MATERIALISMO PREJUDICIAL
MATERIALISMO PREJUDICIAL
“Não sobrecarregueis teus dias com preocupações desnecessárias, a fim de que não percas a oportunidade de viver com alegria.” (Chico Xavier).
A palavra materialismo sempre esteve em voga. Vem da junção da palavra material, acrescida do sufixo ismo. Tem uma vasta sinonímia essa palavra, e os materialistas estão sempre atrelados aos ditames religiosos. Pessoas muito apegadas às coisas do orbe em que vivemos são consideradas materialistas. Existem outros significados representando a vida voltada unicamente para os gozos e bens materiais. Na filosofia a materialidade mostra a tendência, atitude ou doutrina que admite, ou que a matéria, concebida segundo o desenvolvimento paralelo das ciências, ou que as chamadas condições concretas materiais, são suficientes para explicar todos os fenômenos que se apresentem à investigação, inclusive os fenômenos mentais, sociais ou históricos. O materialismo se afirma, sobretudo ante o problema da origem do mundo (que dispensa a criação divina e se explica em termos evolutivos), o problema ético (dele resultando moral hedonística), o problema psicológico (orientando a pesquisa no sentido de estabelecer as relações diretas entre os fenômenos psíquicos e as reações do organismo aos estímulos ambientais), e o problema do conhecimento (em que afirma a adequação da razão ao conhecimento do mundo, adequação que se evidencia pelo incessante progresso do conhecimento científico). Nesta acepção podemos delineá-la como idealismo. Existe uma variação ou classificação quando se fala de materialismo.
Ele pode ser o dialético tendo como doutrina fundamental do marxismo, cuja idéia central é que o mundo não pode ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas de processos, onde as coisas e os reflexos delas na consciência, e os conceitos, estão em incessante movimento, gerado pelas mudanças qualitativas que decorrem necessariamente do aumento de complicação quantitativa. Já no materialismo histórico a doutrina do marxismo que afirma que o modo de produção da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da vida social, política e espiritual. No materialismo mecanicista. Filosoficamente falando é a doutrina que explica os fenômenos da natureza reduzindo-os a processos mecânicos, e, a processos que se explicam pelas leis do movimento dos corpos no espaço e por mudanças puramente quantitativas. Pode está ligado ao Positivismo de Augusto Comte. No Brasil ele esteve presente na época da Proclamação da República, destacando-se o coronel Benjamim Constant. “Segundo Comte, o ser humano é "total", isto é, uma realidade completa e o seu sistema deve se referir à totalidade humana: afetiva, intelectual e prática, individual e coletiva, etc. Comte concluiu - na obra "Sistema de Política Positiva" (1851-1854)- que deveria criar uma religião - pois, de seu ponto de vista, as religiões não se caracterizam pelo sobrenatural, mas pela busca da unidade moral humana.
Daí o surgimento de uma religião agnóstica ou sem deus, a Religião da Humanidade. Foi profundamente influenciado - pela figura de sua amada Clotilde de Vaux, e elaborou um sistema ético, centrado em diversos cultos da história da Humanidade. Os ensinamentos éticos são resumidos por acrósticos tais como: "Viver às Claras. “Viver para outrem”. O idealismo, a fenomenologia, marxismo, filosófico, dialético, o pseudomaterialismo, juntando-se ao existencialismo foram fortes em termos de materialidade. Na concepção de mundo A Ciência, ao se defrontar com um novo problema, busca solucioná-lo através de um método: o da experiência. O cientista observa, experimenta, faz hipóteses e tira conclusões. Confirmadas as conclusões, os fatos observados transformam-se em teoria. Por exemplo: há a hipótese de que o calor dilata os corpos. O cientista fará uma série de experiências, a fim de estabelecer os limites de tal hipótese. Depois, transforma-a em lei. Significa dizer que nas mesmas circunstâncias, as conclusões serão sempre as mesmas. O oposto ocorre no campo da filosofia, pois não existe uma concepção de mundo admitida por todos, como existe na Física, na Química, na Biologia. (Centro Espírita Ismael). Já em relação à religião podemos ver o seguinte: “Com efeito, uma religião é, em certo modo, uma concepção de mundo. Elas são em grande número e cada uma pretende estar na posse exclusiva da verdade.
“Somente essa mostra aos homens o caminho a seguir na vida e o meio de alcançar outra vida feliz depois da morte”. (Thalheimer, 1934, p.13) O caráter fundamental da religião pode ser assim definido: é um produto da fantasia, da inspiração, contrariamente à concepção do mundo moderno, que é um produto da ciência. A diferença entre ciência e religião pode ser visualizada da seguinte forma: suponha o fenômeno chuva. Para as religiões primitivas, havia o Deus da chuva ou o Deus do trovão. Quer dizer, uma força sobrenatural fazia trovejar e chover. A ciência busca as causas: o que faz chover e o que faz trovejar. E o que descobre faz parte das leis naturais. O materialismo deixa ou transforma o ser humano em egoísta, invejoso, quanto mais tem mais quer e esse quadro puramente material estava convivendo com ele todos os dias, quando relatamos fatos ligados a política, distribuição de bens, troca de favores entre outras mazelas que transforma o homem num animal irracional, esquecendo que em seu convívio estão seres iguais a ele, pessoas de sua família, amigos e seres do ciclo da sociedade em que vive. É difícil convencer o homem a uma mudança radical. O dinheiro, o poder sempre esteve no escalão mais alto do materialismo que inócua o homem deixando-lhe as expensas da maldita materialidade.
Dizer que os ateus são materialistas, não é bem assim, na realidade eles são agnósticos, visto que a sinonímia ateísta pode ser decifrada como (A e Téo) (a=procura e Téo, do grego theós, oû =Deus), está sempre à procura de Deus. O agnóstico não acredita na existência de Deus e é materialista desde pequenininho. Existem pessoas que pensem e defendem arduamente que Deus foi uma figura antropormofisada pelo homem. Acrescentando mais detalhes podemos dizer que o “materialismo” provém do latim materialis, aquilo que é feito de matéria. Possui como denominador comum - idéia de que a matéria é ou a substância, negando peremptoriamente o que seja supramaterial. A matéria é decisiva e está presente nos processos psicológicos históricos e sociais. Difundiu-se nas expressões “materialismo Histórico”, e dialético da doutrina de Marx (Maxista). Frederic Engels (1820 – 1895) criou o materialismo histórico para sinonimizar a doutrina econômica de Karl Marx (1818-1883), afirmando que Oe fatos econômicos, materiais sobre todos os aspectos, foi à causa que determinou todos os fenômenos sociais e históricos. Desenvolve a teoria marxista da evolução geral do Universo. Com isso, um homem imperfeito como nós joga a figura de Deus para escanteio. O dialético no plano das idéias comanda a evolução da matéria e da história. Ainda bem que esses mitos perniciosos foram derrubados, os paradigmas foram quebrados e estraçalhados e assim o homem pode se achegar a Deus ter Jesus como seu Mestre.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE