeição; que a ajuda não vem da vida, mas do espírito e, finalmente, no momento em que se construir uma estrutura onde não houver lugar para dúvida.
Ausência de dúvida é estado de fé; por conseguinte, aprenda-se a ter fé, a pedir, a procurar e a bater na porta adequada e tudo será revelado.
Se o ser humano, espiritualmente, é o que pensa, busque atrair os pensamentos em forma de ondas positivas e não negativas, porque estas não transformam o bom em mau, mas em mau aquele que pensou o mal.