FÉ OU CIÊNCIA?

Quem tem razão, ou melhorando a questão, em quem confiar: na fé ou na ciência? Talvez, um dos grandes conflitos existentes dos últimos séculos tem sido sem dúvida entre transcendência e a materialidade mais conhecidas como: fé e ciência. Verdade seja dita que em tempos de internet muito deste conflito é provocado pelas grandes mídias televisivas, escritas e sociais que na maioria das vezes tem grandes interesses comerciais. Mas, fato é que ambos são vistos por quase todos como "inimigos." Vivemos em uma era científica. Não há como negar. Hoje, quase tudo para ser considerado verdadeiro ou falso tem que passar pelas "lentes da ciência." É como se ela fosse a única e legítima porta voz da humanidade. A relevância que a ciência tem para o universo é de extrema importância. Sem ela, por exemplo, provavelmente não saberíamos metade do que sabemos atualmente. Curas de doenças, descobertas de certas espécies de animais, progresso, e outras mais, são alguns de muitos outros benefícios que nos trouxeram a ciência moderna. Por outro lado à religião, em especial a cristã, que por muitos anos influenciou e ainda influência o ocidente aceitem tal fato ou não, tb tem seu papel relevante em nosso mundão. No entanto, diferentemente da ciência que sofre pouquíssima ou quase nenhuma rejeição por parte dos meios de comunicação, à religião é em grande parte por muitos rejeitada e discriminada porque segundo estes ela parte de premissas (ou crenças) subjetivas, muita das vezes retrógradas e violentas e, que não podem ser provadas laboratorialmente, isto é, nos crivos científicos. Só que uma coisa que precisa ficar claro é que o ser humano é por essência um ser religioso. Por mais que se digam que não, que não acreditam em nenhuma religião, etc, tais afirmações já são por si só (ainda que de forma implícita) um conjunto de crenças religiosas. É mais ou menos como aquela pessoa que diz não gostar de política e nem de ideologias políticas, mas que não percebe que se posicionando desta maneira já esta fazendo política e criando uma ideologia. Negar algo é necessariamente crer ou abraçar outro algo que nem sempre se pode provar empiricamente. Alguém consegue provar em termos concretos e palpáveis o amor, a solidariedade, a utopia, o perdão ou a verdade? Não. Mas alguém nega que eles existem? Pouquíssimos. Portanto, é impossível não ser religioso em um sentido mais amplo da palavra. Negar qualquer divindade transcendental é se curvar inevitavelmente a outra material. O problema é que para alguns soa ofensivo ser taxado de religioso. É como se isso os deixassem mais "burros e alienados." "Inteligente é ser cético." A verdade é que todos os povos em todos os tempos tiverem e ainda tem suas crenças transcendentais. Religiões não são produtos culturais. É o contrario: são as culturas que sempre refletem nossas convicções religiosas." A religião institucional "só começou" a ser desacreditada, discutida e atacada por militantes ateus, pós advento das revoluções tecnológica, científica e industrial. Embora antes houvesse um ateu aqui, outro ali e, outro acolá, verdade é que o ateísmo beligerante da atualidade é algo "recente em nosso caminhar." Enfim, e par finalizar, fé e ciência, a meu ver, não precisam viver em guerra. Tb não precisam de "mãos dadas andar." Até porque uma tem um papel mais descritivo (ciência), e a outra prescritiva (fé). O que elas precisam é de diálogo (utopia?), sabendo que cada uma a seu modo e jeito contribui para a civilidade. Quando se vai ferver café podemos ter duas explicações: uma científica e outra religiosa. Se queremos saber como o fogo funciona em termos químicos e físicos estaremos fazendo ciência. Agora, se quisermos saber qual o sentido (propósito) para faze-lo, entramos provavelmente na seara da religião. Por isso, fé e ciência devem se complementar e não se digladiar._

Danilo D
Enviado por Danilo D em 30/07/2019
Reeditado em 03/08/2019
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