BARRAGENS, REPRESAS ARTIFICIAIS DO MUNDO MODERNO
BARRAGENS
Barragem, lago, lagoa, podem ser naturais ou artificiais, podendo ser permanentes ou temporárias.
As temporárias são as formadas pelas enchentes que saem da calha dos rios e depositam em depressões as margens, que acabem se esgotando em questão de dias ou meses e só voltam a existir por ocasião de outras enchentes que podem demorarem meses, anos ou décadas.
As Barragens naturais, são as formadas por depressões nos próprios rios, que são enchidas pela corrente do mesmo e de chuvas e enxurradas.
As Barragens artificiais, são as construídas para determinados fins, tem as de produção de energia elétrica, de produção de reservatório para abastecer a população com agua potável, como é o caso da Represa de Bragança Paulista-SP, idealizada em 1933 e executada no Governo Maluf em 1978, para abastecer São Paulo, chamada de complexo Cantareira, que é a maior transposição de agua potável do mundo, superando inclusive a transposição de agua do São Francisco no norte do pais, transpondo para são em determinadas épocas 50.000 m2 por segundo, ou seja, quase duas carretas de agua por segundo, por bombeamento em Mairiporã pra as estações de tratamentos do Guarau.
É a maior caixa d’agua do mundo talvez, envolvendo vários municípios e extensões de terras de mais de 25000 has, tendo diversos tuneis em número de 5, e bombeamentos até chegar à estação de tratamentos.
Represas Hidrelétricas são centenas, milhares por este Brasil, sendo que Itaipu quando de sua construção em 7 quedas de Foz do Iguaçu abastecida pelo rio paraná se tornou a maior do mundo, sendo superada apenas pela Chinesa do Rio Amarelo quase 50 anos depois.
Existem ainda as represas de rejeitos, pequenas ou grandes, quase toda indústria tem a sua, que serve para tratamentos de aguas usadas e contaminadas que são tratadas para depois seguirem o curso natural e jogadas nos rios.
As empresas mineradores talvez tenham as maiores represas de REJEITOS neste pais, pois movimentam centenas de hectares de terras para separarem os minérios, usando grandes quantidades de aguas como solvente e separação das matérias primas de suas atividades.
A agua sempre foi usada para condução dela própria como o caso dos Romanos: -
Aquedutos romanos – Wikipédia, a enciclopédia livre)
Na cidade da Tapira-MG, ao lado da cidade de Araxá, onde a empresa vale explora Titânio e como principal produto “fosfato”, para enriquecimento de adubo, também tem suas represas de rejeito, mas tem uma curiosidade que poucos imaginam, tem uma delas destinados a transporte do referido minério até a fábrica de adubo de Uberaba-MG, com extensão de mais de 100 km, isto mesmo, o transpor de referido minério é feito por agua, através de dutos até a referida fabrica.
Não podemos imaginar o Brasil e o mundo sem represas, pequenas ou grandes, para um fim ou outro fim e todas elas, naturais ou artificiais são de algum risco a alguém. Aliás agua faz parte da 3 forças da natureza, (agua, vento e fogo) e como tal movem montanhas, transportam além de minérios muita coisa que ficam no seu caminha.
Agua além de ser força da natureza, é fonte de vida, pois tudo que é vivo depende de agua, e tudo que é vivo, inclusive o plante tem uma proporção próxima de ¾ de agua, tanto o homem, os animais, os vegetais, etc.
Nos últimos anos, com o estouro da Barragem de Mariana, a qual foi considerada um dos maiores catástrofe ambiental do planeta, iniciou uma polemica muito grande no brasil, sobre a situações das barragens, culminando com o estouro neste começo de 2019 da represa de rejeitos de Brumadinho, cidade próximo a capital mineira, as duas contribuintes do Rio São Francisco que caminha da serra da canastra e segue em direção a Pernambuco/Alagoas no nordeste brasileiro, tendo em seu caminho diversas represas hidrelétricas e carregando minerais de seus leitos, bem como de escavações minerais como no caso das duas represas de rejeitos que estouram nos últimos três anos.
