AtOalidades
Entretive-me tanto com a produção de quadrinhas - ou trovas, como as chamo, sem contudo saber a distinção correta entre esses dois gêneros da lixeratura - que acabei negligenciando com as minhas AtOalidades, a ponto de ouvir manifestação tipo ..."deixe de preguiça, dê um tempo com essa obsessão texticular, e faça algo mais extenso...". E ainda, de lambuja, ganhei um cartão vermelho da zelosa Administração do site Recanto das Letras, que removeu, sem ao menos uma admoestação, três textos - trovas, claro ... - de minha lavra. Os títulos foram considerados desrespeitosos, muito embora, os textículos que se lhes seguiram desfizessem aquela impressão inicial. Na explicação da censura, alguns leitores, sentindo-se ofendidos, teriam motivado aquela intervenção.
E assim, com esse parágrafo enorme, volto ao que é mais conforme, mesmo sem cem por cento me conformar:Atoalizar. E não é que deixei nesse meio-tempo escaparem verdadeiros filés que suscitam a degustação lixerária, como a boda real-plebéia, numa fusão que, surpreendementemente encantou o mundo; a suspensão da premiação do Nobel da Literatura em consequência de denúncias de abusos sexuais no seio da própria, ou imprópria, comissão avaliadora dos méritos; a espetacular, mas relativamente bem comportada emissão das lavas do vulcão Kilauea, no Havaí; a evolução das proto-candidaturas presidenciais em nosso Brasil, cujos desdobramentos recentes mais impactantes foram o branco que deu em Joaquim Barbosa, e o processo de meditação do atual incumbente que, diante incipiente posição nas pesquisas de intenção de votos - não sei se aí incluso, o da pobreza -
desaguou na aceitação de Meirelles, ex-Ministro da Fazenda, e homem da absoluta e dissoluta confiança da banca internacional, essa benemérita que todos conhecemos, como candidato do MDB. Aqui, afanou-se até o P.
Com mais um par de dias, define-se a Copa dos Campões da Europa, entre o Real Madrid, de Ronaldo e Marcelo, e o Liverpool, eternamente dos Beatles, mas hoje, de Mohamad Salah e de Firmino. Vai ser o diabo, ainda que imaculado ao se erguer o cobiçado troféu.
Nota triste no mundo esportivo foi a lesão do sempre lutador Daniel Alves, o mais laureado no futebol, que o fará só ver a Copa. Esperemos que, nas horas vagas, de tédio para um espírito tão guerreiro, ele não se empolgue em fazer mais tatuagens. Que pinte os cabelos, a barba, as unhas, mas que dê uma folga à sua pele.
E por falar em procedimentos cutãneos, ou subcutâneos, o que está em voga no universo feminino é o realce aos mamilos. Kendall Jenner, a supermodelo que tomou a flama de nossa Bundchen, e que é meio irmã das Kardashians, já exibe, orgulhosa, os seus protuberrantes biquinhos - mesmo sob o recato que impõem os padrões morais americanos, que manda cobrir a nudez. Mesmo para um nu dez.
E o episcopado chileno, também fazendo biquinho, colocou, coletivamente, os cargos de cerca de trinta prelados, à disposição da Santa Sé. Nâo me ficou claro se o objetivo desse gesto seria, além do descontentamento com a condução dos negócios da fé pelo Vaticano, solidariedade com os religiosos acusados de abusos sexuais, ou admissão de culpa. Os evangélidos de todo o mundo devem estar se refestelando, diante da oportunidade que se lhes descortina, para a conquista de novos rebanhos. Entretempo, com tanta notícia pululando nos jornais, ninguém parece, ou padece, estar dando bola para a tão espetaculosa cúpula entre Trump e Kim e, acho que diante desse desinteresse do público geral, genérico e general, ambos os líderes já cogitam em postergar a data do encontro. O Nobel da Paz irá esperar?