TRAGÉDIA ANUNCIADA

Há acontecimentos que podem ser previstos, inclusive acontecimentos catastróficos. Mas, já que previsíveis, por que não tomar providencias para evita-los ou minimizá-los caso não seja possível a sua não ocorrência? Vejamos:

No momento o Brasil está vivenciando outra tragédia decorrente da ruptura de uma das barragens construída para contenção de rejeito de lavra de minério explorado pela VALE - empresa que se dedica a lavra mineral no Brasil. E essa é a segunda ocorrência havida num período de três anos.

Quando da primeira ocorrência, houve muito reclamo e pressão popular sobre a empresa e órgãos governamentais responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da atividade de exploração e segurança das barragens. A presidente à época, querendo se isentar de culpa, baixou um decreto considerando a ocorrência como “Desastre natural”. Isso também livrou a empresa de determinados ônus decorrente do ocorrido. Assim, as pessoas que sofreram perdas materiais e humanas não obtiveram o que seria natural em casos como aquele.

Por outro lado, ao longo desse tempo não se tem certeza que providencias tenham sido tomadas para evitar não só que houvesse outra ocorrência do tipo, como se fizesse um plano para certificação de que não haveria risco nas demais barragens de rejeito de lavra e de hidrelétricas.

Assim, passados três anos, se repete o que ocorreu em Mariana, uma das cidades de Minas onde há exploração de minério de ferro.

Houve perdas de vidas humanas e animais bem como de bens materiais e patrimonial.

Com esta ocorrência de Brumadinho, veio à tona os desmandos das autoridades, tanto da presidente do Brasil à época. Sra. Dilma Russef, quanto do governador daquele Estado, Sr. Fernandoo Pimentel. A primeira, por não ter garantido que os valores que eram devidos às pessoas que foram vítimas da ocorrência na época chegassem a elas, e, o segundo, por ter feito concessões de licenciamento ambiental para a lavra de minério, sem o cumprimento de requisitos básicos para a segurança das pessoas, o que causou o consequente aumento de acúmulo de rejeitos e maior risco de ocorrências como a que houve agora.

Mas não vamos ficar somente fazendo coro com os demais que põem a boca no trombone no momento. Vamos aproveitar o gancho do acontecimento, e trazer ao conhecimento tanto do público quanto das autoridades o que é fato sabido de alguns que já preveem o que pode acontecer com uma hidrelétrica localizada no Estado do Amazonas. Me refiro à barragem de Balbina, localizada no município de presidente Figueiredo. E vou fazê-lo não por que queira assustar nem alvoroçar o povo contra os responsáveis por fazer o que é dever de alguns.

Falo dos diques de contenção das águas do lago da represa. Segundo eu fui informado por pessoa idônea da empresa que administra a produção de energia daquela barragem, nunca foi feito manutenção nos referidos diques, o que pode, mais cedo ou mais tarde, levar à uma ocorrência mais grave do que a que houve em Minas Gerais.

Assim, essa é uma tragédia anunciada e prevista, e sabido de alguns que são envolvidos com o projeto e a sua necessidade de constante manutenção.

Essa represa do Amazonas foi um fiasco no aspecto econômico e energético. Mas isso será assunto para outro artigo. Vou mostrar como os políticos agem contra o povo e a nação por simples bairrismo.

Navio Obidense II, 29/01/2019

Rio Amazonas. Entre Manaus e Itacoatiara.

Oli Prestes

Missionário