É lamentável as catástrofes dos estouro das referidas represas, mas no mundo muitas existem, naturais, (Brasil já foi vítima de grandes catástrofes. Em 1532, um maremoto em São Vicente, no litoral paulista, aterrou a entrada do porto da região e forçou sua mudança para um novo local, em Santos. Mesmo assim, continuamos sendo peixe pequeno em matéria de devastação. “O Brasil não tem falhas geológicas importantes, não tem vulcões e está longe das zonas de atrito das placas tectônicas”, afirma o americano David Crossley, professor de Geologia da Universidade de Saint Louis. O mesmo não vale para várias outras regiões que, de tempos em tempos, sofrem com catástrofes grandiosas, que já deixaram um longo rastro de mortes e de prejuízos e se mostraram capazes de mudar os rumos da História. Conheça as mais marcantes e tétricas delas - ainda que as 5 primeiras não figurem como as piores em números absolutos.)
E outras consideradas não tão naturais como as do estouro das represas, pelo fato de ser um pátio de obra da mineradora.
Todas as represas artificiais são licenciadas, projetadas com algum nível de segurança, contudo todas estão sujeitas com o andar do tempo a acidentes devendo sofrer reforma e manutenções periódicas para a sua segurança.
Após o acidente do estouro da represa de rejeitos de Mariana, a Represa de refeito de Brumadinho, foi interditada e parte da mesma, inclusive para manutenção de segurança, inclusive sendo proibida o acesso dos próprios funcionários da Vale, proprietária da mesma.
Em ambos os acidentes os estouro se deu por “LIQUEFAÇÃO”, o que é obvio, não haveria estouro por “solidificação”, pois os sólidos dificilmente sem a liquefação de agua, se movimenta, mesmo as quedas de barreiras que estamos comumente ouvindo em margens de rodovias, são em consequência de infiltração de agua.
As represas de rejeitos acidentadas, eram os depósitos dos rejeitos de mineração de referida mineradora de propriedade da empresa “Vale”.
Existem notícias que dão conta, que o estouro por liquefação de Brumadinho foi detonada ou impulsionada por estouro de dinamites a 1,5 quilometro de distância em campos de mineração, o que com certeza é possível e provável.
É certo que detonações fazem parte do sistema de exploração de minérios, e usinas de rejeitos também fazem parte dos canteiros da referida indústria mineradora, não existem atividades sem tais elementos.
É certo também que a agua sendo fonte de vida atraem em seu entorno vegetais e pessoas, uma vez sendo importante para a vida, produzindo vegetais e peixes, são atraído pelo homem.
É certo que apesar do perigo esperado, muitos mudam para o entorno das aguas, para as margens dos rios, para se beneficiarem do precioso líquido, e é certo que viver em qualquer lugar é perigoso, mas em alguns lugares são ainda mais perigosos.
Nas margens dos rios, diariamente muitas residências são sinistradas pelo movimento e excessos de agua e por suas “enchentes”.
A jusantes das barragens com certeza são áreas de riscos, apesar disto em todos os reservatórios de aguas em seu entorno residem milhares de pessoas desde os primórdios dos tempos; bem como nas JUZANTES, isto é abaixo dos reservatórios, represas, mesmo sabendo dos riscos, residem e vão continuar residindo, sendo impossível imaginar a retiradas de todas as pessoas da zona de risco em caso de acidente de rompimento das mesmas.
No caso do última acidente, estouro da represa de rejeito de brumadinho foram mais de 300 pessoas aniquiladas, desaparecidas e nem todas com seus corpos recuperados.
No complexo de represas de Brumadinho, existem outras represas no entorno da que estourou, existe inclusive um de agua ao lado, e em caso de estouro de qualquer outra, existem risco as pessoas residindo no caminho que as agua irá atingir, tendo inclusive após o acidente sido feita ensaio e retirada de pessoas por risco.
Apesar do acidente, apesar dos riscos existem e existirá pessoas residindo na faixa de caminho dos líquidos em casos de acidentes de estouro de todas as represas brasileiras.
É e será impossível remover todas as pessoas de zona de risco do caminho das aguas em caso de acidentes.
As resoluções CONAMA, criaram zona de app nos entorno das barragens mesmo as artificiais, que foram revogadas pelo novo código florestal, contudo nas confrontações laterais e a montante, as resoluções sempre imaginavam o reflorestamento, como se este fosse um bem inestimável de proteção de assoreamento, e acredito que até seja, mas isto não visava a segurança dos residentes próximos, somente o paisagismo.
