O TREM CAIPIRA

Apresentado pela Rádio Inconfidência há cerca de 28 anos com Múcio Bolivar à frente, o Trem Caipira vem sendo minado, aos poucos pela nova diretoria que não parece ter proposta melhor para o horário. Primeiro afastaram o apresentador que, diga-se, é a cara do programa, e agora soube que este foi diminuído em uma hora em sua programação, a despeito de ter sido no governo passado, garfada essa mesma hora para outro gênero musical e sabemos que dai para a extinção é um passo. Não é o caso de se duvidar o que creio ser possível que seja tudo coisa orquestrada com antecedência.

Desse modo sem direito de dizer adeus o ouvinte cativado por quem foi mandado embora e nunca por quem mandou vai ficar na saudade sem sequer ter o direito a uma despedida decente, já que apresentadores como Múcio Bolivar são dispensados pela porta dos fundos, em que pese seus 28 anos de trabalhos prestado ao povo mineiro. a quem a ele tanto deve.

A retirada de programas que dão voz e vez à música nacional, rural, instrumental e gêneros que nos levam a recordar pelas canções e à cultura do ouvinte de rádio agrava-se quando não há substitutivo. "Meu amigo violão" do Sebastião Ildelfonso saiu do ar há alguns anos, "Relíquias brasileiras" também morreu um pouco antes de Penido Neto se tornar saudoso, ambos na Rádio América. Bem antes na Radio Atalaia, um programa que tinha como Jargão o nome da própria rádio com canções ininterruptas sai do ar.

E a Rádio guarani? simplesmente desapareceu num estalar de dedos e ainda na Rádio Record de São Paulo o Programa Linha sertaneja classe A. que alavancou cantores como Pedro Bento e Zé da Estrada, Chitaozinho e Chororo e Tonico e Tinoco entre outros desde 1973 sai do ar em 1982. A modernidade já afasta o rádio do ouvinte o suficiente e não precisa da ajuda de interesses alheios. O que normalmente acontece na sua maioria com imposições de outros programas não identificados com quem cativou o horário com algo que lhe interessava até a agressão da mudança da programação.