A intolerância dos tolerantes e os confetes carnavalescos

A quarta-feira passou, mas as cinzas do carnaval deixou um imensurável prejuízo, não apenas econômico graças aos diversos dias de inatividade industrial e comercial, não somente pelas grandes cifras de dinheiro público usado para distrair a população embalada por ritmos dançantes e letras chicletes ou pornográficas, enquanto hospitais e escolas funcionam em deploráveis condições. Contudo, diria mais, não unicamente pelo elevado índice de acidentes e mortes nas péssimas estradas. Pensando bem, qual o intuito em citar o elevado número de contágio de doenças sexualmente transmissíveis em relações desprotegidas durante esse período? De igual modo não se faz necessário referenciar a elevada despesa que o Sistema Único de Saúde terá por consequência do carnaval; tão pouco se faz cogente contabilizar o número de criminalidade que se eleva nesse período – assaltos, homicídios, latrocínios, tráfico; os casos de divórcios, de gravidez indesejada - que em parte culminará em abortos realizados em clínicas clandestinas. Para que aludir o atentado violento ao pudor? Homens e mulheres nus nas ruas, praticando sexo em vias públicas. Motoristas a dirigir embriagados, sobrecarga em veículos, etc. Parece-nos que o carnaval é um período no qual a legislação é esquecida. Pode-se, inclusive, vilipendiar da fé da maioria da população e ainda ser aplaudido. Declarar que o objetivo era chocar, brincar com a fé das pessoas e ainda ser ovacionado.

O Brasil é realmente o país das contradições. É o país onde defensores da vida, contrários a pena de morte, apoiam o aborto. Região que clama por honestidade política e pede a soltura de um dos maiores criminosos da história da Terra de Vera Cruz. Nação na qual cantar o hino nacional se tornou desmedida opressão. Pátria que diz objetivar a redução dos índices de DSTs, mas estimula em tempo ininterrupto através da TV e músicas a promiscuidade - nessa terra, ser virgem e guardasse para o casamento é fonte para a prática de Bullying. O estímulo ao empoderamento feminino encontra nas musas da imoralidade, tais como Anitta e MC Jojo, referencial de comportamento, logo, ser mulher livre é praticar exatamente os péssimos feitos que tanto reclamam dos homens despidos de caráter. “Não é não”, mas se for ela quem desejar um contato sensual com alguém do sexo masculino, rapidamente esse slogan ganha outra roupagem “não pode dizer não”.

As manchetes jornalísticas estão repletas de declarações tais como “o Brasil é lindo, essa festa é maravilhosa”, no entanto, se tomarmos como referência o nacionalismo do período literário Romântico perceberemos que esse sentimento dista muito das declarações de amor à pátria exercidas por celebridades e ditos intelectuais nesse período carnavalesco. Quantos paradoxos há nas atitudes desse povo alegre que chora descaso e impunidade? A exemplo os professores que reclamam de suas condições de trabalho e ao mesmo tempo defendem um patrono que conduz, ano após ano, através de suas técnicas e metodologias pedagógicas, a educação para o esgoto dos índices de aproveitamento, o que resulta num analfabetismo funcional jamais visto.

Outro ponto contraditório é o fato de o país investir amplamente no combate ao vírus da AIDS enquanto insiste na propagação da quebra de valores morais e religiosos e trabalha arduamente para que se eleve o número de jovens que iniciem precocemente suas relações sexuais, assim, fica fácil compreender o porquê de o país ir à contramão mundial da redução do HIV. Não é de espantar que justamente os jovens entre 15 e 24 anos sejam os mais atingidos pela Síndrome no país.

Dentre os maiores paradoxos está o fato de o Brasil possuir uma maioria populacional declaradamente cristã, todavia, esse povo é achocalhado constantemente por instituições públicas, pela mídia de forma geral e por adeptos de demais religiões que encontram num Estado Democrático de Direito a liberdade de escolherem e professarem a sua fé e isso tudo graças aos valores que o próprio cristianismo cedeu aos direitos humanos e a atual legislação. Embora haja todo esse aparato estatal certificando o direito à liberdade religiosa, católicos e evangélicos têm sua fé e dogmas vilipendiados constantemente sob o pretexto de liberdade de expressão ou mesmo artística. Os executores não temem a legislação, represálias e ainda apontam seus atos nefastos como resposta às supostas agressões que sofrem. Chamam de algoz suas vítimas.

