AtOalidades
Para não ficar eclipsado, o Presidente Temer deixou o encontro dos BRICS
na África do Sul antes do encerramento solene, e voou para o Brasil para, além de retomar o timão da Nação, salvar o amigo Eunício, Presdiente do Senado, de se queimar por assumir a Presidência, ainda que por algumas horas, perdendo destarte a legibilidade para as próximas eleições, onde tem pelo menos a segurança de renovar seu mandato senatorial por mais oito anos. E em programa de índio, Eunício não entra...
E nesse quadro de sincronizações bem calculadas, durante o breve interinato em que tomou as rédeas do Executivo, a Presidente do Supremo, Ministra Cármen Lúcia, de madeixas aparadas e em tons mais suaves de cinza - menos radicalmente do que a graunice de seu par Fux - assinou legislação que impõe a contratação de ex-presidiários, entre 3% e 6% da força de trabalho por determinada categoria de empresas. A nobreza do objetivo do legislador em dar efetiva oportunidade de reinserção aos ex-detentos na sociedade, conflita, inevitavelmente, com o quadro assustador do desemprego da chamada massa populacional cujo crime é justamente a falta crescente e espantosa de oportunidade de trabalho. Ciro, Marina, Bolsonaro, Alkimin, Meirelles, Amoêdo, Dias, d'Ávila, Inácio - o presidiário sem voz - Félix ou Fidélix, e alguns outros que hão de confirmar suas candidaturas - terão propostas viáveis para enfrentar mais esse desafio?
E como o Nobel da Literatura não sai mais neste 2018, vamos torcer para que 2019 ofereça essa honraria em dobro. E, quanto a uma eventual chance de o Brasil faturar o seu, os analistas lembram que na edição de 1967, Jorge Amado teria perdido por uma vírgula, muito embora, uns 30 anos depois, o português José Saramago arrebatou o seu, sob a aclamação dos cultores da flor-do-lácio, sem uma vírgula sequer...E naquela solene ocasião já se vaticinava que para sair outro Nobel na língua de Camões, só
dali a vinte anos - que se completam agora...Quem sabe, quem sabe, na alquimia que promete tanta magia, tire o Paulo, o Coelho da cartola?
Ainda no caso do Nobel de Literatura - já que para as outras categorias as figurinhas carimbam-se só no hemisfério norte, à semelhança das aparições da Virgem - conta-se que Drummond deixou de concorrer, com chances, tão-somente por ter-se desacorçoado de mandar tempestivamente seus poemas vertidos para uma língua que a egrégia Comissão Avaliadora sueca pudesse entender...
E das honrarias, passamos às lit-orgias: o influente Cardeal norte-americano Theodore McCarrick, de 88 anos, acaba de ser afastado do Sacro Colégio Cardinalício, sob recorrentes acusações de abuso de menores e de maiores, ao longo de sua "otherwise" brilhante carreira eclesiástica...
Pode não ser tudo decorrência do pesado e inexplicável regime de celibato que a igreja católica impõe ao clero, mas ele dá azo a distorções comportamentais até sob as batinas...
E o Tour de France, o mais prestigioso, perigoso, glamouroso e rumoroso evento ciclístico universal - encaminha-se para mais um fim com a chegada triunfal em Paris, amanhã, domingo. É mais que centenária essa corrida e não consta que algum brasileiro - ainda que raro - nela se tenha destacado.
Será que nossas Calóis e Monarks não predispõem a meninada para a gladiatoria ciclística? Na América Latina, aliás, só a Colômbia é que tem tido participação regular, aguerrida e brilhante nesse torneio. E os próprios franceses, que participam com tanto entusiasmo e apoio já não levantam o título há quase trinta anos...