ESPREITANDO FANTOCHES

O programa “Painel” da GloboNews desta semana estava mais para uma sessão pastelão do que um debate de tendências. Confesso que gargalhei mais com os participantes do que concordei ou discordei. O tema era o futuro econômico e político do Brasil.

Sempre são três os convidados. Dois deles eram representantes do mercado financeiro. O outro, um petista de carteirinha. Se o programa permitisse entrar com bandeira vermelha, com certeza ele estaria com uma na mão. É daqueles que ainda acredita no Lula como “salvador da pátria” pela segunda vez.

Como a eleição de outubro ainda é uma incógnita e deixando de lado o moço petista, há evidências de que o mercado financeiro está espreitando futuros fantoches. A doutora em economia Zeina Latif economista-chefe da “XP Investimentos” deu a entender que o fantoche Michel Temer seria a melhor solução.

Parece que a única palavra que tem algum significado para o mercado financeiro é “reformas”. Existe uma certa obsessão. Zeina chegou a pontuar que todas as reformas do governo Michel Temer estavam no caminho correto. Muitos outros economistas formadores de opinião escrevem a mesma coisa.

Bastou o PT ser retirado do poder para que a reforma da previdência se transformasse na maior obsessão dos economistas. Costumam pintar o pior dos cenários para o futuro do Brasil se a ela não acontecer. Quando espreitam fantoches, certamente apoiarão o candidato que prometer fazê-la.

Neste jogo de espreitar cabe prestar atenção nas ideias dos economistas que estão assessorando o programa econômico da possível futura candidata Marina Silva. Para o mercado financeiro Marina Silva seria o fantoche perfeito de ser manipulado.

O Brasil sonhado pelo mercado financeiro é totalmente divorciado da sociedade. Eles só conhecem os lucros. A sociedade só conhece as despesas que geram os lucros deles. Quando não gostam de alguma coisa, brincam de manipular o dólar, a inflação, os preços e os juros. Brincam até de endividar a sociedade.

Estamos com treze milhões de desempregados. Novamente os números mentem. Nestes treze milhões podem ser acrescidos pelo menos mais um terço. Estranhamente diante destes números, só se fala da previdência. Parece que ninguém está interessado em reformas para o Brasil crescer, e a sociedade como um todo prosperar.

Como um bicho-papão, assustam dizendo que os aposentados poderão ficar sem a sua aposentadoria. Enquanto o Brasil continuar governado pelo quarto poder chamado mercado financeiro nunca seremos um grande país. É quase uma lei de mercado. Numa “república de bananas e fantoches” os lucros são sempre maiores.