VOCÊ CONHECE OUTRAS CIDADES DO SEU ESTADO?
Quinta-feira, 20 de Junho de 2019
VOCÊ CONHECE OUTRAS CIDADES DO SEU ESTADO?
Dizem que o Brasil é um país laico. É claro que isso não representa a verdade. Pelo menos a total, haja vista que existem feriados religiosos que paralisam as atividades profissionais de muita gente.
E o de hoje, Corpus Christi, que sempre cai numa Quinta-Feira porque tem a ver com a data do Carnaval e da Quaresma, foi mais um deles. E com isso muita gente saiu estrada afora com seus carros ou viajando em ônibus de empresas, quase sempre para as regiões serranas e praianas.
E eu como sou um aposentado, desde cedo possuo motocicleta, mais exatamente desde 1982, tenho uma CB300. Que ultimamente andava parada por dois motivos, aliás três: a idade já anda pesando; a coragem e o ímpeto de antes já não são os mesmos; mas a violência a que estamos sendo sujeitos nesse nosso cotidiano, é para se alterar os princípios de antes. Uma obviedade sem limites.
E já um certo tempo havia ouvido sobre uma cidade mineira perto de Juiz de Fora, Santa Bárbara de Monte Verde. E com um esforço mental profundo e bem trabalhado, consegui vencer a inércia à qual estava submetido por esses e outros fatores.
Então, às seis horas da manhã, ainda escuro, sai de casa em direção ao pretendido. Tinha dois itinerários e escolhi seguir pela BR040, até um pouco antes de Juiz de Fora, pegando um retorno e depois de aproximadamente uns dois quilômetros, vi o acesso à Monte Verde.
Desde a BR até à cidade de Santa Bárbara do Monte Verde, são quase cinquenta quilômetros. A estrada possui um piso excelente e uma sinalização nesse mesmo nível. Só que é de muitos aclives e declives. Cada um deles, longo. E tem a particularidade de ser extremamente sinuosa. Do início ao fim.
Para se fazer um percurso desses o condutor do veículo tem que possuir destreza, coragem, equilíbrio e atenção, porque todo cuidado é pouco. Se for muito impetuoso e não conhecer a estrada, corre o risco de acidentar-se gravemente.
Mas o percurso é maravilhoso. Muita vegetação de ambos os lados, corre um rio paralelamente em quase todo o percurso, Rio do Peixe. E se observa muita coisa. Algumas plantações, criação de bovinos, pequenos povoados, dentre mais alguns itens. Fora, ou principalmente, o ar limpo que se respira durante todo o trajeto.
Infelizmente muita gente que vive e mora nos grandes centros, tipo Rio e São Paulo, pouco conhecem essas cidades do interior. Mesmo de distâncias de, no máximo, duzentos quilômetros, o que proporciona fazer o que alguns dizem "bate e volta". Passar o dia lá e voltar ao final ou início da tarde.
Existem pessoas que encaram e classificam isso como um "programa de índio". Aí é para se dizer delas: "coitadas! inocentes! não sabem de nada", como costuma dizer aquele baiano do grupo "É o Tchan".
Ainda bem que sou descendente de um deles, porque meu bisavô por parte de pai foi caçado no laço, dizia meu pai, indígena que era, e deu início à minha família paterna. Mas é claro que isso tenha pouca influência em mim.
Eu gosto muito das regiões interioranas e das cidades pequenas. E nasci no Rio de Janeiro, naquela época era o Distrito Federal, capital do país. E a partir de 1982, quando adquiri minha primeira motocicleta, com muita frequência ia conhecer as cidades do Estado do Rio de Janeiro. Assim, das noventa e poucas delas, eu devo conhecer quase umas oitenta ou mais um pouquinho.
Até aproveito a oportunidade para sugerir a quem possa, num final de semana qualquer, escolher uma das cidades de seu estado para conhecê-la. Mesmo não possuindo parentes e/ou amigos por lá. O que vale é o passeio, a distração e o prazer de estar junto à natureza e não numa cidade de aço e concreto, como muitos dos que vivem nelas.