PSICOFOBIA

Mas o que é a psicofobia?

O caso de Shaonny Takaiama não é isolado. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem os mais altos índices de depressão e transtornos de ansiedade da América Latina, por exemplo. O termo psicofobia, então, foi criado para evitar que essa população seja afastada do convívio social.

O conceito faz parte de uma campanha da ABP para chamar atenção sobre o preconceito sofrido por quem foi diagnosticado com transtorno mental. Durante a campanha, também foi criado o projeto de lei do Senado 74/2014 que criminaliza a psicofobia.

"A palavra psicofobia é fruto de um contexto em que as pessoas são diagnosticadas e têm vergonha de se tratar. Foi preciso classificar o preconceito que essas pessoas sofrem, na mesma linha da homofobia e xenofobia. A ideia de criminalizar é ser uma ação educativa e de conscientização; não tem como objetivo colocar ninguém na cadeia. As pessoas precisam cuidar e respeitar as pessoas portadoras de transtornos mentais", argumenta Antonio Silva, presidente da APAL (Associação Psiquiátrica da América Latina), em entrevista ao HuffPost Brasil.

Silva chama atenção para a falta de políticas públicas que protejam essas pessoas ou, ainda, que possibilitem um atendimento médico ampliado para melhor diagnóstico e acompanhamento dos casos.

"Hoje em dia, não há nenhuma orientação caso você deixe de contratar alguém por um quadro psiquiátrico", explica Silva.

Para Shaonny Takaiama, uma ação judicial contra a instituição seria uma estratégia para chamar atenção do que é a psicofobia na sociedade. Mais do que a via criminal, Takaiama defende que os pacientes falem abertamente sobre os seus transtornos.

"Quero que isso abra um precedente para que outras pessoas que também sofrem do mesmo problema que eu sofri criem coragem e comecem a buscar justiça. Para que a cultura das empresas comece a mudar no que tange aos transtornos mentais, é necessário que as pessoas não tenham medo de se expor nem de lutar contra o preconceito", conclui.

OBS:A jornalista Shaonny Takaiama participou de um processo seletivo em uma empresa no final de 2017.Ela já havia passado pelas etapas principais,como entrevistas com gestores.Após a análise do currículo e das competências de Takaiama,ela foi aprovada para a vaga.Porém nunca chegou a exercer o posto.O motivo?Ao revelar no exame admissional que era diagnosticada com Trastorno bipolar e borderline,a jornalista acabou sendo desclassificada da seleção.Em depoimento ela disse que foi vítima de psicofobia por parte da instituição.Lamentável!

DIGA NÃO AO PRECONCEITO

By Ana Beatriz Rosa

Fonte:Huffpost

Jornalista: Ana Beatriz Rosa
Enviado por Iná de Paula em 22/11/2019
Reeditado em 24/11/2019
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