Notas da Criação
Enfim nasceu o som! Nasceu de uma vibração: de uma coluna de ar, de uma lâmina, de uma corda esticada, do próprio corpo, do pensamento humano, do Pensamento Divino.
Ah! O som! Esse movimento vibratório do fluido etéreo primitivo, que enche o espaço e penetra os corpos. Essa força, eterna e universal, destinada a imprimir harmonia e estabilidade à criação. O som é uma vibração e toda vibração é sonora. Vibra em diversas frequências, e chamamos: notas musicais; vibra de forma cadenciosa, qual denominamos: música.
Oh! A música! Esse pensamento criativo, essa vibração harmoniosa. Quão bela é a arte de expressar o pensamento de forma sonora. Bela é a organização dos sons e ruídos manifestados no tempo.
Todo o universo é uma eterna, sublime e majestosa sinfonia, sob a batuta de um Regente Maior. Toda criação é música harmoniosa. É música o passear sutil das dunas de areia, como também é o repentino e nefasto tremor de terra. É música a brisa suave numa tarde primaveril, como é música o furacão que avassala. É música o esplendor do nascer do sol, como o esplendor de uma erupção vulcânica. É música o brilho das estrelas no céu, como a textura dos corais no mar. A criação e a destruição fazem parte da mesma sinfonia geradora de vida.
Tudo na vida canta e tudo canta a vida. O universo canta, a natureza canta. Canta o Pensamento Divino, canta o pensamento humano. Todo o pensamento canta como canta o leito materno. Todo abraço canta, como canta o olhar sincero. Canta o sorriso de criança, canta a pureza do amor. Canta a alegria, canta a dor.
Entramos nas mais diversas correntes de pensamento e extraímos dela uma canção. Na canção composta, conhecemos a vibração de seu autor; na manifestada, o arranjador; na executada, o instrumento; na apreciada, o expectador; na absorvida, o receptor. Numa mesma canção, as vibrações são diferentes, dependendo do executor e do receptor.
O pensamento vibra na mesma sintonia da música que aprecia...
Escrito em: 31/08/2011