Só o amor constrói
Grito dos Excluídos
"Cala a Boca Calabar", livro do escritor e jornalista Fernando Conceição, nascido e criado no bairro, parece ter dado voz e vez à comunidade encravada no meio de uma zona nobre de Salvador.
E esta voz ecoa forte ainda hoje. No último dia 29 a comunidade comemorou 30 anos de luta contra o preconceito e a discriminação. As armas: música, dança, poesia e solidariedade.
Em frente à biblioteca do bairro, foi armada uma espécie de palco coberto com lona preta. Embaixo dessa lona os talentos da comunidade se apresentaram. Foi um verdadeiro show de boa vontade, já que tudo foi feito com recursos de cada participante, quase tudo improvisado.
Quem estava presente à festa foi ali para comemorar, para compartilhar, para ser visto e para ver a apresentação dos amigos.
Foi uma festa particular, mesmo em plena praça. Particular por sua singularidade. No meio de uma metrópole que ostenta títulos como "Terra da Felicidade" e outros tantos, em que "todos os deuses e orixás" abençoam seus filhos e moradores, o Calabar gritava sozinho, alheio aos olhos e ouvidos da "cidade" que passava veloz pela avenida Centenário, de vidros fechados e ar condicionado ligado...
Era um grito que a mídia e a sociedade não faz questão que seja ouvido nem transmitido para o resto da cidade. Ali se ouvia gritos de negros quilombolas, uma parte da Bahia que não é mostrada nos mapas do turismo, mas que insiste em viver, em ser feliz e em ter os mesmos direitos e deveres que a Constituição prega como verdade absoluta.
Dançarinos, cantadores de rap, apresentações de street dance, maculelê, candomblé, arte. É assim que sobrevive uma população que não pede ajuda assistencialista, mas oportunidade de concorrer com igualdade de condições. É o grito consciente de uma população que deve ser incluída, em muitos aspectos, na sociedade soteropolitana. É o grito que ecoa há 30 anos e que certamente não se calará nunca.
Fotos do evento:
http://www.galinhapulando.com/album.php?ida=2503
Publicado também no site:
http://www.athosgls.com.br/noticias_visualiza.php?contcod=21487
Grito dos Excluídos
"Cala a Boca Calabar", livro do escritor e jornalista Fernando Conceição, nascido e criado no bairro, parece ter dado voz e vez à comunidade encravada no meio de uma zona nobre de Salvador.
E esta voz ecoa forte ainda hoje. No último dia 29 a comunidade comemorou 30 anos de luta contra o preconceito e a discriminação. As armas: música, dança, poesia e solidariedade.
Em frente à biblioteca do bairro, foi armada uma espécie de palco coberto com lona preta. Embaixo dessa lona os talentos da comunidade se apresentaram. Foi um verdadeiro show de boa vontade, já que tudo foi feito com recursos de cada participante, quase tudo improvisado.
Quem estava presente à festa foi ali para comemorar, para compartilhar, para ser visto e para ver a apresentação dos amigos.
Foi uma festa particular, mesmo em plena praça. Particular por sua singularidade. No meio de uma metrópole que ostenta títulos como "Terra da Felicidade" e outros tantos, em que "todos os deuses e orixás" abençoam seus filhos e moradores, o Calabar gritava sozinho, alheio aos olhos e ouvidos da "cidade" que passava veloz pela avenida Centenário, de vidros fechados e ar condicionado ligado...
Era um grito que a mídia e a sociedade não faz questão que seja ouvido nem transmitido para o resto da cidade. Ali se ouvia gritos de negros quilombolas, uma parte da Bahia que não é mostrada nos mapas do turismo, mas que insiste em viver, em ser feliz e em ter os mesmos direitos e deveres que a Constituição prega como verdade absoluta.
Dançarinos, cantadores de rap, apresentações de street dance, maculelê, candomblé, arte. É assim que sobrevive uma população que não pede ajuda assistencialista, mas oportunidade de concorrer com igualdade de condições. É o grito consciente de uma população que deve ser incluída, em muitos aspectos, na sociedade soteropolitana. É o grito que ecoa há 30 anos e que certamente não se calará nunca.
Fotos do evento:
http://www.galinhapulando.com/album.php?ida=2503
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