LEMBRANDO DO "MEQUINHA" NUMA HORA INDEVIDA.
Sábado, 6 de Julho de 2019
Um dia desses fiquei relembrando os anos sessenta, quando ainda um garoto, vivendo num mundo totalmente diferente do que vivo hoje, já um sessentão. E sem ter a mínima noção naquele tempo, do alcance que chegaríamos em matéria de tecnologia.
Um aparelho de televisão naquela época, por exemplo, era coisa para alguns. Só poucas ou raras famílias os possuíam. O mesmo acontecia com um automóvel e até um telefone. O que é muito diferente desses nossos dias atuais.
Já o rádio era mais popular entre todos. Quase todas as casas havia um. E as radionovelas eram verdadeira febre entre a população. A mais famosa emissora era a Rádio Nacional, na Praça Mauá, no centro da cidade. Mas havia outras também famosas. Uma delas era a Rádio Mayrink Veiga.
A garotada, junto à mocidade, gostavam de acompanhar as histórias de "Jerônimo o Herói do Sertão". Mas radionovela mais famosa foi a "O Direito de Nascer". Todo o país acompanhava diariamente. Foi um estrondoso sucesso.
A televisão era em preto e branco. Não havia nenhuma outra opção. Só à partir da década de setenta as televisões coloridas chegaram no país. Então, tudo mudou. O prazer de vê-la era praticamente outro. Mas as programações eram bastante limitadas, diferentemente dos dias atuais.
Para as gerações que hoje já passaram dos cinquenta anos, ver o que está aí é um verdadeiro espanto. Mesmo que já estejamos acostumados com todo esse progresso. Mas a turma mais nova não sente a mesma diferença que sentimos, por termos vividos em épocas, costumes e aparelhos bem limitados. Os de som e de imagens, simultaneamente.
E o mundo a cada dia que passa acelera suas ações. É comum ouvir-se das pessoas que não possuem tempo para quase nada, dando-nos a impressão de que as vinte e quatro horas do dia já são insuficientes para suas ações diárias e corriqueiras. Mas isso se pode explicar de forma rápida porque o envolvimento das pessoas é com muita coisa ao mesmo tempo. Daí que acabam se perdendo nele.
Explorando e expressando a verve científica que devo possuir, diria que em matéria de novidades tecnológicas, serão tantas, que desvirtuarão a muita gente. Principalmente as mais velhas. Porque o ritmo da vida é muito maior do que aquele que elas podem acompanhar.
É sabido que a preocupação com a saúde está mais apurada em quase todos. Daí que a expectativa de vida aumentou nas últimas décadas. Mas se fará necessário que essa gente mais velha não se desvincule do progresso. Será necessário enfronhar-se o máximo que puder nessa evolução tecnológica, bem como nos aparatos que surgirão a cada dia mais.
Mas uma das coisas que me despertam uma certa decepção é ver que mesmo com a humanidade criando coisas a seu favor, algumas delas devem andar erradas por aí porque a violência está aumentando muito, promovendo e provocando muitas mortes. E estas estão atingindo às pessoas mais novas. O percentual dessas mortes já chega a assustar àqueles que as apuram.
Tudo isso é uma pena porque com tudo mais fácil e ao alcance de todos, ou quase, seria natural que todos vivessem melhor do que andam vivendo. O susto, o medo, dentre outras propriedades ruins, andam criando um sentimento de terror em muita gente. Aí o prazer e a felicidade das coisas boas da vida vão ficando prejudicadas.
Dessa forma, pelo menos os que já estão em idade avançada podem dizer que já viveram suas vidas dentro daquelas expectativas que puderam criar, coisa que as pessoas mais novas dessa atualidade correm um grande risco de não alcançarem idades avançadas, mesmo com a ciência fabricando remédios para tornar a vida mais longeva em todos.
Mas o pior nisso tudo é saber da beligerância entre muitas e várias nações do mundo, principalmente algumas que dominam a posse de armas nucleares. E se em conflitos e em guerras entre algumas, tudo pode acontecer de ruim de uma vez só.
Desta forma só brincando. E para lembrar uma dessas brincadeiras é relembrar de uma frase que praticavam em décadas passadas com relação ao clube América, carioca: "nadava, nadava e morria na praia". É torcer para que isso não ocorra à humanidade, após alcançar tanto progresso em sua existência e aproveitar de tudo cada dia mais e para sempre.