Primeira Nobre Verdade
"O sofrimento é uma experiência da mente". A prática de Meditação Vipassana baseada em Mindfulness, proporciona a oportunidade de enxergarmos a realidade tal qual ela se apresenta.
É dito que aquele que medita perde a capacidade de sentir emoções insalubres, isso não é verdade. Nós sentimos porém quando uma emoção vem à tona temos a oportunidade de escolher se queremos nos identificar com isso ou não.
Mas como? Temos um embasamento filosófico e prático, hoje vamos tratar aqui, sobre a primeira das quatro nobres verdades, que é a existência do sofrimento!
Alguns mestres dizem: "nascimento é sofrimentos". Ok!
E por que sofremos?
Sofremos principalmente por três fatores, a ignorância, o desejo e a aversão.
A ignorância nos faz desejar e isso gera sofrimento, quando conquistamos o alvo de desejo sofremos com medo de perder.
A ignorância nos faz ter aversão, temos objetos e situações de repulsa e quando eles entram em contato com nossa vida sofremos.
Então estamos sujeitos às nuances da impermanência e o desejo pelo controle nos leva a frustração, raiva e medo (sofrimentos).
Então , por que um praticante de meditação vipassana aparentemente está sempre "tranquilo"? Vou te fazer um convite: faça por você mesmo. Inspire nesse momento, prestando atenção na sua respiração. Expire.
Certo!
O que aconteceria se você não soltasse o ar? Certamente, você morreria.
Então o fluxo natural da vida, segue a impermanência do ir e vir, tal qual o fluxo da respiração.
Quando sofremos podemos e estamos conscientes do que pensamos e sentimos, percebemos a raiva, o ciúme e o medo surgirem, acolhemos esses sentimentos e dizemos: sim, você tem o direito de estar aqui. É incrível, porque quando acolhemos uma dor ela perde sua força sobre nós. Mas quando reprimimos e julgamos nossas emoções elas nos trazem problemas a longo prazo.
Enfim, o sofrimento existe mas podemos escolher como lidar com a impermanência e através da meditação criar ferramentas para nos aceitarmos na vida prática num nível mais profundo e vivermos felizes. Plenamente felizes. Plenamente presentes. Plenamente dispostos a aceitarmos tudo que a impermanência tem a oferecer aqui e agora.