TRANSIÇÃO QUE ASSUSTA
TRANSIÇÃO QUE ASSUSTA
(Ivone Carvalho)
Às vezes me sinto assustada com as notícias e os acontecimentos desta época.
Vivemos um período de transição, sabemos disso, mas nos meus pensamentos e na forma dos meus poucos conhecimentos, sempre acreditei que o homem evoluiu através dos tempos e a grande prova disso é a facilidade que hoje encontramos em tudo que precisamos fazer, vez que tudo está ao nosso alcance de uma forma simples que tantas vezes nem necessita de nossa contribuição física ou inteligência para ser realizada.
O homem, dotado que foi de uma sabedoria incrível, presente Divino, se superou ao longo dos tempos. Também é certo que a bagagem trazida de outras vidas permitiu-lhe avançar surpreendentemente em campos que outrora, além das dificuldades e primariedade dos instrumentos existentes, eram ainda desconhecidas fórmulas e matéria criadas pelo Onipotente que nada fez sem uma razão e uma lógica que somente Ele, em Sua Maravilhosa Criação, poderia criar para nos presentear e nos conceder as fantásticas bênçãos que nos foram concedidas com a Vida.
E, se possível foi tanta evolução na descoberta de coisas materiais, criando, transformando, interagindo, servindo tantas vezes de cobaias mas logo vendo e vivendo a coroação da vitória que permitiu, inclusive, uma longevidade que jamais poderíamos esperar que viesse a existir, pois sabemos bem que o homem de outrora, e nem faz tanto tempo assim, já era um ancião aos 30 ou 40 anos de idade, repito, se foi possível toda essa evolução, por que não conseguimos enxergar, na mesma medida, a evolução espiritual, emocional, social e humana?
Não quero, de forma alguma, generalizar aqui. É óbvio, e só quem não quer enxergar que não verá, que felizmente a maior parte dos homens (e quero crer que sim, que a grande maioria) evoluiu sim, em todos os sentidos.
Porém, como falei no início do texto, me assustam as notícias e os acontecimentos atuais.
Seres humanos (humanos?) destroem vidas de forma animalesca (acho que ofendi os bichinhos!), com ódio, com selvageria, com cinismo, com extrema maldade. As vítimas que perdem suas vidas sofrem apenas naquele momento (e tomara que saibam perdoar para que o sofrimento não as persiga!) mas e os que ficam?
Famílias inteiras acabam destruídas, crianças que nada ou pouco entendem têm suas cabecinhas marcadas para o resto de suas vidas e quantas delas, na revolta que passarão a viver, se tornarão tão más quanto aqueles que destruíram seus sonhos e suas vidas.
Aí me flagro lendo as profecias de Nostradamus e encontro lá sobre a 3ª. guerra mundial. Onde? Tenho visto isso no mundo inteiro, em todos os canais de TV, em todos os jornais, no meu país, na minha cidade, na casa do vizinho, na rua, nos parques, nos shoppings, no cinema, nos bares, nos bailes, meu Deus, em todos os lugares!
São balas perdidas, são gumes extremamente afiados que apesar de matarem com um ou dois golpes há quem insista em desferir 23 vezes, são corpos arrastados por carros ou esquartejados como animais destinados aos açougues, são crianças abandonadas nas ruas sob o frio cortante ou o calor intenso, sem alimento, sem roupa, sem um lar, sem um carinho, conhecendo tão somente as lágrimas e a dor, são homens que não respeitam as mulheres e vice-versa, mas, principalmente, homens que não respeitam o ser humano e muito menos se respeitam!
Meu Deus! O que é feito do homem que não ouviu a Sua Palavra e, ao invés de evoluir voltou a me lembrar a época dos gladiadores e das grandes arenas em que se soltava os leões para executar os cristãos?
Fico assustada, sim, e me vejo em prece constante. Temo pelas minhas filhas, minhas netas, meus genros, meus sobrinhos, minha família, meus amigos, meus vizinhos, meus irmãos enfim, tão filhos de Deus quanto eu, onde quer que vivam neste mundo.
Orar, com toda certeza, será o que de melhor poderemos fazer neste momento, por aqueles que estão longe dos nossos olhos, das nossas vozes, dos nossos ouvidos, da nossa palavra, do nosso afeto.
Vibrar sim, muito, durante o Evangelho em nossos lares, ao nos levantar, ao nos deitar, em todos os momentos que nos afligirmos pensando naqueles que estão se tornando vítimas do homem que não conseguiu crescer.
Estou amarga? Não! Estou infeliz? Não! Estou enfrentando problemas sérios? Não! Eu estou bem, graças a Deus!
O que não está bem é esse quadro que assistimos todos os dias, todas as horas, em todo lugar!
E acredito piamente que se cada um de nós nos tornarmos um pouco melhores, menos egoístas, mais pacientes, mais civilizados, mais ternos, mais amigos, mais ouvidos, mais caridosos, mais Cristãos na verdadeira essência da palavra, e amarmos mais, ensinarmos mais, distribuirmos mais daquilo que temos de melhor, conseguiremos sim, transformar um pouquinho esse mundo de horrores que estamos vivendo.
SP, 11/01/2019