Sétimo Mandamento...
Estudando e analisando o caso “Renan Calheiros”, que tem sido a principal manchete de todos os noticiários tanto na imprensa falada, escrita ou televisada deste país, fiz-me alguns questionamentos, para melhor conseguir entender o problema.
1 – O que é “decoro”?
2 – Para que ele é usado?
3 – Aonde ele se aplica na vida de um parlamentar?
4 – Para o que serve o “decoro”.
O dicionário Michaelis define decoro como:
1 . Dignidade moral; honradez, nobreza.
2. Acatamento, decência.
3. Pundonor. Sentimento de dignidade; brio, decoro. Zelo da própria reputação.
4. Conformidade de estilo com o assunto.
Depois de consultar o dicionário, resolvi consultar a Bíblia Sagrada em Êxodo Cap: 20 Ver:14 que nos diz taxativamente: “Não adulterarás.” Para o que está escrito na Bíblia, não há qualquer explicação nem comentário, é apenas uma ordem dada por Deus aos homens através de seus mandamentos, não é para ser discutida nem comentada, é só para ser cumprida. Obviamente para quem acreditar em Deus.
Acho que o termo que define melhor o erro de Renan Calheiros é sem dúvida alguma: Pundonor, que significa: zelo da própria reputação.
Acredita-se e até prova em contrário se afirma que, um Senador da República deva ser uma pessoa de reputação ilibada, que zele por essa reputação, que leve um estilo de vida condizente com o cargo que ocupa, que seja pessoa de bons princípios, zelosa pela instituição da família, da ética e dos bons costumes.
Um Senador da República, não é uma pessoa qualquer. Pelo menos é o que eles mesmos acham de si próprios.
Um Senador precisa manter uma conduta respeitável, que dê exemplo ao povo da nação, deve exercer seu mandato com dignidade, procurando fazer sempre o melhor. Não deve envolver-se com negociatas e nem exercer a politicagem. Um Senador, deveria poder ser usado como exemplo para nossas crianças e adolescentes. Um Senador está no cargo que ocupa, para promover a boa ordem constitucional da nação e a governabilidade do país.
Pensando em todas essas coisas, vê-se que é aí que entra a palavra “decoro”, que significa: Dignidade moral; honradez, nobreza, decência.
Renan não teve “zelo pela própria reputação”.
Há uma doença viral endêmica, na área onde está localizada Brasília que se chama: “deslumbramentus-poderiticum-politicoliun-semvergonholiun”, mais conhecida como “político no poder não tem vergonha”. Esse vírus atinge todas as pessoas que conseguem eleger-se para cargos políticos, principalmente de “Deputados Federais ou Senadores”.
Ao ser eleito e chegar ao Congresso Nacional, a pessoa é infectada com o vírus que causa essa doença. Esse vírus atinge em cheio o cérebro das pessoas, depois de infectar ele começa a se espalhar, toldando o raciocínio, causando alucinações e cegueira moral, interferindo nas atitudes e nos costumes das pessoas.
Quando infectada a pessoa passa a acha-se um super-homem (ou mulher), inatingível e indestrutível, por causa da “couraça da imunidade parlamentar”.
Um deslumbrado é capaz de fazer coisas que ele mesmo em sã consciência não faria. E ainda mais, desavergonhadamente, julga sempre as atitudes dos outros.
Tudo isso serve para tentar explicar, se é que isso é possível, as atitudes politiqueiras e desavergonhadas tomadas por nossos políticos em Brasília.
Bem, deixemos de divagar e voltemos a Renan Calheiros.
Querem cassar o Renan por muitos motivos, isso ainda não aconteceu porque o Luiz ainda não deu a senha para “fritarem” o Renan.
Infringir as Normas e Leis que regem a política brasileira, não é o pior dos crimes de Renan Calheiros, se fosse só isso, se fosse só Lobby, associação com negócios escusos, lavagem de dinheiro, mágica (fazendo aparecer dinheiro onde não havia) e outras coisas mais, Renan até poderia safar-se bem, porque quem o julgaria não teria coragem de fazê-lo com isenção, porque estão todos no mesmo barco.
O erro de Renan, começou não com a falta de “decoro parlamentar”, mas com a falta de “decoro moral”.
Segundo o Art. 9º - Parágrafo II do Regimento Interno do Senado Federal, é passível de punição o Senador que
“Praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta..."
Ao imiscuir-se em um romance com uma mulher que não era a sua esposa, Renan Calheiros, não cometeu um crime, cometeu um pecado, que poderá ser pago com a sua morte política, porque segundo a Bíblia “o salário do pecado é a morte”.
Imaginemos a mágoa desta esposa, traída, humilhada, mal-tratada, sabendo-se preterida por uma outra mulher, muito mais jovem que ela. Imaginemos o sofrimento desta mulher que dedicou toda sua vida aquele homem e agora vem a saber, pelos outros, que ele não a respeitou, que ela foi digna mas não recebeu dignidade em troca, que foi fiel mas não recebeu fidelidade, que foi bondosa e que foi paga com o mal, com a traição, com o vitupério. Imaginemos a humilhação desta mulher, tendo que ir ao plenário do Senado, declarar que perdoava seu marido que estava tudo bem, humilhação sim, porque mulher nenhuma, esposa nenhuma, sabendo-se traída, faria o que ela fez se não tivesse sido pressionada de alguma maneira.
Sim, praticar atos que desabonem a boa conduta, foi esse o erro de Renan Calheiros, e é por isso que ele deve ser julgado, porque faltou com o “decoro” para consigo mesmo e para com sua família. As outras coisas erradas das quais ele é acusado, não são causa, mas conseqüência do impensado ato de ignorar o “Sétimo Mandamento”, não por ter ofendido esse ou aquele, não por ter-se associado a isso ou aquilo em negociatas malfazejas e inescrupulosas, sua condenação não é material, mas moral.
Quantas concubinas (e concubinos, se é que o termo existe) há em Brasília?
Será que as esposas e maridos dos parlamentares já pensaram nisso?
Os parlamentares que coloquem suas “barbas de molho”, pois, depois do caso “Mônica Veloso” a coisa pode esquentar por aquelas bandas. Fico imaginando o quanto nossos “honrados” deputados e senadores não estão gastando a mais...porque agora, todas vão querer mais...
Brasília é o centro do país, centro geográfico e centro das decisões governamentais, das decisões políticas e agora centro também da corrupção, das falcatruas e da infidelidade conjugal.
Senhoras e Senhores parlamentares, vamos moralizar o Brasil. Vamos dar o exemplo. Porque “desmoralizar” é o que mais se está fazendo neste país.