VAIDADE DAS VAIDADES

 

   Eclesiastes é um livro marcado pela sinceridade de um homem sábio que reconheceu os seus pecados. E é também marcado pelo mais completo ensinamento do que tem valor na vida.
   É interessante vermos a figura de Salomão, um homem já de idade avançada, que usufruiu de tudo na terra. Foi o homem mais rico, mais sábio e talvez o mais admirado, mas que ainda assim, como todos os outros homens da Biblia e como todos nós, pecou.
  Eclesiastes é escrito, então, como forma de alerta às futuras gerações. "Não cometam os mesmos erros que eu cometi", diría Salomão. Ou então "Entendam o que realmente é a vida e o que realmente importa".

  O  livro pode ser resumido em um só versículo: "Vaidade das vaidades, diz o pregador; vaidade das vaidades, tudo é vaidade". (Eclesiastes 1,2) Pergunto: Será que realmente passam disso as coisas da vida?
  Tudo o que vemos são pessoas que lutam desesperadamente, até  suas últimas forças, para conseguirem aquilo que desejam. E não importa se para isso elas tenham de perder a família, os amigos ou até a própria vida. Não importa que cometam maldade contra os outros ou desmembre a sua personalidade em relacionamentos que não levam a lugar nenhum. Roubar ou matar, então, são simples obstáculos, fáceis de serem pulados para se conseguir alcançar o que se deseja.
  O homem tem esse desejo idiota de se autoafirmar perante  os olhos da sociedade. É uma competição sem sentido acerca de quem tem o melhor automóvel, mais dinheiro, o melhor celular, mais títulos,  as melhores roupas, os melhores cargos, mais status.
  Vaidade das vaidades, diria Salomão. Um homem que teve tudo isso a mais que qualquer outro homem. E ainda: em certo momento de sua vida percebeu que tudo isso era nada e provocava apenas um grande vazio.
  A diferença entre ele e os homens de nosso tempo é que Salomão soube tornar-se para Deus e buscar a salvação, enquanto outros não conseguem perceber o tamanho do buraco onde estão caindo. Quando chegam ao fundo do poço, o tempo simplesmente não pode voltar.
  Por isso vemos pessoas com tanto, mas ainda assim tristes, sem rumo, sem sentido, perdidas.
  Vaidade das vaidades... Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim.
  Ainda que o homem busque em tudo que existe no mundo, jamais encontrará aquilo pelo qual o seu coração anseia senão em Deus. E isso é o principal da vida. Reconhecer que fomos criados por Deus, para Ele, para nos relacionarmos  com Ele como filhos, como amigos, como servos. As coisas desse mundo jamais preencherão o coração do homem; ele só pode ser preenchido pelo o amor de Deus, pela esperança e pelo  anseio pela eternidade. Pelo  momento em que todos nós estaremos junto ao Pai. Novamente com nossa essência, aquilo que foi posto em nós no momento da criação.

Autor: Benedito Morais de Carvalho (Benê)