A GUARDIÃ DAS CALCINHAS
Artigo de:
Flávio Cavalcante


     As novelas e as suas tramas que caem ou não no gosto popular. A escolha dos atores para cada personagem é de primordial importância para o sucesso proposto. É uma engrenagem sincronizada, tendo que trabalhar em conjunto. Um bom ator sem um bom texto em mãos com certeza perderá seu rendimento; ao passo, que um bom texto nas mão de um ator ruim, pode não render o esperado pelo autor e pela emissora.
 
     Não foi nenhuma surpresa para o público, a escolha e o sucesso da atriz Flávia Alessandra na novela “O SÉTIMO GUARDIÃO” Segundo a crítica, a novela não está marcando o ibope esperado, não, por causa do trabalho da atriz, claro; mas, por causa dos problemas de todo conjunto da trama. É bem verdade que o autor Aguinaldo Silva é um gênio na área da teledramaturgia, mas nessa novela está faltando algum combustível diferenciado para haver uma decolagem.
 
     O núcleo que envolve a personagem Rita de Cássia, segundo alguns telespectadores está indo para uma apelação desnecessária com a história nada a ver das calcinhas. Essa ideia do autor de instigar o emponderamento sexual feminino, está causando um tumulto gigantesco nas redes sociais.
 
     A indignação de alguns telespectadores conservadores da boa moral de outrora é clara e não concebe a figura de um delegado, todo másculo; pelo menos é essa imagem que a sociedade vê numa personagem desse nível, ter o fetiche de usar calcinhas de mulher para se sentir atraído sexualmente pela sua esposa.
 
     “ACHO QUE O AUTOR VIAJOU NA MAIONESE” Palavras de um telespectador.
 
     Rita de Cássia é interpretada pela atriz Flávia Alessandra que mais uma vez incorpora o mulherão de um talento incomparável. Na trama, Rita é conivente com as vontades do marido machão, com uma fixação por lingeries, mas há uma resistência quando ele resolve pôr em prática a sua fantasia vestindo cada peça íntima trazida pela mulher.
 
     No início, vendo a cena, pensei que ia ser mais um núcleo criado pelo autor onde o delegado Joubert Machado (Milhem Cortaz), seria na minha concepção, mais uma personagem batida de um homossexual ou talvez um bissexual, e para causar impacto ao público, já que na trama foi escolhida a toda trabalhada na princesa Flávia Alessandra.
 
     O que está certo ou erra é colocado em conversa e o que pode ou não ser feito. Conclusão da cena que aparentemente seria mais uma mesmice apresentada em outros folhetins, o delegado, mesmo com trajes estranhos mostra o seu lado garanhão cheio de desejo pela mulher, valorizando a beleza e o corpão que o núcleo pede, dando ao grande São Paulo e isto é equivalente segundo as pesquisas, mais de duzentos mil telespectadores que acompanham a novela.
 
     Tive o prazer de conhecer a atriz em longos tempos passados em gravações de outros folhetins e Flávia Alessandra foi de uma receptividade esplendorosa, uma belíssima dama dona de uma educação invejável e uma luz interior de grande imensidão. Época em que a atriz ainda era casada com o saudoso diretor Marcos Paulo e pude perceber desde aquele primeiro contato, que apesar de carregar todo o sucesso de grandiosos trabalhos já apresentados na televisão brasileira e angariado um imenso acervo de fãs distribuídos por todo o país, sua beleza e talento condiz com a humildade de receber as pessoas, mesmo sem conhecer; dando toda a atenção, esbanjando carinho e respeito; o que falta em muitos atores novinhos que só porque pôs a carinha bonitinha em alguma novelinha, se acham no direito de menosprezar até aqueles que deram oportunidade pra eles chegarem aonde estão e por eles se acharem a bala que matou Getúlio Vargas; deixo como recadinho para estes desavisados inocentes, que televisão é um meio ingrato e ilusório e é bom rever certos conceitos pessoais, principalmente o de caráter, que este é igual a fruta; não precisa ninguém derrubar; ela simplesmente apodrece e cai sozinha, este é o meu ponto de vista.
 
 
 
 
 
 

 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 15/02/2019
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