O LIVRO ESPÍRITA NA BIENAL*

Dedicado à Chico Xavier, sempre médium e mestre maior!

Escrevo ouvindo Enya, no áudio do STUM; e do enfoque da autora, que participa da Bienal do Rio com as suas obras. A intenção é passar impressões, talvez úteis a autores e leitores, e aos amantes da literatura espírita.

Pode parecer à primeira vista coisa superficial e sem maiores significados a presença do livro espírita num evento do porte de uma Bienal - mergulhado num sem número de outras obras espalhadas por stands de um outro sem número de editoras que lotam cinco pavilhões gigantescos. Impressão enganosa! Existem, aí, muitas implicações despercebidas, talvez que mesmo do espírita inexperiente e de muitos trabalhadores envolvidos eficientemente no afã do sucesso desta iniciativa.

Há a facêta importantíssima, para autores e editores, da troca pessoal, de suas experiências e impressões, de opiniões. Distribuidores conferem ao autor uma dimensão mais acertada da relevância e do alcance do seu trabalho, e da divulgação das suas obras. Nesta troca com os profissionais das editoras, o autor confirma, a partir do conhecimento destas vivências, a importância e a responsabilidade que lhe cabem na produção de uma literatura que, pelas suas características particulares, deve se revestir da mais íntegra idoneidade de conteúdo, a par do esmero na apresentação e na correção do seu vocabulário - de resto, requisitos indispensáveis a qualquer autor que queira fazer a boa literatura!

Mas é que, no caso do livro espírita, há um fator diferencial particular - mais do que a função de formar opiniões, o livro espírita, com as suas revelações oportunas a qualquer tempo, modela almas! Modela aquela essência última do ser precisada urgentemente de lapidação para a realização do mundo que todos queremos. De resto, um trabalho de magnitude inimaginável, envolvendo equipes assistentes da esfera invisível, médiuns e escritores reencarnados, editoras e trabalhadores de um sem fim de matizes importantes, que compõe na nossa dimensão material da vida uma falange imensa, e comprometida, certamente de maneira prévia à etapa corpórea, nesta missão importante, qual a de levar às novas e sucessivas gerações do orbe idéias cada vez mais claras a respeito do que de fato se constituí a vida verdadeira de todos nós: mais vasta, mais abrangente - a vida real, na qual nos achamos imersos mesmo quando ainda estagiamos por aqui, no aprendizado peculiar da materialidade.

A importância maior da literatura espírita, portanto, reside nesta missão, qual a de redespertar memórias demasiadamente adormecidas, sob o peso dos dramas da vida material, para o sentido e significados maiores da existência de cada um, lembrando que cada escolha diária se reveste de conseqüências extensivas não apenas à hora seguinte - mas, principalmente, às vidas posteriores, sejam novamente na esfera física, sejam na continuidade das mesmas, nas estâncias espirituais às quais nos reportamos inexorávelmente após o desencarne, rigorosamente condizentes a perfis e a conquistas individuais no decorrer do nosso tempo de jornada evolutiva.

Daí a necessidade de se conservarem indefectivelmente sintonizados os componentes de toda esta equipe de trabalho; daí a importância insuspeitada das obras espíritas nas Bienais, de resto evento enaltecedor da cultura e do apuro da alma humana como poucos existem nos dias de hoje, atingindo com tanto esmero esta nobre finalidade.

Ali, portanto, reunem-se muito mais do que profissionais do livro provenientes das variadas editoras divulgadoras da mensagem espírita; muito mais do que autores, médiuns, editores, distribuidores. São colaboradores empenhados num trabalho que envolve a muitos mais, presentes, também naqueles momentos, para além do alcance dos nossos sentidos físicos. O livro espírita, efetivamente, e nos tempos que correm mais do que nunca, representa a materialização palpável das realidades maravilhosas que nos aguardam na continuidade infinita da nossa jornada; o consolo supremo, através do conhecimento prévio destas coisas, ainda de dentro do nosso momentâneo e necessário amortecimento da memória pregressa das nossas vivências, para todos os que porventura se vejam desencorajados e desanimados por perdas, por experiências adversas, por desafios difíceis cujas razões ocultas, contudo, o conteúdo do livro espírita nos descerra, balsâmico, para a recordação oportuna de que nós mesmos confeccionamos as estradas floridas ou pedregosas do futuro, por intermédio do uso inviolável do livre arbítrio nos lances com os quais nos deparamos - muitas vezes agindo de dentro de uma invigilância da insuspeitada importância de que se revestem para a edificação do nosso futuro e da realização dos nossos maiores sonhos!

Assim, parabéns aos profissionais da literatura espírita - de ambos os lados da vida!

É um prazer supremo merecer estar entre vocês!

Com amor,

*Aos interessados, o stand do livro espírita é o da FEB/ADELER, uma área de 500 metros quadrados no pavilhão azul da XIII Bienal do Livro no Rio de Janeiro, no Riocentro, Barra da Tijuca - de 13 a 23 de setembro. Uma festa, com novidades do universo espírita, cobertura ao vivo das Rádios Rio de Janeiro e Rede Boa Nova de São Paulo, sessões de autógrafos e contato direto com autores, editores, profissionais do livro e com o público - imprescindível participante da alegria e do brilho do evento!

Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 16/09/2007
Reeditado em 16/09/2007
Código do texto: T654702
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