A CRIANÇA QUE EXISTE EM VOCÊ

A criança que existe em você, no seu âmago, na sua alma, no pen drive da sua existência, seu backup, determina, de certo modo, ou de modo certo, a sua idade biológica, posto que a cronológica é aquela mesma que consta na sua certidão de nascimento. Quanto mais leve e sensual, mais brincalhão e positivo, mais criativo e passional, mais flexível e menos turrão, mais focado em coisas boas e menos ligado em tragédias, ou mais resiliente, palavra super em moda para quem dá a volta por cima de problemas sérios na vida, mais jovem você será, ao menos mentalmente. É claro que sua criança interior não vai impedir as rugas de aparecerem, nem que os cabelos embranqueçam ou diminuam de volume, mas para isso, existem o botox, as tintas e colorantes e as perucas e/ou implantes capilares, se for o caso... eu, pessoalmente, acho homens calvos charmosos. As academias de ginástica também auxiliam na manutenção da boa forma, relaxam e ajudam a sua criança a se manifestar, mas a boa forma mental depende dela, muitas vezes esquecida lá no fundo da sua mente e, pior, muitas vezes assassinada por você, ao ceder às pressões, reais, é bem verdade, do dia a dia. Nosso cotidiano é selvagem, cheio de péssimas notícias que nos enfiam goela abaixo diariamente, de doenças que nos aparecem e contra as quais temos que batalhar, de guerras, fome e poluição, dos silêncios e cuidados que temos que ter por causa do politicamente correto, que nos priva da espontaneidade natural da nossa criança, da política nojenta e da corrupção que grassa em nosso país e que, se Deus quiser (e Ele quer), vai diminuir (porque acabar, é impossível), da falta de dinheiro e de emprego, etc... Mesmo assim, e apesar de tudo isso, temos que pensar na nossa criança e dar voz a ela que, embora relegada a um nível de menor importância por nós mesmos, nos salva... e como! Uma lembrança das nossas traquinagens, um modo de agir meio infantil, vez em quando, um olhar menos adulto sobre algum assunto pesado, brincadeiras, risos soltos, piadas, beijos inocentes e pueris, conversas sobre nada, bobeiras e sonhos economizam-nos muitos anos biológicos, aliviam o estresse e nos fazem mais felizes, devolvendo-nos brilho ao olhar, um sorriso luminoso, viço à pele, simpatia e, definitivamente, um pouco mais de juventude. Pense nisso e considere uma mudança interior! Resgate sua criança, trate-a bem, mime-a pra valer, dê mais liberdade a ela e, definitivamente, NUNCA A DEIXE MORRER ANTES DA SUA PRÓPRIA MORTE!

*Eu paparico muito a minha criança...

Ouvindo Louis Armstrong - What a Wonderful World