Não existe a meu ver legislação que considere em projetos de represamento a remoção total das pessoas das zonas de risco em caso de estouro das represas e mesmo que houvesse isto impediriam os licenciamentos, pois as zonas de risco poderiam compreender a remoção de pessoas em regiões de até ou mais de 100 km a Jusante no caminho das aguas distante da obra principal.
Muitas das coisas da natureza são arriscadas, mas as implementados pelo homem como elevador, avião, pontes, montanha russa, estradas, represas, etc. também são e apesar disto os homens vão continuar construindo para o bem e o mal das pessoas, são coisas inerentes a própria vida e manutenção do homem no planeta.
Não há como retroceder a idade das cavernas, o homem tem na vida moderna necessidades, e muitas destas construções da vida moderna são fonte de riscos, talvez a que mais mate no dia a dia são as estradas, e se fosse feito um “referendum”, será que haveria votação para eliminar todas as estradas existentes, ou todas as barragens existentes; com certeza que não, o homem quer conviver com os riscos das coisas naturais e das coisas artificiais, que geram conforto, riquezas, benefícios a humanidade.
Se fosse decretado, legislado, a remoção de todos das zonas de riscos a JUZANTES de todas as correntes de aguas acumuladas, com certeza estas pessoas residentes nas regiões de risco, no referendum votariam contra a remoção, pois viver próximo a agua, mesmo nas zonas de risco atraem e trazem muitos benefícios a estas pessoas.
Então vejamos, as represas como muitas das obras feitas pelo homens podem ter zonas de riscos, mas continuaram a existirem e mesmo para aquelas pessoas residentes nas zonas de riscos com certeza não haverá a remoção, nem tão pouco o interesse em se mudarem para outras regiões longe do risco eminente ou provável.
Para certos fatos não existem possibilidades de mudança, as represas continuarão a existirem, e as pessoas continuarão a viver em zona de risco, contudo e apesar das fiscalizações, dos licenciamentos, das manutenções, tais acidentes poderão continuar existindo.
Punir os responsáveis por acidentes faz parte também dos fatos, mas tentar execrar, fazer desaparecer tais prováveis fatos, quando ocorrem os acidentes, como se fosse possível eliminar os riscos no futuro não é uma possibilidade.
É certo que muitos serem humanos vivem de rejeitos, como as funerárias, só existem porque pessoas falecem, e existe um procedimento a ser feito com os corpos, muitas outras atividades vivem dos sinistros, como seguradora, bombeiros, policiais, e até mesmos aeronaves, helicópteros, e mesmos os drones, tecnologia moderna que vem prestando serviços, como no caso do última catástrofe de Brumadinho.
Se não houvesse sinistro, não haveriam centenas de atividades humanas, se não houvesse doenças não haveria indústria de remédios, nem hospitais, nem médicos, nem enfermeiras, etc.
A imprensa também sobrevive de catástrofe e notícias ruins, notícias boas não são matéria prima da imprensa, ela sobrevive de fatos extraordinários como o caso de Brumadinho que rendem milhares de empregos e milhares de horas de notícias, sustentam a existência da imprensa.
Além da polícia, bombeiros, imprensa, justiça que terão sua matéria prima com a catástrofe ocorridas, muitos vivem e precisam da mídia para continuarem a viver, como o caso também dos políticos, dos fiscais, dos beneficiários das multas aplicadas.
Os fatos adversos causam impacto terríveis as pessoas em particular aquelas que são vitimais direta do fato, mas com certeza geram fontes de serviços e rendas a outras milhares que tem em sua vida a prestação de serviços para o atendimentos destes fatos adversos.
A defesa civil, cada vez tem aumentado as suas organizações para atendimentos destes fatos adversos e isto significa criar empregos.
O ser humano é hipócrita em criticar de forma negativa, pejorativa a existência de fatos adversos (acidentes, sinistros, catástrofe naturais ou artificiais), mas muitos sobrevivem deles, mas muitos mesmo quando estão criticando, estão vivendo disto, são urubus na carniça, precisam da carniça para viver, se alimentar no dia a dia, não existiriam milhares ou milhões de empregos se não fossem os fatos adversos (fatos indesejáveis).
As barragens e seus estouro vão continuar existindo e vão continuar a serem construídas outras milhares e vão com certeza continuar a promover riscos e eventualmente vão causar catástrofe e vítimas e continuarão a criarem riquezas, empregos, são um mal necessários. 16/02/2019.