SURTO HIPOTÉTICO
(Art/09)
     
     A aurora se fazia longe quando o escuro da noite, longa, ainda vigiava toda a terra e o pensamento rolou em segundos ao entrar num mundo irreal que deveras me tomou o fôlego e a consciência perturbou com imaginação febril e o estado negro do quarto, no breu. Instantes se fizeram Século, diante da espera por uma réstia de luz da janela cuja cortina escurecia ainda mais e o momento real ao irreal ao hipotético surto. Transe esquisito esse. O sono se fora há muito e a claridade era um mundo vivido, o dia anterior e sumira em todo o planeta, pois o sol mergulhara no horizonte do oceano, foi tragado por um tsunami, armadilha do sistema cósmico e estaria o mundo sem luz e o escuro fez-se eterno ... E o sol? - Estaria agora no centro da terra, no fundo do mar e ou/numa infinita cratera vulcânica? ... E então viveríamos como algas marinhas, porém, as algas devem também ter sofrido o choque com mergulho do sol e nem saberíamos o que seria daqui pra frente no breu ... - O que diria Copérnico diante desse impasse, do desaparecimento do sol, sendo o sol  conforme sua teoria, o centro do universo?  - E  as estrelas? - Pensei...quando uma réstia de luz da manhã, tão aguardada, notei no lado direito da cortina e então pude me imaginar, novamente, descalça e nua aos pés do mar.   
edidanesi
Enviado por edidanesi em 03/06/2018
Reeditado em 08/09/2018
Código do texto: T6354172
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