O AMOR - ILUMINAÇÃO

O AMOR - ILUMINAÇÃO

Muito se tem falado e escrito sobre o amor, que pode parecer até certo ponto, muito pedante a idéia de falar sobre o assunto, embora algumas pessoas aspira um critério honestamente científico.

A atitude de um biólogo, inclusive a do psicólogo diante de um mundo de fatos, que tão intimamente comovem as fibras sentimentais de qualquer ser humano, corre o perigo de parecer igual, a um macaco solto em cima de uma mesa, estando a mesma preparada para o jantar, ou mesmo de um elefante em uma horta ou jardim. Se desejamos passar em revista as forças que nos animam ou nos abatem, que nos impulsionam ou nos detém, não podemos deixar de falar sobre esse sentimento.

Temos de falar do amor. É necessário defini-lo, só que aqui os critérios são variados, podendo ser também muitas vezes contraditórios. Nossos recursos serão mais limitados, portanto serão maiores os perigos falar sobre o assunto, ou de teorizar sem base experimental adequada.

O medo, a ira, são emoções que manifestam fundamentalmente em todos os mamíferos superiores, mas o amor adquire matizes peculiares na humanidade. Por isso, suas definições, continuam sendo distantes e divergentes.

A presença do amor faz a pessoa sofrer ante o olhar do amante e se tem uma verdadeira transfiguração. O olhar amoroso vê nas pessoas, as qualidades e os valores que permanecem ocultos a olhar indiferente ou rancoroso. Todo ser possui ao lado de características superficiais que se oferecem a quem quer que as olhe, uma infinidade de propriedades, boas e más, que permanecem em seu íntimo, mais que as outras, sendo possível que um dia mais tarde venha a se manifestar e mudem totalmente sua fisionomia interior ou exterior. Há portanto em todo ser, algo atual e algo virtual latente. E entre todas as coisas e valores atuais ou virtuais, há bons e maus, melhore e piores, detestáveis e excelentes.

O olhar apaixonado percebe no ser amado, o conjunto de qualidades e valores que integram e que se destaca em primeiro lugar.

O amor é portanto, claridade e luz. Ilumina no ser amado, suas mais sublimes perfeições e percebe em conjunto o volume de seus valores atuais e virtuais.

É muito importante destacar, que as qualidades e valores de um ser humano, não são as que determinam o amor que sentimos, e sim que é esse sentimento que destacam essas qualidades e esses valores. Não vemos as perfeições nem as admiramos (a priori mas a posteriori), de sua iluminação pelo feixe de luz amorosa, que brotou de nosso núcleo pessoal.

Pretende simplesmente afirmar que sua luz, a luz do amor requer a nossa, para se apreciada com a refulgência conveniente ao amor.

A iluminação se efetua, quando influência serena, do amor é nutrido por desejos pessoais mais amplos, a imagem da pessoa amada, se destaca lenta e progressivamente, provocando admiração crescente. O gozo contemplativo é capaz de chegar a um êxtase, no qual todo dinamismo psíquico se consome em puro enlevo, ou estado sentimental de inefável prazer, provocados pela visão.

O amor acentua as facetas positivas e valiosas das coisas, projeta sua luz sobre os aspectos deficientes ou defeituosos, absorve-os e ainda os suprime pela única razão de coloca-los a serviço daquelas.

A influência nos convence a tendência amorosa quando exerce sobre a percepção iluminada de seu objeto de amor.

Sem solução de continuidade, o processo amoroso passa da fase dos iluminados a outra, na qual a imaginação tece uma nuvem de fantasias, concernentes ao futuro e a possível comunhão (espiritual e carnal), com o ser amado. Fantasias no entanto se vêem contrastadas e detidas pela dúvida ou temor de que a realidade esteja longe demasiado, de suas promessas. Não é verdade que "o sonhar não custa nada", custa sim, em primeiro lugar, por afastar da realidade e em seguida por retornar a ela. Assim a pessoa enamorada começa a ser torturada pelas perspectivas dos prazeres e dos fracassos antecipados. A ilusão se refere não somente à exaltação dos valores do ser amado, mas também à concepção de uma vida venturosa para os amantes.

tancredo
Enviado por tancredo em 29/10/2005
Código do texto: T65003