Fake news, eu e Richard Gere.
Fake news, eu e Richard Gere.
Hoje, ao acordar, olhei no espelho e vi a imagem refletida de Richard Gere, o galã de cabelos grisalhos. Estranhei. Busquei a verdade e fui pesquisar. Abaixei a cabeça e vi minha saliente barriga de chopp, portanto, não era o Richard Gere, até porque ele não deve ter essa “barriguinha”. Levantei a cabeça e olhei de novo no espelho e, novamente, Richard Gere estava lá. Fiquei confuso! Seria eu o Richard Gere? Mas, logo a imagem se desfez e descobri que o espelho era fake. Um fake espelho, uma farsa de espelho que me enganou.
Imediatamente recordei-me de que boa parte de nossa vida atualmente é fake news. Dia desses marquei com um advogado em determinado local para conversarmos sobre um tema. Eu não o conhecia, mas confiei no whatsapp e pensei: Bom, será fácil identificar o advogado, basta olhar no whatsapp que terá uma foto dele. E tinha mesmo a foto do “dito cujo”. Pedi um chopp para aguardá-lo e fiquei a olhar na multidão e no whatsapp para identificá-lo. Depois de 4 canecas de chopp e já pra lá de Marraqueche foi que alguém bateu em meu ombro: Wellington? Sim, sou eu. Era o advogado que também me procurava pela minha foto do whatsapp e não me encontrava, já que na foto estou bem mais, digamos, apresentável. Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. Éramos, ou sei lá, somos, eu e o advogado, dois fake news.
E por falar nessa “onda” toda de fake news não é muito difícil entender as razões pelas quais essas notícias falsas proliferam-se com a velocidade do Mário Tílico, ex ponta do Náutico e São Paulo.
Ficarei em apenas dois pontos.
Primeiro porque se acredita em tudo que vem da internet. Os antigos bancos de fofoca, onde a reputação do fulano era “assassinada”, foram substituídos pelas redes sociais. Se o “A” joga na internet a notícia de que o B é alguém maldoso ninguém duvida disso, não há uma busca, pesquisa, nada além da superficialidade e, por conta da frivolidade geral a notícia é lançada adiante, produzindo enorme estrago na reputação do “B”.
Segundo, porque o fake news é uma forma de arrogância, mesmo que inconsciente. Como a ideia que circula pela rede é semelhante a minha, eu não verifico para saber se é verídica, porque, em minha concepção, tudo aquilo em que eu acredito está coroado pela verdade.
O arrogante e o crédulo, dois disseminadores da mentira virtual.
Quanto ao Richard Gere, lamento, mas não temos nada a ver um com o outro. Como disse acima, era um fake espelho, uma farsa...
Sorte minha, azar o dele...