ESTÃO FORMANDO ROBÔS
Nas últimas décadas do século XX, assistimos a grandes mudanças, tanto no campo socioeconômico e político, quanto no da cultura, no da ciência e da tecnologia. Ao observarmos o cenário atual, identificamos palpáveis fatores que alteram as relações sociais, econômicas e políticas. Essas mudanças apontam para uma nova ordem mundial, que, sobretudo, ainda não se encontra totalmente delineada. Mas desenha os moldes e princípios quais devem seguir o ser humano na perspectiva do crescimento social e profissional.
Nesse quadro de transformações, avanços tecnológicos e desenvolvimento humano, a educação torna-se um dos pilares mais plausível na vida do homem. Diante disso tudo, a escola se vê na necessidade de estar ao nível e de acompanhar as mudanças constantes do atual desenvolvimento mundial.
A universidade tem, portanto, o papel de formar cidadãos e cidadãs capacitados e compatíveis com o mundo atual. Mas, na vertente que se encontra a atual formação do cidadão, diante de uma educação totalmente mecanizada de aprendizagem, a universidade já não é mais a porta de entrada para a constituição de um sujeito mais humano e social. Ela caminha, porém, para a formação de um homem apto ao mercado trabalhista que complemente a mão-de-obra exigida pelo mercado de trabalho.
O fator conseqüente é que a universidade acaba formando cidadãos competentes para uma sociedade controlada por ações de poder e por anseios a bens materiais. Ou simplesmente aptos ao atendimento do mercado de trabalho. O que forma um humano limitado e sensível à nova ordem de pânico, insegurança e males que adentram no ego de cada cidadão que vive a busca constante de uma satisfação pessoal.
Seria oportuno dizer que a universidade brasileira está formando robôs? Talvez sim. Mas seria consciente dizer que a principal conjectura, exige, para as atuais circunstancias, cidadãos aptos e preparados para exercer funções. Este é um dos lados, que embora positivo, leva o homem a se poupar das habilidades e discussões críticas dos problemas sociais, políticos e culturais. Como diz o autor, que não me vem à memória neste instante: “a palavras politização continua abolida da universidade...”.
É preciso que as universidades se atinem aos méritos de dar condições básicas de cidadania, mesmo garantindo a liberdade do mercado e da competição econômica. E, para evitar o confronto entre esses dois interesses, permita a sociabilidade e a vivência humana e comunitária.
É preciso formar profissionais, sim. Mas, é imprescindível que a família, a cultura, a política e a interatividade humana sejam o ápice da formação do homem.