ANS e os Planos de Saúde
“Saúde não é mercadoria, vida não é negócio, dignidade não é lucro”. Belíssima frase proferida pela ministra Cármen Lúcia, presidente de nosso STF, num despacho em que suspendeu aquela arbitrária decisão da ANS sobre cobranças dos planos de saúde. Uma argumentação filosófica perfeita se não vivêssemos no simples mundo dos mortais. Os planos de saúde brasileiros que só visam o lucro desenfreado, comungam em outra cartilha, apadrinhados por aqueles que deveriam nos defender, a alienada ANS. Seus diretores, ao ignorarem a realidade social do país fingem que fiscalizam e, o que é pior, resolveram peitar a decisão da ministra Cármen Lúcia, e dizem que vão manter a regra dos 40% de coparticipação além da franquia. Um diretor extrapolou todos os limites de seu dever de ofício e disse ainda: “A ANS não é um órgão de defesa do consumidor”. Deveria ser demitido sumariamente, já que ignora, peremptoriamente, defender um dos princípios básicos da razão da existência desta agência, “ a de assegurar o interesse público”.