Desafios da educação brasileira no século XXI

Falar de educação e sobre quais seriam as medidas que poderiam ser tomadas rumo a uma educação de qualidade no contexto atual da educação brasileira parece ser algo controverso, um assunto áspero, porém necessário. Como educadores, não podemos nos esquivar de nossas responsabilidades.

Ao mesmo tempo em que devemos (nós educadores e toda a sociedade) buscar melhorias para a educação de uma maneira geral, vemos aqueles que são os responsáveis pelo gerenciamento educacional se digladiarem com concepções educacionais disso e daquilo, et cetera e tal.

Pessoalmente vejo que o problema educacional brasileiro não esteja em debater quais são as doutrinas corretas e as erradas, quais sejam as melhores metodologias de ensino nem tampouco quais as disciplinas devem estar no currículo. O básico não está sendo feito. Como iremos mudar os resultados se não agirmos nas estruturas básicas?

Estamos em pleno século XXI com escolas do século XX, ou pior, do século XIX. Temos escolas excelentes? Sim, temos. Porém, o que deveria ser praxe acaba sendo exceção. Quando nos deparamos com uma notícia de que alunos de uma escola tal conseguiram tal feito ficamos orgulhosos. Mas, e o restante das escolas? As escolas esquecidas nas periferias, nas cidades interioranas e nas zonas rurais? Que resultados esperar de escolas onde faltam professores (e os que têm são mal pagos), faltam transportes, falta infraestrutura, faltam recursos didáticos e faltam livros?

Mudar as concepções ideológicas e legislativas sobre educação e não enxergar os verdadeiros problemas estruturais da nossa educação publica não resolve o problema.

Mesmo com tantas deficiências na área educacional, necessitando de politicas públicas sérias e efetivas, o que assistimos é um país que reduz os investimentos em educação enquanto jorra dinheiro público para outros setores e, pior ainda, no ralo da corrupção, na ingerência dos recursos públicos.

O Brasil precisa urgentemente de valorização de verdade da educação. E quando falo isso não me refiro somente a aumento de salário para profissionais da educação. Refiro-me a todas as demandas urgentes: capacitação profissional e remuneração digna; reformas, ampliações e construções de novas escolas; livros didáticos e paradidáticos de qualidade; professores e demais profissionais realmente dedicados ao fazer educacional e não só com o salário; infraestrutura adequada às atividades a serem desenvolvidas; materiais e recursos didáticos adaptados à educação; bibliotecas, computadores e espaços aconchegantes; formas de motivação e respeito mútuo entre profissionais, alunos, família e sociedade; cooperação entre os diversos setores da sociedade; formação educacional digna e condizente com as reais necessidades da nação.

E para terminar. Precisamos parar com essas brigas de modelos educacionais que até agora não surtiram efeito. Não se faz milagres com palavras, as mudanças se fazem com atitudes.

*Artigo desenvolvido para a disciplina História da Educação do curso de Letras Inglês EaD, NEAD/UFPI.