FUTEBOL? QUE FUTEBOL? NO BRASIL É QUE ELE NÃO ESTÁ.

Quando jovem, rapaz, e até um adulto recente, com no máximo uns vinte e três anos, joguei futebol. Era considerado um excelente jogador. No entanto, na quela época, eu era franzino e miúdo, com poucas e pequenas chances de enveredar por esse mister. Mas dei muito trabalho aos mais marmanjos com aquele meu porte, porque tinha agilidade e leveza, o que permitia e facilitava aplicar dribles e jogadas sobre eles, quase sempre levando vantagens nessas ocasiões.

Mas tive a infelicidade de ter uma lesão séria no tornozelo direito, o que me obrigou a me afastar até mesmo das famosas peladas. Mas o futebol não chegava a me encher os olhos, como atualmenete o faz com grande parte, ou a maioria, dos jovens de hoje.

E por ter vivido numa época onde o futebol brasileiro era de primeira grandeza, com os jogadores considerados os melhores do mundo, vejo até com certa tristeza o que acontece nesse âmbito nesses dias em que vivemos.

É interessante ressaltar que o futebol brasileiro é regido, dirigido, comandado e propagado pela mídia, que faz um trabalho pesado de convencimento aos torcedores, transformando verdadeiros pernas-de-paus, em craques. E isso é risório. Mas também irritante.

O aspecto principal nessas situações é saber que a emoção é o fator principal usado e aplicado por essa tal mídia. E isso consegue levar muitos dos torcedores ao delírio, a ponto de transformá-los em ébrios futebolísticos, seja lá o que isso queira dizer, mas todos o sabem.

O apuro físico suplantou o técnico. Grande parte dos jogadores atuais nem chegariam perto daqueles das décadas de sessenta, setenta e oitenta. Forçando uma certa barra poderíamos até citar a primeira metade da de noventa. Mas de lá para cá é para se usar uma frase de um cronista esportivo antigo do rádio que costuma dizer: "é tudo uma molambada". E isso, infelizmente, é pura verdade.

Mas a mídia usa seus recursos para convencer os incautos, e deles retira altas somas de dinheiro, mas que colocam os clubes e os próprios jogadores em segundo plano. Eles vivem de anúncios de propagandas de grandes empresas, repassando uma parte disso para clubes e jogadores. Por isso a penúria em que as agremiações andam vivendo.

Mas outro fator influi nisso tudo: há muita maracutaia nesse meio. E não há quem ponha fim nisso. E o resultado é a falta de profissionalismo, o que transformou o futebol brasileiro em mero coadjuvante do futebol mundial. Acrescente-se aí que o verdadeiro deste esporte está sendo praticado na Europa.

Pode-se tentar explicar tais situações da seguinte forma: os europeus abrasileiraram seus exercícios, enquanto que nós os europeizamos. Ou seja, invertemos a mão desse processo. A nossa qualidade está muito baixa, enquanto que eles lá fora especializaram-se em jogar futebol, que antes aqui era o que chamávamos de bola de pé em pé, o famoso toque de bola.

O agravante é ver que a desonestidade e a violência tomaram conta do exercício futebolístico no Brasil. E o que se vê de más ações e até atos criminosos de alguns jogadores contra outros, é de estarrecer. Perdeu-se a essência daquele lindo e artístico futebol que se praticava em três, quatro ou mais décadas atrás. E isso não terá retorno. Doravante é só piorar a cada dia que passar. Uma pena.

*Em tempo: nem chego a companhar mais futebol hoje em dia, mas a imprensa tem mostrado o fiasco que está acontecendo nessa Copa América, ora disputada em nosso país.

Terceiro Milenio
Enviado por Terceiro Milenio em 17/06/2019
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