Constatação
Constatação
No Brasil temos um órgão público onde seus estabelecimentos distribuídos por todos os municípios desse imenso país, respeitando obviamente a organização hierárquica de órgão federal, órgão estadual e órgão municipal comumente empregada aqui, é excelente prestador de serviços ao cidadão. Destaca-se o fato que o cidadão é muito bem atendido no estabelecimento desse órgão que serve á sua região e consegue obter serviços de emissão , regularização, correção, e atualização de documentos sem muitas idas e vindas, quase nenhuma espera em filas, e total acessibilidade.
O documento obtido nesse estabelecimento dá direito ao cidadão de participar de um evento onde o órgão atende de maneira organizada e sem transtornos mais de cento e quarenta milhões de brasileiros num período de oito horas para que votando participem da escolha e contratação das pessoas que por quatro anos vão definir por meio de decretos, leis e normas como o cidadão será tratado em bancos públicos, previdência pública hospitais públicos, postos de saúde, delegacias e etc. Locais onde sequer somos tratados com educação e somos envolvidos em uma rede burocrática preparada para impedir o acesso aos nossos direitos fartamente alardeados nos meses que antecedem a escolha e contratação dessas pessoas que juram por todos os santos de todas as crenças que querem o cargo para batalhar e resguardar esses mesmos direitos.
Comentário sobre eficiência faz lembrar também transparência, nós cidadãos antes desse evento da contratação somos vistos, visitados, reconhecidos e abraçados pelos candidatos aos empregos mencionados no parágrafo anterior até a ultima hora do dia do evento. São pessoas como nós modestamente vestidas e de linguagem simples e cordial, mas nós apesar de solidamente constituídos do ponto de vista biológico, após esse dia passamos a ter o dom da invisibilidade quando essas pessoas que ajudamos a contratar e ajudamos a pagar os altos salários e os caríssimos benefícios, agora ricamente trajados olham através de nós como se não existíssemos e não ouvem mais a nossa voz que fica obstruída pela barreira de grandalhões sisudos e armados que eles têm em volta de si e que não havíamos notado antes.
Temos dois jeitos de sermos reconhecidos como pessoas, um é votar direito acompanhando a história do país, filtrando informações ao longo dos quatro anos que antecedem ao pleito e comparando com o que é dito em campanha antes de votar. A chance de acertar é remota, mas existe. O outro jeito seria irmos embora para “Pasárgada” e fazermos amizade com o rei. Não com o rei persa, mas com o rei amigo do Manuel Bandeira, aquele sim era legal.