A PROPÓSITO DO DIA 20 DE NOVEMBRO Il
Neste dia, 20 de novembro, ao relembrarmos os nossos ancestrais e refletimos sobre a dispersão dos africanos pelo mundo, a diáspora negra, e mais particularmente pelo Brasil, quando para cá eles vieram em travessia forçada através do Oceano Atlântico, quando em números expressivos os imigrantes aportaram em terras brasileiras, e principalmente nos portos da Bahia e Rio de Janeiro.
Foi Portugal, o maior importador de pessoas a serem escravizadas, e do continente africano, monopolizou o comércio nefando durante séculos. Suas nove mil viagens atestam isto.
Nestas nove mil viagens, mais de cinco milhões de africanos foram transportados para o Brasil e colônias portuguesas. O Brasil, recém descoberto, carecia de braços para suas lavouras e suas minas, tendo sido a colônia que maior numero de africanos recebeu. Foram os povos Jejes, bantos, angolas, ketos, nagôs....destinados aos mais diversos postos de trabalho forçado.
E foi no Brasil que a escravidão mostrou a sua face mais horrenda. No entanto, foi com as suas mãos e seus braços, que o povo africano escravizado, ergueu a Colônia, tornando-a àquela época, potência mundial na produção de açúcar. Com o seu suor e suas dores construíram o Brasil e movimentaram a economia, antes incipiente.
As lavouras de açúcar e seus engenhos, o tabaco, o algodão, o café, a pecuária, o ouro e sua extração, as pedras preciosas nas Minas Gerais, os pedreiros, os trabalhadores domésticos, os trabalhadores de ganho, as mulheres que equilibravam na cabeça, doces e acepipes, mercando, e chamando a atenção dos possíveis fregueses; as amas de leite que se tornaram as mães pretas, os moleques de recado, os barqueiros.
O Brasil foi construído pelos braços africanos, cujo sangue empapava o chão em que brotavam os vigorosos pés de cafe
O povo preto existindo sobre a terra, há milênios, trouxe para o Brasil culturas e conhecimentos milenares, que difundidos, incorporaram-se ao cotidiano do povo brasileiro.
Hoje, contamos mais de cem anos que findou-se o regime de trabalhos forçados, resultantes da escravidão negra, porém, suas consequências nefastas ainda são sentidas. A violência, o racismo, a ausência de oportunidades dele decorrentes, a discriminação, a falta de moradia, o desemprego.
Sessenta e quatro por cento de pessoas que integram a população carcerária no Brasil, são negras.
O banzo ainda permanece entre nós...
O sofrimento persiste na população negra, suas dores, seus dissabores, nos impondo grandes perdas, refletidas nas altas taxas de suicídios de nossos jovens, que se transformam em grave problema de saúde pública, provocados por fatores letais como a violência, a solidão, os maus tratos, a negligência, a rejeição, o sentimento de inferioridade, e outros.
O racismo, a discriminação e a segregação matam.
Muitas vezes apresentam-se de forma traiçoeira, silenciosa, sorrateira e dissimulada, mas, agem impiedosamente.
Somos responsáveis uns pelos outros. O bloco do eu sozinho, que muitos pretendem, está longe da verdade.
Deus nos criou, a todos, iguais.
Diante de tantas necessidades impõe-se a implementação de poíticas públicas aqueles em estado de maior vulnerabilidade social, provendo de igual maneira, educação e saúde de qualidade para todos.
Quanto as conquistas, elas foram alcançada mas
precisamos de mais.
As ações afirmativas visando ampliar o acesso de pessoas pretas e congêneres ao ensino superior, conhecidas como o sistema de cotas, nos possibilita ler em letras garrafais as manchetes exibidas nos jornais: "Pretos são maioria pela primeira vez nas niversidades". A ascensão dos pretos a classe média, destacada por estudiosos brasileiros e pela imprensa estrangeira, nos permite perceber que mudanças estão ocorrendo.
As guerras e batalhas travadas por nossos ancestrais não foram em vão.
"Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas, continue em frente de qualquer jeito." Martin Luther King
Permaneçamos na luta e sigamos. Ainda há muito a ser feito.
Permaneçamos na luta e sigamos. Ainda há muito a ser feito.