SOMOS UM ETERNO CONFLITO
SOMOS UM ETERNO CONFLITO
Ainda que muitos duvidem que Deus exista, Ele existe, não tenho dúvida, e, é pai bondoso e complacente.
Desde o longínquo dia em que o homem pela vez primeira apareceu neste planeta, sempre teve de Deus a proteção e o carinho que um pai tem para com seu filho. Afinal era o homem, criado à sua imagem e semelhança. Gêneses 1.26-2.17
Primeiro, deu ao homem um Paraíso terrestre dotado de todas as delícias, sem que este tivesse a necessidade de trabalhar, ou estivesse sujeito aos males e desventuras que carregamos desde que o homem Adão perdeu a inocência. Apesar de não duvidarmos de sua sabedoria e perfeição absolutas, pois Deus é absoluto, penso que Ele em sua bondade subestimou o homem ao fazer dele criatura ociosa. Resultado: Adão cansado de nada fazer, inventou também de ser um deus e, orgulhosamente desobedeceu.
Carregando sua própria maldição, é o homem um ser cheio de contradições: embora livre, não sabe lidar com a liberdade, embora reclame de sua fugidia existência terráquea, inventa guerras, dizimando-se a si próprio.
Mas Deus não desistiu, ele nunca desiste de nós, e então arquitetou a Nova Ordem Salvítica.
Porque se havia perdido a harmonia planejada desde o começo dos tempos, haveria de se realizar aquilo que, ao homem é incompreensível se não for analisado sob a luz da Fé: o maior dos mistérios talvez só comparável com o mistério da criação do Universo: a humanização do próprio Deus na pessoa de seu filho nosso Senhor, o qual, pelo sacrifício da própria vida haveria de conciliar todas as coisas. “Prova de amor maior não há”.
O Deus dos profetas materializou alfim, sua face humana - Deus presente, não distante e fugidio.
Ele se importa, pois, conosco ainda que muitas das vezes nos sintamos desamparados e cheios de dúvidas. Isso nos inquieta, intriga e instiga; faz parte de todo este grande mistério que nos envolve e, que pela nossa finitude jamais o entenderemos. Mas porque somos seres livres – ainda que não nos seja dado escolher o mundo em que deslizará nossa vida, cabe contudo, a nós a tarefa e a responsabilidade na construção de nosso próprio destino.
“Somos um eterno conflito, duas palavras em conflito: sim e não”.
A ilação que podemos tirar de tudo isto, é esta: o homem precisa, de trabalhar para dignificação e, sua realização como pessoa.
Para encerrar gostaria de citar a frase lapidar de Aquilino Ribeiro, “alcança quem não cansa”. Embora a mesma não enquadre toda a moral da história, nos deve concitar a uma reflexão, já que hoje no Brasil estamos passando por um momento tormentoso como nunca visto na história deste país, onde todos os valores da moral cristã estando sendo espezinhados com o maior despudor e insensatez. Estamos na era do compadrio, ninguém sobe pelos próprios valores. É o exemplo que nos vêm de “cima”.
Como queremos, pois, que o povo em sua grande maioria analfabeto ou semi- analfabeto possa encontrar o caminho para sua evolução e realização pessoal, já que se espelha no que vêm de “cima”? E o nos que vêm de cima, nem é bom aqui adjetivar, para não conspurcar os doces eflúvios da primavera que já se fazem sentir no ar.
Mas, como também o inverno embora rigoroso passa, também os maus tempos hão de passar. Como diz o ditado: não há bem que sempre dure, nem mal que não acabe. Eduardo de Almeida Farias