No ano de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude da Igreja Católica, ativistas da Marcha das Vadias decidiram protestar contra a instituição e seus preceitos de fé, na ocasião o protesto criminoso serviu-se do crucifixo, um dos maiores símbolos para a religião, para a prática de sexo anal, além de estarem nuas, o que caracteriza o atentado violento ao pudor, quebraram santos da igreja Católica. Em 2014 o cenário para protesto foi a Igreja da Candelária, quando mais uma vez ativistas nuas usando coroa de espinhos e encenando a crucificação protestaram a favor da legalização do aborto e direitos LGBT. Esses não são casos isolados, por diversas vezes as passeatas LGBT por todo o país utilizou-se de objetos sacros do cristianismo e escarneceu destes símbolos ao passo que proclamavam a necessidade de respeito e tolerância.

Recentemente o país chocou-se com a encenação teatral que teve por título “O Evangelho de Jesus, rainha do céu” que apresentava um Jesus transexual. No último Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, o cantor Johnny Roocker galgou os holofotes da podridão ao gritar que Jesus era travestir, era ‘bicha’. O caso mais atual que movimentou as redes sociais e ações judiciais foi a encenação da luta entre Jesus e o Diabo contracenada pela Gaviões da Fiel durante o desfile das escolas de Samba de São Paulo, a polêmica reside no fato de Diabo ter vencido a luta, o que contraria de modo vil a fé de protestantes e católicos. Vê-se claramente quão diversos os casos de vilipêndio e escárnio público, mas incontáveis são os casos de desrespeito e intolerância que ficam no anonimato.

O Cristianismo é a religião mais perseguida em todo o mundo e os dados oficiais no Brasil apontam que o protestantismo é a segunda mais perseguida no país, a primeira seriam as religiões de matrizes africanas. Entre os anos de 2011 e 2014 foram contabilizados 504 casos de intolerância religiosa, nestes dados estão incluídas todas as religiões e inclusive o ateísmo. No Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2018 foram registrados 103 casos de intolerância religiosa; ao que se refere aos adeptos do Candomblé ou Umbanda em sua maioria a intransigência fora pratica por grupos de traficantes que dominam determinados morros do Estado, penso que esse fenômeno tenha deixado em pane os Direitos Humanos, ora nesse caso defenderão os traficantes ou os religiosos?

A liberdade de escolha religiosa é tema constante desde âmbitos acadêmicos a conversas corriqueiras do cotidiano do brasileiro. Neste 2019 foi temática recorrente durante todo o carnaval, muitas escolas de samba e blocos carnavalescos foram às ruas com o slogan da paz e de liberdade de culto, todavia, transpareceu unicamente que o legado desse carnaval será justamente a autorização para o escárnio público desde que praticado contra a fé cristã. Estamos diante de uma perseguição velada. Os gritos de zombaria e vilipêndio ecoaram através de confetes que reluziam coloridos e manchados pelo ódio.

Os agentes desses atos não aceitam as próprias condutas moralmente reprovadas e anseiam quebrar o espelho que revela as imundices de suas ações, portanto, agem numa tentativa desenfreada de humilhar o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, destarte, servem unicamente como massa de manobra para o globalismo e os esquerdistas, além de auxiliarem no trabalho dos Islâmicos, posto que são os valores judaico-cristãos, base de sustentação do ocidente, que necessitam destruir para impor seus planos abjetos. Contudo, nessa necessidade descomedida em transformar a base do cristianismo reconhecem que há um único Deus e que está acima de todos. Agem como crianças mimadas que choram e esperneiam quando não conquistam a aprovação dos pais para praticarem algo que lhes é impedido. O que desejam é a legitimação religiosa para continuarem a exercer toda a lascívia que esbanjam, mas não lhes é permitido enxergar que é justamente essa lama que os entristecem, mas “se, pois, o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). Resta-nos como cidadãos cobrar das instituições públicas justiça, e como cristãos orar a Deus para que lhes conceda a possibilidade de conhecer a verdade e serem libertos. Como o Senhor Jesus orou, recordemos, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). Que Deus vos abençoe.

Amanda Danielle Rocha
Enviado por Amanda Danielle Rocha em 07/03/2019
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