ANTI QUE O CALE!
Francisco de Paula Melo Aguiar
Temendo por vossas vidas por viverem abaixo da sombra do bueiro construído em 1892, juntamente com a extinta Fábrica Tibiry, para dar emprego a nossa gente, ao tempo que jogava fuligem e poluição ao ar que respirávamos, embora representasse o símbolo de poder de nossa Terra, o nosso orgulho maior até então, e que agora, aos pedaços, farfalhando e trêmulo como a folhagem do canavial santaritense ao vento.
Ao povo, cabe ter o cuidado porque a vida não tem xerox. Nunca se deve esperar para ver um acidente anunciado, acontecer... faltam as providências de quem de fato e de direito.
O velho bueiro, faz parte da História de Santa Rita, aqui construído na última década do século XIX, se esbate no céu, no ar e na terra que nos é comum como bandeira sem mastro, “agonizando”, sem saber o ano, o mês, o dia, a hora e o segundo para desaparecer, se providências não forem tomadas com urgência, e tudo continuar como ante, aos olhares passivos das autoridades e da população sem vez e sem voz para agir. O bueiro de fogo morto há mais de quatro décadas, pode deixar um rio de lágrimas...
Tanto é assim que o presente do calar sobre a visão temerária e existencial do “bueiro da Tibiry” é subjetivo demais: que eu o cale; que tu o cales; que ele o cale; que nós o calemos; que vós o caleis; que eles o calem...
O saber popular é soberano e sabe fazer tudo no momento certo.
Com a palavra o povo que ouve, vê e sente calado, o drama ora vivenciado da epopéia do bueiro da Tibiry, se batendo e distribuindo poeira ao espaço como se fosse presente para criança pobre nas vésperas das eleições municipais.
Fique calado e não diga nada!