NA BEIRA DA ESTRADA

NA BEIRA DA ESTRADA

( POR DOMICI )

“ Na beira da estrada, vermelha de terra, via-se de longe, singela construção.

O pequeno terreiro de chão batido, dava ao lugar um ar aconchegante, e num canto estratégico, um pequeno sino, era anúncio e convite á fé. No interior desse humilde prédio, pesados bancos de madeira, enfileirados lado a lado em duas carreiras com um corredor ao centro, demarcava a chegada ao altar.Completando o cenário bucólico, pesado crucifíxo, ornava a parede do fundo com a imagem de nosso Senhor.

A poucos metros de tão hospitaleira chegada, erguia-se também outro aposento, que em seu interior abrigava, cadeiras de formas estranhas, todas colocadas e arrumadas com estratégia e capricho, pois ao sentar-se em qualquer uma, a visáo se fazia sem par: uma pequena louza a contemplar.

Passeando o olhar mais adiante, na várzea ribeirinha, destacava-se pequena área demarcada, que nas duas cabeceiras ostentava, traves de polido varão. As demarcações do terreno afim, eram feitas em baixo relevo e dispensava marcações provisórias.

Essa paisagem que encantava pela calmaria que ali existia, em dias comuns da semana, de repente se transformava, pois era então tomada de extrema alegria, no final de semana esperado, com vozes e risos, de contos e encantos, da roça bonita, da vaca leiteira do cafezal em flor. O descanso do trabalho suado, os pecados a Deus entregado, resumia-se em brados e salva para os astros de então, que naquele pequeno pedaço de várzea eram os reis do momento, no esporte paixão.

Belo quadro do nosso passado, berço explêndido de alguns valorosos homens que marcaram a nossa história, mas, que aos poucos cai no descaso, dos insensíveis que governam esse chão.

O cenário por ora descrito, é o grito de um povo que perde a raíz. Quando isso se encerra em abandono e ruínas, forja-se no homem uma sina: pobre, infeliz, favelado e ladrão.

Os alicerces de uma sociedade são feitos, com os pés firmes no chão; o homem, inserido e feliz no campo é o braço forte dessa nação; resgatar, manter vivo esse quadro,é tornar forte um povo, que precisa com urgência se conhecer e sua cultura fazer renascer.”

domici
Enviado por domici em 17/09/2018
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