O CLUBE AMÉRICA FUTEBOL CLUBE DEIXOU DE NADAR E MORRER NA PRAIA. JÁ ESTÁ QUASE ENTERRADO.

Quarta-feira, 17 de Julho de 2019

Parece-me que foi a partir dos sete anos de idade que comecei a torcer pelo América Futebol Clube do Rio de Janeiro. Fui influenciado pelo meu pai, lógico, que o havia sido pelo padrinho do meu irmão. Ele era um ferrenho torcedor do "Mequinha", como muitos o tratavam nas épocas boas.

Mas a partir de 1987, quando houve uma profunda mudança na organização do futebol no país, principalmente com a criação do mal afamado "Clube dos Treze", que escolheu esse número de clubes brasileiros para darem a ordem na gestão futebolística do país.

Então, a partir daí, o América foi retirado do rol dos grandes clubes brasileiros. E no ano anterior, salvo erro, havia sido o terceiro ou quarto dos melhores naquele ano na disputa do campeonato nacional daquela época.

Foi aí que afastei-me do futebol, não ligando mais para nada que se relacionasse com ele. E assim deixei de torcer pelo clube que dizem ser "do coração". E deixei de me interessar profundamente por futebol. O engraçado é que quando jovem eu joguei muita bola. Em quantidade e também em qualidade.

Naquelas épocas, por ser extremamente franzino e miúdo, teria dificuldades de tornar-me um jogador profissional. Mas a minha mente nunca passou por tal intenção. Sempre dei mais valor ao aspecto cultural/intelectual do ser humano, o que foge à logica dos profissionais dessa área, com raríssimas exceções, como todos o sabem.

Mas no ano de 2015, tomando conhecimento do ressurgimento do clube, busquei acompanhá-lo de novo. Mesmo que de forma disfarçada, digamos. E o vi tornar-se campeão da segunda divisão do estadual. Mas que não se firmou entre os da primeira, voltando à segunda outra vez. E isso aconteceu mais duas vezes de lá para cá.

E assim, nesse ano, chegando a assistir algumas das partidas do clube, adquiri a convicção de que o clube América Futebol Clube acabou para o futebol. Apresenta muita desordem em suas estruturas. Física, coletiva, técnica, organizacional, dentre algumas outras. E o torcedor que quer perder tempo, basta continuar torcendo por ele. O que não é mais o meu caso.

Mas o futebol é um fator impressionante na mente de um ser humano. A ponto de fazê-lo perder suas noções básicas de vida. Principalmente a emocional. Então, deixa-se enganar e levar por gente sem nenhuma expressão. E do que vi, li, ouvi, vivi, não necessariamente nessa ordem, as autoridades do Rio de Janeiro deveriam prestar atenção no que acontece nesse âmbito.

Isto porque os clubes da chamada Série B1, são quase todos desestruturados. E para corroborar tal assertiva, é bom que todos busquem saber de clubes como o Nova Cidade, de Nilópolis, como o de Itaboraí, São João de Meriti, dentre outros. Seus campos não possuem nenhuma condição de receber torcedores. Por muitos e sérios problemas que possuem em suas instalações. Mas mesmo assim são tratados como profissionais.

Também seria necessário saber (ou descobrir) como eles conseguem sobreviver. Com poucos torcedores e rendas, com as despesas maiores do que as receitas. Então não custa nada perguntar: qual é a mágica que fazem para existirem? E resistirem?

*Em tempo: grande parte dos torcedores americanos são de sexagenários ou mais, não pagando ingresso pela gratuidade que lhes assegura isso. Pode-se arriscar que oitenta porcento de seus torcedores estejam nessa situação.

*Em tempo II: O estádio do clube, Giulite Coutinho, está interditado já há um bom tempo por não atender às exigências da Prefeitura, bem como da Federação de Futebol do estado. Sem previsão de solução para isso.

Terceiro Milenio
Enviado por Terceiro Milenio em 17/07/2019
Reeditado em 23/07/2019
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